sábado, 22 de outubro de 2011

O PATRIARCA JACÓ


Na história bíblica os altares sempre tiveram um papel muito importante no relacionamento entre o Deus Santo e o homem pecador.

O altar era um lugar do encontro sagrado. Eles eram levantados como um marco para testemunhar um encontro, uma promessa ou uma vitória dada por Deus ao homem.
O altar era o lugar do culto solene: Nele o homem fazia suas ofertas e seus sacrifícios. Através dele Deus se aproximava do homem e o homem se aproximava de Deus. Diante dele o homem ouvia a voz de Deus e Deus ouvia a voz do homem.
O altar era o lugar de rendição incondicional: Onde o homem totalmente rendido e humilhado firmava seu compromisso com Deus e sua suprema vontade.

Jacó levantou vários altares durante a sua vida. Todos eles representaram experiências que ele teve com Deus. Hoje quero analisar dois deles

1. O altar do compromisso (Gn 28.18-22).
De um fugitivo que teve um encontro com Deus
• Para ganhar a benção do irmão mais velho (Esaú) Jacó havia enganado seu pai (Isaque) se fazendo passar pelo irmão, com isso, com medo de ser morto pelo irmão teve que sair de casa. Foi uma fuga triste — por causa da mentira ele teve que deixar tudo que tinha: seus bens, seus sonhos e sua família. Para trás ficavam tudo que ele tinha de mais valioso e pela frente, só Deus sabia o que o aguardava.
• Depois de uma longa caminhada, pois o local em que se encontrava era mais ou menos 100 Km de onde tinha partido, já estava escurecendo, então ele parou para descansar e passar a noite. No lugar que parou teve um sonho. No sonho ele viu uma escada que saia da terra e tocava o céu; e os anjos subiam e desciam por ela. Naquela noite Deus se colocou ao seu lado e lhe fez promessas (13-15).
• Jacó acordou naquela manhã com um desejo imenso de se entregar, de se declarar àquele que já não era mais um Deus distante, um Deus que só conhecia pelas histórias contadas pelo avo e pelo pai, agora Deus se tornava presente em sua vida. Disse ele: “Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia. Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus”. Em outras palavras o que Jacó quis dizer: “Este lugar deve ser respeitado, pois aqui Deus ele se fez presente, daqui pude ver o céu”. Então de fugitivo Jacó se tornou comprometido.
Foi ali que Jacó ergueu seu primeiro altar.
O altar da rendição da conversão e do senhorio de Deus.

Ele fez do travesseiro o altar: A pedra que antes era apenas um travesseiro, ele a santificou com azeite e a transformou num altar;
• Ele fez do lugar onde estava, a Casa de Deus: A cidade que se chamava Luz passou a se chamar Betel a casa de Deus.
Ele fez daquele momento um culto: E diante do altar na casa de Deus ele fez um pacto com Deus (20-22).

2. O Altar do Concerto (Gn 35.1-7).
De um homem que estava distante
O cap. 34 enumera vários erros de Jacó:
Ele armado sua tenda perto de um povo mundano: Jacó ao invés de ir para as terras de pai Isaque de onde ele tinha saído há 21 anos atrás e pra onde Deus ordenara que ele voltasse, ele armou sua tenda perto de um povo mundano.
Ele não cuidou da filha permitindo que ela tivesse amizades com as moças daquela terra: Diná teria aqui entre 14 a 15 anos. No mundo que vivemos, qualquer pai que se preocupa com sua filha ou filho quer saber aonde vão e com quem andam. Isso deve ser pratica dentro de nossas casas. Agora imaginem naquela época. Uma menina de aproximadamente 15 anos, de família tradicional, visitando meninas que não tinham nada a ver com sua religião e sua cultura. Jacó expôs sua filha ao perigo. Um rapaz a viu, a desejou e a violentou.
• Ele permitiu que os filhos tomassem a frente na negociação: Quando Jacó soube do problema, calou-se e esperou que seus filhos voltassem do trabalho; Até aí não podemos condená-lo, pois está atitude foi louvável, mostra a sua maturidade em não tomar atitude precipitada e a de resolver problemas em família. Mas daí deixar que seus filhos tomassem a frente da negociação é uma longa distancia. Os filhos ao tomarem a frente negociaram um acordo com pessoas mundanas. Um acordo que ia contra a vontade de Deus, pois era com interesses materiais. A circuncisão sempre foi um ato que exteriorizava a comunhão do povo com Deus. E ao fazerem o acordo eles usaram um ato sagrado para satisfazerem seu ego.
Ele se omitiu diante da maldade praticada pelos filhos: Os filhos de Jacó depois de agirem sem pensar praticaram uma ação mais reprovável ainda. Maldosamente mataram os homens indefesos, saqueando e escravizando seu povo. A única repreensão de Jacó foi queixar-se que o comportamento violento de seus filhos tinha-o exposto ao perigo, e que isso o tornara mal visto pelos outros ocupantes das redondezas.
Antes era só Diná que estava envergonha agora era toda a família. Jacó havia perdido o controle da sua casa. Sua família estava corrompida pelo pecado. E logo os moradores da terra ficariam sabendo, e viriam contra eles e os arrasariam. Mas nem tudo está perdido, existe um caminho de volta. “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.” (Is 30:21).

Então Deus mostrou o caminho para ele seguir “Sobe a Betel” disse Deus a Jacó: "Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da presença de Esaú, teu irmão” (35.1)

Poderia dar a este altar vários nomes como: O Altar do Reencontro - O Altar da Renovação - O Altar do Recomeço; O Altar da Restauração; O Altar da Reconciliação; mas, preferi dar o nome de o Altar do concerto

Porque Betel significa a “casa de Deus”. E voltar para Betel era o melhor caminho para Jacó. Betel representava mudança de direção e de vida.
• Porque Jacó teve que ter atitude de pai de família: Já nos primeiros versículos do capítulo 35 vemos um Jacó mais ousado. Um Jacó que queria retomar sua posição diante de Deus e de sua casa.
Porque ele teve que tirar os ídolos da sua casa. Havia na casa falsos deuses trazidos por Raquel da casa de seu pai. Até então, Jacó os tinha tolerado. Porém o mal que toleramos pode ser a nossa ruína. Quantos estão na ruína porque se esquecem dos compromissos firmados com Deus. Quantos querem Deus, mas, não querem abrir mãos dos seus pecados? Quantos não têm recebido as bênçãos de Deus porque não abrem mão dos seus pecados.
Porque ele teve que santificar sua casa. Jacó sabia que era preciso se purificar para chegar diante de Deus. Ele e sua família haviam tomado a forma do mundo como molde para as suas vidas. Mas, para mostrar sua pureza a família teve que trocar as roupas velhas por roupas novas. Pois, o exterior deve refletir a pureza interior.
Porque ele teve que subir a Betel. Não adiantava apenas trocar as vestes, pois isto seria apenas uma fachada. E o que Deus queria deles não apenas uma mudança de roupa, mas uma mudança de atitude. Subir a Betel, em nosso contexto representa se unir a uma igreja. Não nos referimos aos templos de tijolos, mas ao conjunto dos salvos. Aquele que tem ou deseja um compromisso com Deus, deve se unir aos que da mesma forma servem ao Senhor.
Porque ele teve que construir um novo altar. Muitas vezes os altares que construímos são esquecidos ou então se desmoronam. A vida de Jacó não estava boa diante de Deus, por isso ele teve que reconstruir o altar. “E edificou ali um altar e ao lugar chamou El-Betel; porque ali Deus se lhe revelou quando fugia da presença de seu irmão” (Gn 35.7)

CONCLUSÃO: Jacó estava desprotegido, os povos da terra queriam matá-lo. Deus o protegeu do perigo (35.5). Jacó estava contaminado e Deus o restaurou (9-10). Ele havia sofrido a má influência dos vizinhos, por teve que ser restaurado. Ele precisou ser lembrado que seu nome havia mudado. Não era mais Jacó e sim Israel. Jacó significa: pegar no calcanhar, "o enganador"; Israel “Deus prevalece”.

Deus abençoe
Pr Saulo César