quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O SALVADOR MORA AO LADO

Mas, o maligno também
Mc 5.1-20

Max Lucado na primeira parte do livro ”O salvador mora ao lado” foca a questão que “não existe alguém que Jesus não deseje tocar”. No capitulo que trata sobre pessoas atormentadas ele cita o texto acima que acabamos de ler. Ao ler o capitulo, também o texto bíblico e verificando todo o contexto da história observei que: Realmente o Salvador mora ao lado. Jesus morava em Cafarnaum, bem ao lado de onde morava o homem endemoninhado, era só atravessar o lago de genesaré e um estaria na terra do outro. Mas, apesar do homem estar tão próximo de Jesus o mal também estava presente na vida dele. Esta é uma realidade que precisamos atentar. Por isso que Pedro avisa: “Estejam alertas e vigilantes porque o diabo vosso adversário, anda ao redor, como um leão que ruge, procurando alguém para devorar” (1Pe 5.8).
No encontro de Cristo com o homem endemoninhado ficam bem claras as seguintes situações:
Primeiro vemos:
1. A atuação do mal (maligna) na vida do homem (1-5).
· Os gerasenos viviam na costa da Galiléia, na outra margem do lago, tão próximo de cafarnaum, mas uma terra de pagãos. Ao desembarcar, logo no segundo versículo, para os olhos do narrador, desaparecem os que acompanham Jesus. Marcos faz o relato focando somente em Cristo e o homem endemoninhado. Trata-se de um caso extremo de destruição da personalidade, de demonstração atrevida do mal sobre a criação de Deus. Sem máscaras e com caprichos.
a. O maligno toma posse, oprime, tortura e destrói;
· O homem, assim que Cristo desembarcou, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro. Este logo não indica um encontro casual, mas aguardado. O estado dele não é resultado de devaneios, pois sua duração era prolongada. E pelo fato de dele sair dos sepulcros, ou seja, grandes cavernas existentes nas rochas indicam que ele habitava neste meio. Ali nos depósitos de ossos humanos, indigentes que tinham mais esperança de vida e possessos de espíritos imundos, faziam suas moradas. O efeito era uma separação de Deus sem esperança. Este jovem era a personificação ambulante do homem sem Deus. Ele era perseguido, oprimido, torturado, enlouquecido e arruinado por uma horda de espíritos de todos os tipos.
b. Levando a autodestruição, inquietude e isolamento;
· Quando ão conseguimos lidar conosco mesmos, com nosso coração e nossos impulsos a conseqüência é um comportamento contraditório e auto-destrutivo. Tornamo-nos insuportáveis para nós mesmos e para os outros. Esta condição é repetida várias vezes para se explicar que, mesmo que os parentes e amigos tentassem segura-lo no convívio social, “nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo”. É evidente que sua convivência com outras pessoas se tornara impossível devido à sua agressividade . O v. 4 narra as tentativas frustradas de dominá-lo: porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras. À sua volta havia medo e ódio. Por isso foi expulso, e nu entre os demônios só lhe restaram as cavernas dos túmulos.
· Muitas vezes, as pessoas angustiadas por viverem envolvidas com endemoninhados também se tornam cruéis e passam a tratar com crueldade pessoas assim. E nós, como lidamos com casos como estes? Para estes insuportáveis é que Jesus existe.
Depois vemos:
2. A ação de Cristo (abençoando) a vida do homem (6-13).
· Quem nunca enfrentou uma tempestade? Não necessariamente no mar, mas também em terra. Jesus tinha acabado de mostrar seu poder sobre o mundo natural ao controlar os ventos e as ondas do mar agitado: “Aquietai-vos!” disse ele, silenciando com uma palavra a tempestade. Contudo há algo muito mais feroz e aterrador do que os fortes ventos e ondas grandes ondas do mar. Isso porque o cenário da luta não é a natureza, mas a alma humana.
a. Jesus com seu poder expulsa o mal;
· Ao serem colocadas juntas, a ação e o domínio sobre a natureza e o livramento do homem das garras do maligno, testificam que Jesus é o Senhor é tem poder tanto sobre o mundo natural quanto o sobrenatural. Aqui o Cristo precisa realizar uma obra muito mais poderosa do que aquela consumada em alto mar. Ele enfrentará a agitação mais intensa, a fúria muito mais desenfreada e o mal mais ardiloso e enganador
· Se quando eles partiram “era já tarde” (4.35), agora deveria ser noite, e tudo o que segue deve ter sucedido no escuro: Quando, de longe, viu Jesus ccorreu e o adorou, pondo-se de joelhos. É como se um ímã tremendo o puxasse de modo irresistível para os pés de Jesus. Um tirado do meio dos sepulcros, pois quando o mais forte chega, requerendo a adoração. Eles se apresentam “com as mãos para cima”. Não é visto um ataque furioso do Senhor APENAS A ORDEM: ESPIRITO IMUNDO SAI DESTE HOMEM (8). “Que tenho eu contigo”? A expressão denota o grito de alguém que tem de se submeter a força. É uma oposição e não boas-vindas. É o condenado que reconhece seu carrasco e faz um gesto automático de defesa. Para escapar ao mais forte que quer pegá-lo, ele tenta usar o nome como um amuleto: Jesus, Filho do Deus Altíssimo. Conjuro-te por Deus que não me atormentes! Conjurar o Filho de Deus em nome de Deus seria uma idéia absurda e inútil!
b. E traz liberdade ao que estava oprimido;
· Enquanto que outros casos de expulsão de demônios por meio de Cristo foram realizados nas sinagogas ou nas cercanias do Templo, este ele está num ambiente pagão. Pois, o povo do lugar trabalhava na criação de porcos. Qual é o teu nome? Legião é o meu nome. “Legião” enfatiza uma “força de ocupação” um número muito grande e poderoso. Era comum quando a tropa ocupava todo o espaço. Mas, mesmo que tinha ocupava o terreno, tinha de se render. É digno de nota que Jesus não padroniza nenhum método nem tampouco dá nenhuma formula mágica para expulsar demônios. Jesus não precisa do nome do inimigo para vencê-lo, ele não perguntou por não saber, mas para demonstrar que tudo tem de ser entregue a ele, pois já chegou como vencedor. Tudo o que aconteceu foi única e exclusivamente para demonstrar sua grandeza e seu poder.
· A perda de uma vitima significa para os poderes das trevas, uma derrota, pois perderia o domínio. Mas, quando os demônios pedem que não os mande para fora do país e sim lhes permitam que entrem nos porcos já não consideravam mais a hipótese de perder terreno, mas sim, a de desaparecerem da terra.
Por que Jesus permitiu que os espíritos passassem para os porcos?
· Calvino considerou que Jesus pode ter sido enganado pelos demônios, pois ao destruir a manada, eles conseguiram que Jesus fosse expulso da região.
· Outros dizem que foi Jesus quem enganou os demônios, pois eles ficaram sem hospedeiros, e tiveram de ir para o abismo.
· Ainda outros viram na destruição dos porcos uma ação que simbólica a purificação do paganismo.
Mas, concordo com aqueles que entendem que a permissão de Cristo foi para destacar o mal que os demônios faziam na vida do homem. A vida que ele levava era tão miserável e atribulada que nem os porcos suportaram. A legião que saiu do homem fez com que uma manada de 2.000 animais se lançasse abismo abaixo.
Tão grande era a tribulação desde homem tal qual a libertação e salvação dada a ele.
Por último vemos:
3. A vida (liberdade) com Deus (14-20).
Os porqueiros fugiram e o anunciaram na cidade e pelos campos. Então, saiu o povo para ver o que sucedera. Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram.
a. O liberto transmite paz, saúde e lucidez;
· A salvação aconteceu. Aquele homem dos túmulos lhes parece como alguém que ressuscitou dos mortos. Ele está sentado com dignidade humana, e não tem mais ataques e convulsões na imundície, aos brados. Não é preciso dizer mais nada sobre Jesus, o aspecto do homem diz tudo: este Jesus rejeitado é a fonte da verdadeira humanização. Ele é quem faz do endemoninhado um novo homem.
b. Anseia estar com Cristo e anuncia a salvação recebida;
· A história, porém, termina com um quadro positivo. O homem que foi liberto quer tornar-se discípulo e abandonar o país com Jesus. Jesus, porém, não lho permitiu. Mas, disse vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti.
· Ele não era nem discípulo nem apóstolo, mas indicou que existe um Deus que quer tirar o mundo do caos, que não envia sua criatura aos sepulcros e não a maltrata, mas que suporta os insuportáveis e os torna novamente suportáveis. É este poder absoluto de Deus que ancora, por meio de Jesus, na margem da nossa impotência. Se Jesus é vitorioso sobre este ápice de poder satânico, então ele também está à altura de todos os graus e degraus abaixo deste ápice. Então também podemos ter esperança em meio à total confusão interior de um viciado, a famílias falidas ou a sobrecarga profissional e a outras crises da vida.
· Os criadores de porcos correm para a cidade e contam o que presenciaram. Todo o povo corre para fora ao encontro de Jesus. Contudo, não para dar-lhe as boas vindas como vitorioso sobre os demônios, mas sim pedir-lhe que se afaste da sua região. Não porque Jesus seria culpado da destruição de dois mil porcos e sim porque vêem o que tinham dentro de si a “legião de demônios”, agora sentados vestidos e normais, e têm medo. Contudo o povo não se alegra. Não reconhecem nessa cura maravilhosa que um profeta de Deus veio até eles. Apenas ficam apavorados com o acontecido e pedem: “Afaste-se de nós.
CONCLUSÃO: Que contraste enorme há nessa história da cura dos endemoninhados em Gadara, entre o seu início e o final.
No início a noite terrivelmente sombria e escura – no final luz e brilho do sol.
No início inferno furioso – no final uma imagem de bem-aventurança celestial.
No início um homem sem roupa e sem casa, habitando entre cavernas e túmulos junto de cadáveres, sendo piores que bichos, vítimas de muitas dores e fúria violenta, afligidos e torturados por milhares de maus espíritos, um comportamento feroz e incomum, em suma, um espetáculo horrível do terror do inferno, um pavor chocante para toda a redondeza, temido acima de tudo. – No final um curado e calmo, vestidos e sensatos, cheios de palavras cordiais de gratidão, livres e soltos, servidores do Altíssimo.
Deus abençoe
Pr Saulo César - ICE Campo Grande

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