Hoje, no momento do louvor no culto, cantamos a música do Kleber Lucas “Eu vou seguir com fé”.
No refrão da musica cantamos: “Eu vou seguir com fé, com meu Deus eu vou, para a Rocha mais alta que eu. Eu sei pra onde, vou como águia vou, nas alturas sou filho de Deus”
Eu particularmente gosto muito desta musica. Não só porque acho bom cantar louvores a Deus, mas também porque este cântico nos fortalece, nos anima e nos encoraja a seguir com fé. Porém, o momento mais sublime do cântico é também o mais difícil, não de cantar, mas de viver. Este momento é quando o autor menciona (mesmo quando as nuvens estão encobrindo o sol): “Eu sei pra onde vou, como águia vou, nas alturas sou filho de Deus”.
O texto que lemos (o batismo de Jesus) revela um dos maiores acontecimentos relatado nos evangelhos . Nele Jesus ensina com muita clareza o “viver com fé; o “eu sei pra onde vou”; o “eu sou filho de Deus”.
Podemos tirar varias lições deste texto. Quero compartilhar três:
PRIMEIRA LIÇÃO:
1. No batismo o Filho (Jesus) se identifica com o pecador (13-15).
“Cumprindo tudo o que estava determinado”
O texto inicia dizendo “por esse tempo”. Que tempo foi este?
■ Foi tempo em que João Batista apareceu pregando no deserto da Judéia e dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mt 3.1-2);
■ Foi o tempo em que muitos vinham de Jerusalém e de toda a Judéia para o Jordão e eram por ele batizados e ali confessavam seus pecados;
■ Foi o tempo em que João vendo muitos falsos religiosos, que vinham até ele para se batizarem disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Mt 3:5-9);
■ Foi o tempo em que João disse àquele povo que batizava: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11-12);
E “naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista”.
■ João sempre pregou que todos deveriam confessar seus pecados, se converter dos seus maus caminhos e se batizarem para serem dignos do “reino dos céus”.■Mas, segundo João, Jesus não tinha esta necessidade. Ele não precisava tornar-se justo, pois ele já era justo. Tanto que ao vê-lo João diz: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti, e tu vens a mim”?
■ Contudo, Jesus não desiste de assumir o batismo da conversão e do perdão dos pecados. Não, por causa dele, mas, por nossa causa. Por isso: Convém cumprir toda a justiça.
■ Ele submeteu-se ao batismo não somente para nos dar um exemplo, mas principalmente porque Era necessário se passar pelo cordeiro de Deus que levou sobre si todo o pecado do mundo.
■ No batismo Jesus desce à mesma água que o pecador desce. Ele se iguala ao pecador (Fp 2.1-10). Se sujeita a condenação do homem. Abre para o homem o acesso ao trono da graça e mostra que o verbo se fez carne e habitou entre nós.
SEGUNDA LIÇÃO:
2. No batismo o Pai autentica o Filho (16-17a).
“Este é o meu Filho que tanto amo”
■ Os evangelhos relatam que o céu se abriu o Espírito Santo desceu em forma de pomba e a voz do Pai foi ouvida. Podemos considerar este conjunto de coisas ( o céu se abrindo o Espírito descendo e a voz de Deus sendo ouvida) como o resgate da terra para céu. Tudo isso através do Cristo, o grande emissário do céu.
■ Segundo Marcos e Lucas a voz do céu foi dirigida a Jesus: “Tu és meu Filho amado”. Em Mateus as palavras se encontram na terceira pessoa, ou seja, “Esse é meu Filho amado” dando a entender que a voz também foi ouvida por João Batista e por todo o povo ao redor.
■ As palavras “Meu Filho, o amado” correspondem no AT a uma citação do Sl 2.7, ao que o povo judeu entendia como o “Filho único, unigênito de Deus”. Mas, estas palavras aqui são usadas não somente para identificar o Cristo (o Ungido, o Messias), mas também para mostrar a salvação que somente o Filho possui.
■ O Filho mais amado trata-se do Filho exclusivo e incomparável. O Filho é único Mediador. Aquele que abre o caminho até o Pai. Pois, somente pelo ato do Filho o Pai permite que o homem pecador compareça diante de sua face e somente amor do Filho o Pai nos ouve.
■ Na verdade Deus enviou muitos profetas para anunciar sua Palavra, porém, todos eles foram enviados da terra para a terra. No entanto, Jesus “o Filho” foi enviado do céu para a terra, pois o Filho já existia antes da vida terrena. Ele vivia eternamente junto com o Pai, igual e unido ao Pai (Jo 1.1).
Nesse sentido, a palavra do Pai “Esse é meu Filho amado” autentica, legitima, autoriza e certifica o Filho.
TERCEIRA LIÇÃO:
3. No batismo o Filho é comissionado pelo Pai (17b).
“para realizar sua missão e dar ao Pai prazer”
■ Jesus veio de Nazaré da Galiléia um povoado pobre e afastado dos grandes centros. Ele não possuía nenhum título importante. Seu nome era simplesmente “Jesus”, muito comum na época. Mesmo assim a voz do céu lança mais luz sobre a relação Dele com o Pai.
■ O pai completa sua autenticação consagrando o ministério do Filho. “Em ti me comprazo”, em outras palavras significa: “Nele eu me alegro”. “Nele eu me realizo. Da mesma forma, por outro lado, obediente, ao tomar para si a missão que o Pai lhe concede, também se realiza e se alegra. Enfim existem comunhão e entendimento total entre a missão e o serviço. Entre o que envia e o enviado.
■ O Pai revela o relacionamento singular e excelente que tinha com o Filho através da sua voz. Na verdade não foi a voz que estabeleceu esta ligação, ela só tornou visível e audível a realidade desta ligação àqueles que ainda não sabiam (cf. Jo 1.51). Para o pai a gloria e a missão do Filho tina como fim a cruz e na cruz ficou evidente que o serviço conferido ao Filho era morrer para dar vida ao pecador (conf. Ez 18.23).
Que contraste entre o início e o fim do capítulo! No início encontramos as mais duras palavras de condenação de João batista, aqui no final o Cordeiro de Deus, toma sobre si todo o juízo. Lá a lei – aqui o evangelho; lá juízo, aqui a graça.
Conclusão/Aplicação: Mas, o significado do batismo não deve se restringir somente a um fato histórico do ministério de Jesus na terra. Mas, assim como Jesus com sua morte e ressurreição fez com que o batismo, que era algo simbólico se tornasse real, assim também nós, quando nos arrependemos e batizados somos ligados à Cristo; somos identificados como filhos de Deus; somos comissionados a fazermos a vontade de Deus. Ser "batizado” significa: morrer com Cristo, a fim de ressurgir com ele para a nova vida que começa na terra e tem seu apogeu no céu (veja Rm 6.4).
Deus abençoe - Pr Saulo César
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