Jeremias foi escolhido para ser profeta antes mesmo de nascer (1.5), nunca se casou (16.2) e foi conhecido como o profeta chorão (9.1-2). Iniciou seu ministério ainda jovem, perto de 20 anos (1.6-7), cerca de 625 a.C e profetizou por mais de 40 anos. Nesta época Judá estava totalmente contaminada pela idolatria e corrupção moral e religiosa. Enfim o povo de Deus estava perdendo sua identidade.
Para alertar ao povo que estava exilado na Babilonia, quanto a possibilidade de perder sua identidade com Deus, com sua cultura e nação, Jeremias manda uma carta. Gostaria de meditar com os irmãos dois pontos desta carta:
1. Uma exortação à praticarem as ordens de Deus (1-7).
a. Trabalhem na terra: “Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto.” (29:5). Isto é, prossigam, tanto quanto possível, nas atividades normais da existência. Pois, Deus queria que seu povo se tornasse útil na comunidade onde se encontrava.
b. Formem famílias: “Tomai esposas e gerai filhos e filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais.” (29:6). Jeremias alerta que deveriam se multiplicar: A multiplicação do povo ali naquela cidade e a não diminuição era um alento para que não se extinguisse. Tanto em relação à nação e também a fé. O desejo de Deus e que seu povo cresça abundantemente e ordenou a participação de todos para isso. Pois, povo de Deus tem que crescer e não diminuir. Crescer como família, como Igreja, como Nação Santa de Jesus aqui na terra.
c. Levem a paz: “Procurai a paz da cidade e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz.” (29:7). Os exilados deveriam levar a paz não a guerra e empenhar para que haja paz. Para isso deveriam orar pela cidade, pois assim o mal se reverteria em benção. “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;” (Mt 5.43-44).
2. Uma declaração dos motivos para as ordens de Deus (8-14).
a. Para que tenham firmeza: “Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhadores, que sempre sonham segundo o vosso desejo; porque falsamente vos profetizam eles em meu nome; eu não os enviei, diz o SENHOR.” (29:8-9). A orientação era que se apegassem a Deus e deixassem de ouvir os falsos profetas. No meio do povo, tanto no grupo que ficou em Jerusalém quanto o grupo deportado para a Babilonia, haviam alguns que se diziam profetas de Deus (como Hanani cap. 28) que anunciavam um rápido regresso ao país. Por isso a carta orientava que os exilados não se deixassem enganar pelos profetas que sonham segundo seus desejos.
b. Para que tenham esperança: “Assim diz o SENHOR: Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar” (29:10). Deus revelou um futuro e uma esperança. Setenta anos era o limite, o tempo de Deus para um novo horizonte. Tempo que Deus já havia estabelecido e anunciado anteriormente (Jr 25.11-12). Portanto teriam que aguardar com paciência a restauração sem atos precipitados. O princípio não é a inércia, nem tampouco o desespero, o suicídio ou loucura, mas, a fé no futuro que Deus marcou.
c. Para que tenham paz em mim: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais...farei mudar a vossa sorte; congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar donde vos mandei para o exílio” (29:11-14). Deus tem planos para abençoar e não para fazer mal. As Escrituras afirmam em Isaías que Deus trabalha para aqueles que nele esperam (Is 64:4). Baseado nesta benção Paulo afirma: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito...”. (1Co 2.9-10. O salmista depois de ver seu povo livre do cativeiro proclama: “Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres” (Sl 126.1-3). Deus certamente cumprirá em nós a sua obra, pois Ele tem pensamentos de Paz (v11). Mas, para isso deveriam buscar a Deus de todo o coração (v13).
Conclusão: Deus ama profundamente o seu povo. Mas, a Palavra profética é como fogo no coração. Pode, acender a chama daquele que é tocado, mas também pode acender a ira naquele que se fecha. Jeremias pregou e alertou a nação, mas, as autoridades e o povo não receberam as suas mensagens, por isso foi rejeitado, perseguido e preso. No entanto, Jeremias também fala de um tempo, no futuro, em que Deus faria uma nova aliança com o seu povo. Essa aliança seria cumprida de livre e espontânea vontade, pois a lei de Deus estaria gravada, não em pedras mas, no coração dos homens (31.31-34).
Deus abençoe
Pr saulo césar- ICE Campo Grande
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