segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Pescadores de homens
Lc 5.1-11
Os bons pescadores têm como características o zelo e o cuidado com seu equipamento de pesca e, por amarem seu oficio, não abandonam facilmente sua profissão. Ao se dirigir para o mar da Galiléia Jesus estava a procura de homens que tinham esse zelo, cuidado e amor pelo oficio. Alguns desses homens já o tinham ouvido em outras ocasiões, contudo, até aquele momento ainda não haviam pensado em segui-lo de forma integral e contínua. Foi nas margens do Mar da Galiléia que Jesus, determinou-lhes que o seguissem integralmente. Deviam ouvir seus ensinamentos e ser testemunhas de todos seus feitos. Neste encontro com os pescadores, nas margens do mar da Galiléia, um pescador se destaca. Seu nome era Simão, a quem, posteriormente Jesus chamou de Pedro.
Neste encontro de Jesus com Pedro visualizamos dois quadros:
1. Pedro “um pescador animado” (2-5).
a. Disposto a pescar (2):
b. Disposto a ouvir (3):
Cedeu o barco: Em geral Jesus ensinava e pregava nas sinagogas, mas, por causa do tumulto que causava na cidade muitas vezes procurava lugares mais amplos para anunciar a palavra de Deus à multidão. Nesta ocasião ele se encontrava nas margens do lago. O texto diz que: rodeado por uma multidão, que o apertava, vendo dois barcos na praia, entra em um deles de propriedade de Simão.
Também afastou o barco da praia: Ao entrar no barco, Jesus pediu que Pedro o afastasse um pouco da praia, pois desejava encontrar um lugar melhor para observar seus ouvintes durante a pregação. O conteúdo dessa “pregação” do Senhor não é relatada. Consta apenas: “Ele se sentou e ensinou as multidões a partir do barco”. Cabe constatar que Simão aparece nitidamente como líder do empreendimento da pesca. É a ele que Jesus pede. É a ele que também pode pedir. Afinal, não faz muito tempo que Jesus curou sua sogra da febre (Lc 4.38s). Jesus está à vontade para pedir e esperar que Pedro coloque o barco à disposição do Senhor por tanto tempo até que Jesus conclua seu ensinamento.
c. Disposto a obedecer (4-5):
Lançando o barco no mar profundo: Depois de ter concluído a pregação, embora Jesus soubesse que Pedro não havia pescado nada durante toda a noite, diferentemente do pedido acima, ordena: “Faze-te ao largo até o centro do lago, e lança as redes para a pesca”. A palavra “largo” no original significa "profundo".
Contrariando a lógica: Uma ordem estranha, pois se não haviam pegado nada a noite quanto mais de dia. Esta ordem contrariava a lógica de todas as regras de seu ofício. Porém, Pedro não contrariou aquele que lhe deu a ordem, ele responde: “Mestre (melhor: “chefe”) havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.”
2. Pedro "um pescador capturado" (6-11).
• Certo comentarista diz que entre outras, a razão para que ordenasse a Pedro que fosse pescar, era que o Senhor também tinha a intenção de capturar em sua rede o próprio pescador.
a. Pelo impacto da benção (6-7):
Ele pegou tanto peixe: Ao lançar a rede ao mar apanharam tanto peixes que as redes se romperam e precisarem de ajuda para retirar os peixes que estavam na rede. A riqueza não deve ser guardada e sim compartilhada.
Que precisou de ajuda para puxar: Os companheiros, que foram ajudá-lo, também encheram os barcos, a ponto de quase irem a pique. Simão está pasmo de felicidade. Que extraordinário! Enquanto arrasta os peixes em sua rede, ele próprio cai na rede do Redentor! Foi pessoalmente capturado. Em tais momentos desfaz-se tudo que é exterior, tudo o que é formal e vem à luz tudo o que possa estar escondido e em segredo no coração humano.
b. Pela grandeza do abençoador (8-9):
Ele prostrou-se no chão: O relato diz que Simão se prostrou perante Jesus sobre os ‘joelhos’. Até então, é improvável que Pedro tenha se ajoelhado alguma vez diante de Jesus. Por isso o seu gesto visa indicar que a experiência da pesca mudou o relacionamento entre Jesus e Pedro. Daquele momento em diante o Jesus seria seu “Senhor”. Em toda a obra, vemos que a riqueza, o tesouro, a benção não foi a grande pesca, e sim, o próprio Cristo. Jesus revela-se como uma “riqueza”, um bem tão precioso que não podem pode ser guardados nas redes do coração e da razão. Pensamentos, sentimentos e vontades humanas correm o risco de romperem-se e o barquinho da vida corre o risco de afundar diante da mais preciosa carga que uma vida humana já recebeu, na pessoa de Jesus Cristo. Por isso, o peixe pescado, deveria ser distribuído, ofertado de graça ao povo faminto que se encontravam às margens do mar. A confissão de Pedro “sou um pecador” indica que não era possível ver o poder miraculoso de Deus nem ouvir a palavra de Jesus sem ter consciência do pecado e da culpa!
Pois, o temor apoderou-se dele: Assim como Isaías ficou possuído pelo temor (Is 6.5), . Ele teme, pois como pecador iria perecer na presença de Deus. Porém, não é o conhecimento da sua santidade, nem tampouco o desejo de segui-lo que traz a destruição e morte, e sim, o desconhecimento e afastamento de sua vontade e de seu caminho. No NT deparamo-nos com o termo ‘assombro’ (thambos) apenas mais duas vezes (Lc 4.36 e At 3.10). Em todas estas ocasiões, este assombro aparece como decorrência de uma misericordiosa ação milagrosa de Jesus. Depois de Jesus ter curado um possesso em Cafarnaum lê-se: “todos foram tomados de grande assombro” (Lc 4.36). Em Atos dos Apóstolos, ao ser restaurado o aleijado, consta: “Encheram-se de admiração e assombro por isso que acontecera” (At 3.10). Somos tentados a perguntar: por que temor desenfreado, por que assombro? Não seriam de esperar antes alegria e louvor, quando Jesus, ou os discípulos em nome dele, curam e socorrem? O fato de hoje não sermos mais tomados de espanto e temor quanto Deus interfere é culpa da teologia barata que transforma o Deus, ao qual o próprio Jesus, o Filho, se dirige como “Pai santo”, em Deus fraco e manipulável que está sempre pronto para atender nossas determinações. Hoje, ao invés de ensinar a temê-lo muitos ensinam a usá-lo como se fosse um produto numa prateleira. Tanto o AT quanto o NT estão cheios dos testemunhos de que o ser humano se assusta e teme quando Deus se aproxima. Desse espanto sagrado, desse reverente temor é que Pedro está repleto, quando o Grande Deus se aproxima dele em um evento palpável, pela ação do Filho em quem ele reconhece o Messias ele se assombra.
c. Pela nobreza da missão (10-11):
Pois, foi reanimado: Uma realidade nova atinge-o a partir de Jesus, a saber, que Jesus não sentencia nem condena o “pecador” que reconhece seu pecado e sua culpa, mas o agracia e o atrai para seu coração de Redentor. Jesus havia olhado amistosamente para o Pedro ajoelhado diante dele, dizendo-lhe: “Não temas!” Como o coração de Pedro deve ter ficado feliz quando foi alçado das profundezas da consciência de pecado para as alturas do perdão de pecados! Bem-aventurado é aquele que é conduzido ao arrependimento pela misericórdia do Senhor!
Para capturar homens vivos: O Senhor atribui uma nova vocação a Pedro através de uma linguagem que lhe era familiar. O pescador deverá capturar pessoas. Assim como Davi que foi tirado dos rebanhos de ovelhas para apascentar seu povo (Sl 78.71s). Pedro experimenta aqui uma dupla promoção: no futuro ele deve capturar pessoas e não mais peixes; e deve capturá-las para a vida e não, como até então em sua insignificante pesca, para a morte. Isso está também expresso na palavra do texto original, onde consta um termo composto de zoos e agreuo que significa capturar vivo. O pais da igreja traduziram esse versículo a “captura viva de pessoas” da seguinte forma: “Hás de vivificar pessoas”, ou seja, por meio da tua captura hás de ajudar pessoas a alcançar a vida eterna (Rm 6.23). Quem é capturado pelos pescadores de Jesus e passa do mar para a terra, na verdade, morrem para o mundo e o pecado, mas, é vivificado por intermédio da palavra da graça e recebe vida nova. Pedro obteve a incumbência de “Capturar homens vivos” e depois: “Apascenta-los”. A primeira instrução expressa a atividade evangelística, ou seja, a de capturar o bicho bruto e vivo e a segunda expressa aquilo o que a primeira não alcançava, ou seja, aponta para o cuidado diário e individual do pastor pelas ovelhas.
O lema desse relato é o seguinte: a principal coisa no evangelho não é renúncia, negação, mas glória, magnitude, alegria, que sobrevêm ao discípulo pelo fato de ter sido contemplado com a presença e o chamamento de Jesus.
Pontos a considerar:
1. A obediência ao chamado resulta diretamente da restauração do coração, o “deixar” das coisas que nos prendem na terra e renunciar ao que atrapalha a nova vida com o Senhor constitui o primeiro traço de um coração arrependido.
2. Nem todos são chamados para abandonarem sua profissão terrena. Mas, todos são chamados para fazerem da sua profissão um meio de alcançar almas perdidas e trazê-las ao reino de Deus.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Mulher Virtuosa
Senhor concede-me força. Força suficiente para reconhecer minha fraqueza e coragem para admitir meu medo.
Senhor concede-me sabedoria. Sabedoria para aprender com as derrotas e humildade para lidar com as vitórias.
Senhor concede-me fé. Fé para reconhecer que és meu ajudador. pois, conhecendo-te poderei olhar para dentro de mim e ver o quanto dependo de ti.
Senhor concede-me direção. Direção para seguir no teu caminho. pois, ao teu lado estarei segura em meio as tempestades .
Senhor concede-me gratidão. Gratidão para reconhecer que o Senhor me concedeu não o que eu queria, mas o que era melhor.
Senhor concede-me um coração puro. Coração que, ao invés de tentar dominar os outros, aprenda a dominar-se.
Senhor aceita minha oração: Permita que depois de tudo isso, eu me atreva a dizer: “minha vida não foi em vão”.
Pr SAULO CESAR
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Getsêmani
O lugar onde as azeitonas eram literalmente esmagadas no chão foi a porta do calvário de Cristo.
• Quando se estuda os evangelhos o sofrimento e a morte de Jesus simbolizados na cruz constituem o centro da doutrina da fé na salvação. Por mais importante que seja as ações da vida terrena de Jesus, não há como pregar a salvação baseado somente sua vida, pois a regeneração e a reconciliação do mundo pecaminoso com Deus, não estão relacionadas tanto com sua vida e atuação na terra, porém muito mais com sua morte e o seu sangue derramado. E a luta no Getsêmani travou-se em torno da aceitação clara e espontânea da morte na cruz.
Profundamente triste: Até este momento Jesus conduz tudo debaixo de muita paz e calma. E agora vemos um contraste. Aquele a quem os elementos da natureza obedeciam e de quem a morte fugia – está aí, diante dos discípulos, lamentando, triste, tremendo! Todo o seu ser treme e se abala.
Agonizando: A dor se evidencia no seu rosto. Ansiedade, temor, angústia, agonia de morte. Aquele que antes caminhava a passos firmes para Jerusalém agora estremece no corpo e na alma. Por não suportar tamanha dor pede “Vigiem e orem comigo” e desprende-se deles à distância de uma pedrada.
Transpirando gotas de sangue: O Senhor orou de forma tão intensa àquele que o podia livrar da morte que o médico Lucas relata que seu suor caía ao chão como gotas de sangue. Fato que a medicina atesta que é possível quando uma pessoa sente grande temor e angústia. Assim foi o sofrimento do Senhor.
2. Um Filho diante do seu Pai (39-41).
•Estar diante do Pai era fato comum na vida de Jesus. Principalmente em momentos em que tinha que tomar decisões importantes lá estava Cristo diante do Pai.
Ajoelhado: Lucas diz: “Ajoelhou-se”. Marcos informa: “Caiu no chão”. Mateus: Caiu de rosto em terra. O fato é que Jesus cai de joelhos e exclama das profundezas de seu coração, de maneira que soe longe sua oração.
Clamando ao Pai: Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Prostra-se sobre o rosto, deita-se no chão e se retorce e grita “com grande clamor e lágrimas” (Hb 5.7) as mesmas palavras: Aba, Pai, tudo te é possível. Se for possível, livra-me desse cálice! O cálice, por cujo afastamento Jesus pede, é símbolo da terrível morte na cruz, cuja imagem sangrenta e horrível está neste momento diante dele. Em momento algum Jesus renuncia à obra de reconciliar a humanidade. Somente indaga, se a cruz é o único meio para alcançar essa meta.
Aceitando sua vontade: Acaso Deus, com seu poder ilimitado, não poderia encontrar um outro caminho para a reconciliação? Seu grito ecoa pela noite, mas nenhum consolo refresca seu sofrimento. O Pai calado deixa seu Filho lutar.
- O Senhor levanta e vai até os três discípulos, na esperança de obter algum consolo da oração conjunta. Mas em vão! Eles estão dormindo, de tristeza. Com voz suplicante ele os exorta “não me deixem sozinho”, orem comigo. Retorna ao mesmo local. Prostra-se no chão. Ora as mesmas palavras. Ora com mais insistência. Ele tem de romper a noite. Tem de penetrar até o coração de seu Pai. Tem de obter uma resposta.
•Será que mais uma vez o Pai permanecerá calado? Acaso seu coração não se partirá diante da suplica angustiante do Filho. - Se naquela hora pudéssemos ter olhado no coração do Pai! Ele não podia responder! Pela terceira vez o Senhor se precipita pela noite, ao local solitário. “E aconteceu que estava em agonia de morte. […] O seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” [Lc 22.44]. A morte faz estremecer seus membros abatidos. As vagas do medo chegam ao máximo, abatem-se sobre sua cabeça.
- No Getsemani o Senhor trava a mais amarga e terrível luta de oração jamais vista na terra e os discípulos dormem. “O Senhor teve de pisar o lagar sozinho!” Jesus levanta da batalha, liberto do medo, ou seja, completamente dono de si. Esatava certo a cruz não perderia seu tormento. Jesus. Ele não rendeu.
- Jesus assume o sacrifício e sente paz. Daqui em diante, caminha a passos firmes em direção da cruz, diante da qual há pouco tremera. Jesus morre em prol da remissão dos pecados do mundo (v. 28). Essa aceitação espontânea corresponde ao momento da tentação no deserto, quando Jesus rejeitou o domínio sobre o mundo. Na tentação no deserto ele não aceitou governar sobre nós sem Deus. No Getsêmani concorda em morrer por nós com Deus.
Deus vos abençoe
Pr Saulo césar - saulo@icecampogrande.com.br
terça-feira, 10 de novembro de 2009
O profeta Jonas
Jn 1.1-4.11
Disse Jesus “ajuntai para vós tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.20-21). Com estas palavras Jesus não considera errado ter riquezas. Pois, alguém pode possuir muitos bens e mesmo assim ajuntar tesouros no céu servindo ao Senhor com o que possui. Por outro lado, alguém pode possuir pouco e estar preso ao pouco que tem. O mal não é possuir o dinheiro e sim ser escravo dele. E quando isso acontece o dinheiro passa a ser nosso maior tesouro, a comandar nosso coração e a ser o alvo da nossa vida. Jesus usou o dinheiro, porém este princípio pode ser aplicado em todas as áreas de nossa vida. Depende da nossa escala de valores.
1. Em relação à obediência a Deus (caps. 1-2).
a. Ele valorizava mais a sua nação: Se existe no mundo um povo patriota, este povo é o povo de Israel. Quando Deus enviou Jonas para pregar em Ninive, capital da Assiria, era cerca 750 aC., Neste período o Império Assírio tinha o exército mais poderoso da época, e para manter os altos custos deste exército obrigavam os povos vencidos em suas batalhas a pagarem altas taxas de impostos. E Israel, sofria esta exploração por mais de um século. Sendo assim, todos israelitas, inclusive Jonas, que conhecia bem aquela história sentia que a Assíria merecia ser castigada por Deus. Jonas não tinha nenhum problema dizer para os ninivitas que Deus iria destruí-los, mas conhecedor do amor e misericórdia do Senhor, ele tinha dificuldade com o perdão que Deus poderia conceder a eles. Jonas pensou: “pregar em ninive eu, vai que eles se arrependam”. Eu quero que eles sofram
b. Ele valorizava mais a sua vida: Mas, além da vontade que tinha de ver o sofrimento dos ninivitas, outro motivo que tinha para não ir até lá era a preservação da sua vida. Nínive era um centro do crime e impiedade. Seus habitantes eram conhecidos como bárbaros e cruéis. Sua crueldade consistia em fazer com que as pessoas vencidas nas batalhas fizessem longas marcha para o exílio, e depois que chegassem a cidade, furavam seus olhos, cortavam seus braços e depois matavam e empilhavam suas cabeças em forma de pirâmides. Jonas deve ter pensado “eu ir lá. Se eles fazem isso com quem não lhes fizeram nada imaginem com quem vai dizer que serão mortos.
mas ele amava mais a sua nação e sua vida do que a à obediência a Deus.
Por isso ele fugiu: Depois de ouvir a ordem de Deus para pregar em Ninive ele fugiu para o lado oposto. Ninive capital da assíria ficava no oriente, mas ele foi para Tarsis, uma distante, além do Mediterrâneo, talvez localizado no sul da Espanha, no ocidente. Para isso, ele não encontrou nenhuma dificuldade.
Por isso ele sofreu. No inicio gozava de uma viagem tranqüila, dormindo no porão do navio, mas o Senhor mudou a sua sorte. Vieram a tempestade, as orações dos marinheiros, a decisão através da sorte e Jonas foi sorteado, lançado ao mar e engolido pelo peixe.
Mas, se arrependeu e foi perdoado. A sorte de Jonas realmente mudou. A tempestade foi providencial, o sorteio foi providencial, o peixe foi providencial. Tudo concorreu para que ele se arrependesse, buscasse a Deus, ser perdoado e reavaliasse seus valores.
2. Em relação ao perdão de Deus (caps. 3-4).
• O cap. três inicia dizendo: “Veio a palavra do SENHOR, segunda vez, a Jonas e Jonas se levantou e foi para Ninive. Ninive, uma das cidades mais antigas no mundo, ficava cerca de 960 Km de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos. Calcula-se que sua população era de 600.000 habitantes e suas aldeias se espalhavam numa circunferência de mais de 32 quilômetros, por isso levaria cerca de três dias para percorrê-la pregando a palavra. A mensagem de Jonas foi simples, curta e objetiva. “ele pregava dizendo: Daqui a quarenta dias Nínive será destruída. P/ quem gosta de mensagens curtas esta foi um prato cheio.
a. Porém, ele valorizava mais a sua pessoa: Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor. Até o rei levantou-se do seu trono, tirou suas vestes reais, cobriu-se de pano de saco, assentou-se sobre cinza e proclamou um Jejum nacional de homens e animais e forte clamor a Deus. O v. 10 mostra que Deus vendo que se arrependeram mudou seu juízo para misericórdia. O julgamento divino é condicional a ação do homem. Deus não tem prazer na destruição e na dor. E já que ouve o arrependimento o juízo foi cancelado. Mas, Jonas ao invés de se alegrar com a mudança do povo, ficou desgostoso e aborrecido
b. E a planta que lhe proporcionava conforto. Jonas saiu da cidade, para repousar debaixo de uma enramada, e alimentava ainda a esperança de que Deus destruiria Nínive e seus habitantes. Deus lhe deu uma aboboreira para lhe confortar do sol. Porém, ao amanhecer Deus mandou bichos para matar a planta. Novamente Jonas se entristeceu pela planta ter morrido.
O arrependimento dos ninivitas foi real e verdadeiro tanto que Deus perdoou a ciadade, mas Jonas valorizava mais a sua pessoa e a planta que lhe dava conforto do que o perdão de Deus aos ninivitas.
Por isso, tentou Justificar-se: Eu já sabia! Disse Jonas para Deus. Eu já sabia que a tua misericórdia poderia prevalecer se os ninivitas se arrependessem. Por isso eu não queria vir para Ninive. Talvez poderia sentir que falhou como profeta, por não ver o cumprimento da sua profecia. Tal era sua queixa que preferia morrer.
Ficou aborrecido: Não é preciso fazer um estudo psicológico sobre o caráter de Jonas, para tentar descobrir seus motivos. Talvez ele tenha se lembrado da moral dos moradores de Nínive que eram conhecidos como uma raça sensual e cruel e que viviam de saques e orgulhavam-se dos montes de cabeças humanas que traziam de violentos assaltos a outras cidades. E quando o Senhor lhe perguntou se esta sua ira era razoável. Ele respondeu: “sim, até a morte”. Ou seja, ele morreria, mas não mudaria de opinião.
Mas, Deus mostrou que os ninivitas, assim como ele, também mereciam perdão. Deus tratou de Jonas da seguinte maneira: primeiro aliviou sua tristeza, provendo um abrigo depois tirou o abrigo. Assim, Deus extraiu de Jonas a confissão de que ele se preocupava mais consigo mesmo e com a planta do que com as pessoas de Nínive. Quando Jonas sofreu a aflição física, mediante a destruição da aboboreira. ficou indignado por Deus ter matado a planta e que lhe dava sombra. Então Deus mostra-lhe que sua irritação não era justa. Pois, a aboboreira não era sua. Ele não teve nenhum trabalho em plantá-la. Ela teve curto tempo de vida, mas ao contrario Ninive era muito importante para o Senhor lá havia muitas almas arrependidas. Almas que antes, ao contrário de Jonas, que mesmo conhecendo ao Senhor desobedeceu a suas ordens, os ninivitas não discerniam as verdades. Por isso mereciam perdão.
CONCLUSÃO: Aprendemos no livro de Jonas que Deus é misericordioso e soberano e nada pode frustrar os seus planos. Ele pode usar homens como Jonas, como o capitão e os marinheiros do navio. Usa fenômenos naturais como a tempestade, o peixe, a aboboreira, o bicho o vento oriental. Deus pode usar tudo para que seus planos se cumpram. Os ninivitas obtiveram o perdão porque se arrependeram e invocaram o nome do Senhor. Mas para que houvesse esse arrependimento foi preciso que a mensagem fosse pregada: “Como, porém invocaram aquele em que não creram? E como crerão se não ouviram? E como poderão ouvir, se a mensagem não foi anunciada?” (Rm 10.14).
Deus abençoe.
Pr Saulo César – saulo@icecampogrande.com.br
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
A Ceia do Senhor
ALIANÇAS são acordos que Deus fez com o seu povo ao longo da história. Essa aliança (trato, pacto, contrato, concerto) consiste no seguinte: De um lado o Eterno Deus do outro o povo de Deus representado pelos patriarcas Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés etc. A parte que cabia a Deus era abençoar o povo, dando terra, alimento, proteção, saúde e ao povo cabia a obediência. Durante toda a história da humanidade Deus sempre cumpriu seus acordos, porém a parte que cabia ao homem não era cumprida. Por isso em cumprimento à palavra profética de Jr 31.31-34 Deus fez uma nova aliança (testamento), que foi confirmada ou selada pela morte de Cristo Mc 14.24; Hb 8.6-13; 9.16-22.
a. Independente de partidos: Ao iniciar este parágrafo que trata da Ceia Senhor Paulo declara que, ao contrário do elogio feito por observarem as ordenanças (2), neste assunto, ele não podia tecer nenhum elogio a igreja (17).
• Na verdade Paulo não tinha o que reclamar da assiduidade deles na igreja. O problema é que os encontros não favoreciam e sim prejudicam a vida cristã. Porque ao invés deles se reunirem para a “festa do amor” se reuniam para a festa da discórdia. Paulo diz que se ajuntavam não para melhorar, mas sim para piorar. Pois, havia partidos, grupinhos e igrejinhas entre eles. Essas divisões surgiram por causa das contendas mencionada no cap. 1, onde Paulo foi informado que em Corinto uns diziam que eram de Paulo, outros de Apolo, outros Cefas, e outros (mais espirituais) de Cristo (1.10-12).
• O problema agora se agravou, pois, os grupos separados manifesta as rupturas da igreja. Ou seja, houve uma seqüência progressiva. Primeiro “contendas” depois “divisões” e agora “partidos”.
• Paulo “ouviu” a respeito, e acrescenta: “Em parte o creio.” Ou seja, CREIO que a informação não é mentirosa ou exagerada.
• Fato é que na cidade de Corinto havia grupos fechados que lutavam uns contra os outros como “partidos”. Paulo vê esses partidos que atuavam fora da igreja como positivo já que, depois que o cidadão fosse aprovado na NOVA ALIANÇA como cristão fundamentado na Palavra, iria empenhar pela unidade dos fiéis.
Por isso ele diz: “Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio”.
b. Independente de classe (condição) social: Era costume cada membro levar sua comida e depositar na mesa da "festa do amor" e ali juntos os ricos e os pobres, os judeus e gentios, se assentavam na mesma mesa e juntos se alimentavam.
• Pelo fato de cada um levar sua comida, havia muita disparidade nas quantidades e na qualidade dos alimentos que uns e outros forneciam, pois uns tinham pouco outros muito. Mas, ao invés do repartirem os alimentos com todos, cada qual conservava para si a parte que tinha levado.
• Paulo chama atenção da igreja dizendo que a “festa do amor” que antecedia a “ceia do Senhor” na verdade já era parte da comunhão dos santos (20). Porém ao contrário de promoverem a comunhão, cada qual comia o seu antecipadamente, uns comiam muito, outros pouco e alguns até se embriagavam. Ao permitirem os excessos, deixando que, alguns saiam dali com fome, e envergonhando os membros mais pobres estão menosprezando a Igreja de Deus.
2. Uma Aliança com meu Senhor (23-27).
a. Através (fundamentada) do corpo: Jesus era o “Senhor” e ao mesmo tempo homem. E por ser humano tinha condições de entregar seu corpo pelo mundo perdido. Por isso, quando se lê “na noite em que foi traído” não se deve ter em mente que a passagem tem o intuito de salientar a traição de Judas, mas sim que o “Filho” foi “entregue”. Esta entrega não feita por Judas nem pelas autoridades e sim pelo próprio Pai. Isso quer dizer que o Pai não ficou passivo durante o sofrimento e morte do Filho, mas ativo. Seu amor é tão sacrifical e grande quanto o amor do Filho, que obediente se deixa sacrificar.
• No momento da Ceia Jesus vê toda a realidade de morte e no “partir do pão” ao invés de lamentar ele agradece. No seu corpo partido estava todo o amor e eterna redenção dos perdidos. Jesus ofereceu àqueles que estavam na mesa o seu corpo. Não um corpo místico, uma substância transfigurada e sobrenatural, mas justamente corpo terreno, partido por eles.
b. Através do sangue: Assim como fez com o pão, Jesus procedeu com o cálice , tomou, deu graças e ofereceu aos participantes na mesa.
• A distribuição do pão pelo dono da casa era parte do começo de uma refeição, mas prosseguia “após a refeição” e somente depois que o cálice era abençoado e oferecido se concluía a ceia.
• Na distribuição do cálice, porém Jesus profere todo o significado da salvação quando diz: “Esse cálice é a nova aliança em meu sangue.”
• Fica claro que a “Aliança” está no cálice, ou seja, “no sangue de Jesus”. Portanto, quem recebe e bebe do cálice, tem participação na nova aliança. Deus a havia prometido através do profeta Jeremias (Jr 31.31-34).
• O perdão prometido e necessário para essa nova aliança somente pode tornar-se realidade pelo fato de que toda a carga de pecados foi levada por aquele que é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. A instituição dessa aliança somente podia acontecer através do sangue e custou o alto preço da morte do Filho de Deus.
c. E em memória de Cristo: Jesus não queria celebrar a ceia apenas com aquele grupo de discípulos. Na Ceia ele olhou para a igreja de todos os tempos e por isso ordenou expressamente: “Fazei isto em memória de mim.”
• A sua finalidade é fazermos recordação do Salvador, em todos os eventos de sua vida, mas principalmente de sua morte realizada por nós na cruz e em recordá-lo, sentirmos sua presença conosco. O “recordar” autêntico traz à presença Dele.
• Para que eu tenha comunhão com ele: A Santa Ceia além de firmar a minha aliança através do corpo e do sangue de Cristo é uma "recordação" para que eu tenha "comunhão" com Ele.
• Para que eu anuncie sua volta: O "Velho Testamento" anuncia um Cristo que veio para padecer o "Novo Testamento" anuncia o Cristo que morreu ressuscitou e que vai voltar. A celebração desta ordenança é portanto, além de anunciara a "morte de Cristo" e um testemunho ao mundo que eu como cristão tenho plena certeza da sua volta (26).
3. Uma Aliança com meu coração (27-32).
• Se toda celebração da santa ceia é “participação” no corpo e sangue do Cristo, desse modo tornam-se “culpados do corpo e sangue do Senhor”.
a. A fim de examiná-lo: Diante dessa seriedade cresce a obrigação do “exame”. Uma vez que no contexto, está em jogo o “discernir o corpo”, o auto-exame tem a ver com a minha atitude perante a igreja a ceia do Senhor, e principalmente o reconhecimento do meu pecado.
• Afinal, a verdadeira “dignidade” reside unicamente na minha “indignidade” por mim confirmada. Jesus realizou a ceia no passado e a realiza ainda hoje unicamente com “pecadores”. Somente os “perdidos” têm necessidade do sacrifício salvador do corpo e sangue do Senhor.
• Nesse caso, porém, também estão cientes de toda a santa magnitude da ceia do Senhor e não a profanam por meio de uma celebração indigna. Os abusos que se vê em Corinto são inconcebíveis para eles. Paulo aponta para esse alvo corretivo do “exame” para um resultado positivo, à semelhança do que acontece também entre nós, quando falamos de alguém que foi “aprovado no exame”, por isso após o exame “coma do pão e beba do cálice”.
b. A fim de corrigi-lo: Como em todas as situações Paulo leva a sério o corpo e os processos físicos! O corpo pertence ao Senhor, em nosso corpo glorificamos a Deus. Nosso comer e beber pode nos levar à união com os demônios ou com Cristo. É isso que os coríntios, que se orgulhavam da inteligência e liberdade que possuíam precisavam reconhecer.
• O “juízo” sobre àqueles que comiam de forma indigna sem discernimento do corpo não era uma mera ameaça do apóstolo, pois no meio deles a concretização deste fato era notório. “Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.” Com está declaração fica claro que a culpa também tem um efeito físico e leva a enfermidade e morte.
• Mas havia uma saída para a igreja. Paulo tem para eles uma resposta clara: “Se nos julgássemos a nós mesmos não seríamos julgados”. Portanto é necessário que estejamos atentos sobre nós mesmos, nossos motivos e pensamentos e submete-los ao julgamento do certo e do errado de acordo com a ALIANÇA que fizemos com o Senhor. Através deste julgamento somos disciplinados, porém não condenados.
• O apóstolo termina exortando que dirijam aquelas reuniões da Igreja de um modo decente e ordeiro, prometendo-lhes que discutirá ainda o assunto quando da próxima visita que lhes fizer (33-34).
• Conclusão: O fato de Paulo ter dedicado tanto espaço à doutrina da Ceia do Senhor mostra sua importância na vida da igreja. Sua instituição por nosso Senhor e o mandamento para que a celebremos em sua memória leva-nos a colocá-la no centro da nossa vida cristã. Por isso devemos acertar nossa vida diante da Deus da igreja e do meu coração e participar da ceia.
Mc 8.24
Quando Jesus perguntou a um cego depois de curado o que ele via, ele respondeu: “Vejo homens como árvores que andam". Baseado nesta resposta alguém escreveu:
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a retribuir o mal com o bem: ”As plantas perfumam o pé daqueles que as pisam e dão o carvão para aqueles que as queimam”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a dar bons exemplos: ”A rosa não faz discurso. O perfume que exala é seu grande recado”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a superar as dificuldades: ”A cana depois de esmagada produz o caldo mais doce que existe e o açúcar que adoça o mais exigente paladar”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a fugir da solidão: ”A tempestade arranca a árvore solitária, mas as que vivem na floresta são protegidas”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a conviver com as críticas: “As árvores mais apedrejadas são as que dão os melhores frutos”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender plantar boas sementes: “Cultivamos espinhos e quando eles nos ferem esquecemos que são das árvores que plantamos”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender com Cristo. Disse Jesus: “Em verdade vos digo: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo.” (Jo 12.24).
Pr Saulo César - Adaptado
Deus abençoe
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
“Abençoado"
De Corpo e Alma
Mc 2.1-12
O capitulo primeiro de Marcos termina informando que, mesmo sem ser a vontade de Cristo, tudo que ele fazia virava notícia. Sua fama se espalhou a ponto de não poder mais entrar nas cidades, por isso permanecia nas redondezas. Mas, mesmo em lugares afastados, as pessoas vinham de longe para ouvirem seus ensinos.
Porém, no inicio do capitulo dois recebemos a informação que dias depois ele entrou novamente
Ele foi totalmente abençoado por dois motivos:
1. Ele era rodeado por bons amigos (1-4).
Marcos informa que casa
a. Amigos preocupados: O texto fala que enquanto Jesus pregava a Palavra, dentro da casa quatro homens chegaram conduzindo um amigo paralítico em sua cama. Esta cama normalmente era uma esteira que facilmente se enrolava e desenrolava e levava para onde o paralítico fosse.
b. Persistentes: Estes homens venceram todos os obstáculos para conduzi-lo até a presença de Jesus Primeiro levando até a casa. Depois, sem ter condição de entrar por causa da multidão que ocupava o interior da casa, subiram ao telhado da casa e abriram um buraco para depois desceram o homem no leito diante de Jesus.
c. cheios de fé: É provável que os presentes tenham ficado muito irritados com a petulância, desses homens, mas Jesus se alegra com a ação deles.Nesse empenho, que ultrapassa todos os esforços comuns, ele constata fé uma fé viva, que rompe todas as barreiras. Para o doente com certeza significava muito sofrimento chegar a Jesus por uma via tão incomum. Foi deitado no meio do grande número de presentes, exposto aos olhares de todos.
Porém, por mais que estes ajudassem, não poderiam fazer o que somente Jesus poderia fazer. Eles foram até onde podiam e fizeram tudo com louvor. Tiraram DEZ. Porém, de agora em diante o trabalho cabia ao mestre, ao Senhor dos senhores o CRISTO.
2. Ele encontrou o melhor amigo (5-12).
Nada passa despercebido aos olhos de Deus. Os olhos de Deus estão sempre atentos àquilo que acontece. Ele olha o passado, o presente e o futuro. Jesus sabia o que tinha acontecido até aquele momento e também tinha total controle de tudo que estava em sua volta. Agora sim o paralítico estava para ser TOTAMENTE ABENÇOADO porque estava frente a frente com aquele que era seu melhor amigo.
a. Amigo que recompensou (observou) sua fé: A fé é pode até ser vista sem palavras, mas jamais sem ação. Baseado no ato, o simples fato de se ter fé num mundo que opera a dúvida e a desconfiança já é um milagre. Jesus admirado com a ação elimina qualquer separação que poderia haver entre o necessitado e o abençoador e chama o paralítico de “Filho”, Com este tratamento Jesus o convida para ocupar sua casa. Para fazer parte da “família de Deus”. O paralítico de repente se vê envolto em total proteção e comunhão com o mestre. Neste clima abençoado de total comunhão Jesus surpreende todos os presentes.
b. Dando-lhe perdão: Para muitos de cultura e tempo diferentes, o procedimento de Jesus pode parecer estranho. Pois, se o homem carecia de saúde porque Jesus deu primeiro o “perdão” – que decepção! Jesus não poderia ser tão insensível e anti-social. Porém, fica claro o ensino que Jesus passa: nós queremos saúde e melhora da situação, mas Jesus diz: “espera um pouco” quero te dar algo maior primeiro. Jesus leva mais a sério os nossos pecados do que a nossa cura física. E como nossos pecados dão “trabalho” (Is 43.24). Para ele o perdão continua sendo o substantivo que importa, e não há nada maior na terra.
Porém não é o fato dede perdoar os pecados primeiro que surpreende as autoridades religiosas da época, pois para os judeus, o sofrimento e a culpa estavam sempre ligados ao castigo para os pecados (Jesus rejeitou expressamente este ensino), e sim, a sua autoridade para perdoar estes pecados. Tanto que arrazoavam entre si: Quem pode perdoar pecados, senão um que é Deus?
Isto é blasfêmia! Diziam eles, pois qualquer pessoa que de algum modo questionasse a majestade de Deus era um blasfemador digno de morte, mesmo que não aplicasse uma fórmula expressa de maldição ao nome de Deus. Para eles, este era o caso aqui. A expressão “um, que é Deus” vem do início da confissão de fé judaica. Todo homem judeu aprendia esta confissão logo que começava a falar. Jesus parecia ter profanado este precioso tesouro da fé. Ele se colocara como Segundo ao lado do Único, pois só Deus perdoa pecados. Para eles, ali estava alguém que se atreveu a dar o perdão que era exclusivo de Deus.
Jesus pronuncia o perdão à parte de sacerdócio e dos sacrifícios feitos por eles. Ele os dá direto do coração de Deus. Jesus não se passava por outro quando perdoava, mas revelava quem ele era e a autoridade que possuía como Filho do homem celestial. O próprio Deus estava por trás dele, o Deus único perdoava pelo homem único, Jesus. Em Jesus o Deus perdoador entrou em cena e começou a cumprir suas últimas e maiores promessas. No pensamento judaico, o ato perdoador de Deus estava no futuro, porém, Jesus traz para o presente.
c. Dando-lhe a cura: Jesus respondeu: “Aquele que conhece os corações pode perdoar o pecado” e se eu posso perdoar pecados, algo que não pode ser averiguado pelos seus olhos, a minha autoridade pode ser demonstrada se o perdoado andar. “Então para que saibam que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados digo ao paralítico: levanta-te, toma o teu leito e anda”. O homem perdoado recebeu a força de se levantar e andar. Com isto os professores da lei estavam presos na armadilha, já que vinculavam tão estreitamente a cura ao perdão, quando Jesus deu movimento ao paralítico, ficou evidente que ele antes movera o coração de Deus, isto é, colocara a graça em movimento. Deus legitimou seu porta-voz fazendo o paralítico soltar-se da sua esteira, tomando o leito. A esteira que até então era símbolo da sua miséria, agora se torna símbolo da sua vitória e sinal de libertação.
Conclusão: A obra se completou. A benção foi concluída na vida do “abençoado” e os espectadores deram glória a Deus. Ao jubilarem, expressam que pressentem um novo tempo, do qual Jesus, mensageiro das boas novas chegara com suas credenciais. Ali se revelou um evangelho que “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Co 2.9).
Deus abençoe
Pr Saulo César
saulo@icecampogrande.com,br
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Heróis da Fé
Hb 11.32-40
Ter fé é possível? Será que podemos? Fazendo uso de um jargão que está na moda digo: “Sim, nós podemos”! E para fundamentar esta verdade o autor da carta aos Hebreus, depois de dar um breve conceito sobre a fé, passa a exemplificá-la através da vida de homens e mulheres que viveram no passado. Ao falar da fé destes, o autor, diz que a fé é possível, pois se os antigos conseguiram a igreja contemporânea também conseguirá. Por isso, este capítulo é chamado de “a galeria dos heróis da fé”. Nele encontramos HOMENS DE FÉ.
No trecho que lemos encontramos algumas caracteriscas destes homens.
1. Homens que tiraram forças da fraqueza (32-34).
Depois de listar vários nomes, faltava tempo para o escritor sagrado falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e outros profetas. Homens, que mesmo sendo considerados fracos, tiveram que lutar para continuar vivendo. Por isso, ele faz uma lista de seus atos notáveis. Fecharam a boca de leões como Davi e Daniel; sobreviveram a força do fogo como os amigos de Daniel; superaram reinos poderosos, escaparam da espada afiada se tornaram fortes na guerra e colocaram para correr exércitos poderosos como Davi, Gideão, Baraque e Sansão.
2. Homens que o mundo não merecia (35-38).
Ainda que a fé possa dar ao homem a vitória sobre a morte por ocasião da ressurreição, pois alguns deles experimentaram a recompensa ainda nesta vida, (ex da viúva de 1Re 17.17-24 e a Sunamita de 2Re 4.25-37), outros tiveram que buscar a fé para continuarem firmes durante o sofrimento. Uma fé que externamente não era recompensada, pois sofreram aprisionamentos, torturas, viveram como fugitivos e foram exilados. Ao recusarem o livramento terreno, porque o mesmo só poderia ter sido desfrutado ao preço de renegarem a fé, declararam em alto e bom som que “o mundo não era digno deles”, ainda que, nos seus dias, o mundo pensasse ao contrário, tratando-os como indignos. E para eles Deus tem preparado uma cidade que os receba com dignidade (16).
3. Homens que souberam esperar a promessa (39-40).
Homens que, mesmo sabendo que a promessa estava distante e mesmo sem ser ver a promessa se concretizar, esperaram e creram. O alvo, a esperança que tinham eles nunca atingiram, pois Deus, em sua providência, reservou a nosso respeito, isto é, aos crentes cristãos, a bênção que aqueles não gozariam de sua consumação enquanto não fôssemos trazidos para dela compartilhar também. Fica aqui subentendido que os homens de fé, tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento, são chamados para pertencer àquela companhia de salvos segundo o propósito de Deus (Hb 12.22-24).
Conclusão: Por que o autor, ao invés de falar somente da fé de um deles, faz uma lista de vários nomes? Nomes cuja vida seus leitores conhecia muito bem? Somente em Davi ou Daniel ele já encontraria exemplos suficientes de fé para que seus leitores pudessem se apegar. Creio que foi justamente para mostrar que cada um deles teve, a seu modo, experiências de fé com o Deus vivo. E isto pode ser transferido para a igreja. Pois, na fé não existe uniformidade. Cada um experimenta o encontro com Deus de uma maneira particular. A fé de Davi era somente sua e a fé de Daniel pertencia somente a ele. E eles exerceram sua fé nos momentos únicos que cada um teve durante a vida. Eu tenho a minha fé e você tem a sua. É necessário, portanto, que tanto a minha como a sua fé, seja aplicada durante todo o tempo de vida que Deus nos concedeu.
Deus abençoe.
Pr Saulo César
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Um Caminho Excelente - 1Co 13.1-13
Quando me tornei homem
1Co 13.1-11
A vida na infância é divertida e sem grandes responsabilidades. A criança é espontânea e, por ser criança, sua franqueza causa risos e na maioria das vezes é tolerada e estimulada. No mundo infantil não há autocontrole, paciência ou limites – exceto os que os pais impõem. Em geral, no seu mundo, a criança é o centro. Tudo gira em torno dela. Porque ela não conhece o mundo real. Quando Paulo escreve acerca do amor ele diz: “quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”. Isso significa abandonar os sentimentos e pensamentos do mundo infantil. Na vida adulta o amor não é mais um mero sentimento, e sim uma atitude coerente e uma postura nova diante de Deus e da vida. Ao contrário das crianças, o homem adulto deve saber sofrer, esperar, crer e suportar. No entanto, infelizmente há muitos adultos que se portam como crianças, sem autocontrole, sem noção de limites e buscando seus próprios interesses. Estes crescem apenas na estatura, porém continuam com o comportamento infantil. São anões espirituais. O amor é um dom supremo. Porém, amar como Deus deseja que amemos não é fácil. Será que, à semelhança de Paulo, não há padrões, pensamentos ou sentimentos infantis que precisamos deixar? Que em nossa vida a dor do amadurecimento seja encarada com a maturidade de um adulto e com a leveza de uma criança! Assim trilharemos um caminho excelente.
Pr Saulo César
Adaptado do Pão Diário 27/08/08.