segunda-feira, 1 de junho de 2009

Os Culpados, onde estão?

Os 5.15-6.11

O livro de Oséias apresenta o triste quadro do relacionamento do povo com Deus. De um lado vemos Deus, através do profeta tentado levar seu povo à razão e ao arrependimento. Do outro lado vemos o povo, os príncipes e as autoridades religiosas, totalmente desviadas e sem a mínima vontade de aproximação. A vida sacerdotal foi descrita “Como bando de salteadores que vivem escondidos esperando a vitima” e as abominações que praticavam causavam repudio ao Senhor: “vejo uma coisa horrenda (algo que causa arrepio) na casa de Israel: ali está a prostituição. Israel stá contaminado” (Os 6:9-10).
A nação vivia uma situação como a descrita por Paulo em sua carta aos romanos: “como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios” (Rm 3:10-13).
Podemos pressupor que Deus através do profeta perguntava: “onde estão os culpados? Alguém assume a culpa?” E também considerava: “Os fatos foram colocados”. Assim “vou deixar vocês para que se reúnam e que achem os culpados”.

Partindo desta apresentação, o texto nos ensina as seguintes lições:

1. O que Deus espera (5.15).
Reconhecimento da culpa e arrependimento dos pecados. Arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou atitude contrária, oposta àquela tomada anteriormente. Diferentemente do remorso que leva a auto-flagelação e até ao suicidio como levou de Judas depois de trair a Jesus, o arrependido percebe o mal que fez decide mudar de vida para não mais causar o mal que anteriormente praticou como no caso de Pedro que se arrependeu depois de ter negado a Cristo. Li duas frases que me chamaram atenção sobre valor do arrependimento. A primeira é que “O arrependimento é a chave que abre qualquer fechadura”. A segunda diz que “mais vale um PECADOR arrependido, do que um ANJO mal intencionado”.
A verdade é que muitas vezes, se prefere viver um estado de erro a admitir uma culpa ou uma mentira. Ouvi uma história de uma jovem que quando era criança, ao tomar água em uma nascente pensou ter engolido um filhote de cobra. A partir daí passou viver uma história de fantasia, ou seja, ela acreditava que tina uma cobra na barriga. Sua vida se tornou sofrida e amargurada. Foi levada a vários médicos e muitas radiografias e exames foram feitos sem nunca detectarem nada de anormal. Porém, um médico ao ver seu estado, disse a família que poderia tentar cura-la através de uma cirurgia, fazendo-a crer que a cobra foi tirada. Depois da cirurgia feita ela recuperou sua saúde e passou a viver uma vida normal. Um dia, numa briga entre irmãos, alguém disse: você é mentirosa. Você dizia que tinha cobra na barriga e não tinha nada. Mas, eu tinha o medico tirou. O médico mentiu te enganou. Então ela voltou a adoecer e morreu. Da mesma forma, nos tempos de Cristo MUITOS SE AFASTARAM DELE Dizendo duro é este discurso.
Em meio a tanta apostasia e mistura religiosa. Deus declara ao povo que retirará sua presença até que tenha lugar um verdadeiro arrependimento.

2. O que Deus ouve (6.1-3).
Um apelo interesseiro, imediatista e superficial. Uma oração que saia dos lábios e não do coração. O povo de Israel e de Judá voltaria ao Senhor para receber benefícios imediatos. A atitude deles é descrita em 6:1-3: Deus nos castigou e nos curará. Voltando para ele hoje, ele já restaurará as bênçãos em dois ou três dias. Deus reconheceu a insinceridade desse "arrependimento" e comparou o amor do povo com a nuvem da manhã ou o orvalho da madrugada. Amor que dura pouco tempo.
Israel agiu como um camaleão, conhecido por mudar a sua cor para se adaptar a um ambiente ou a uma situação. Porém com Deus não se brinca. Para Deus não se mente. Deus nunca é enganado.
Existem tantas feridas que precisam ser tratadas. Mas, como trata-las se nossa oração e nossa comunhão com o Pai são fundamentadas em interesse e o nosso amor é passageiro como a nuvem e o orvalho que logo passa? Jesus disse: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

3. O que Deus quer (6.1-3).
A busca da misericórdia e do pleno conhecimento. Que sejam misericordiosos e busquem o seu conhecimento. Pois quem faz a boa ação pela misericórdia não sente o peso do sacrifício. Deus queria misericórdia e conhecimento, não sacrifícios e holocaustos. Sacrifícios e holocaustos serviam para aplacar a ira de Deus quando o povo pecava. Mas, se tivessem a misericórdia e o conhecimento evitariam os sacrifícios.
Podemos entender esta atitude de Deus fazendo uma simples comparação com pais e filhos. Quando um filho desobedece e volta aos pais para pedir desculpas, os pais perdoam. Mas, todos os pais preferem que os filhos obedeçam para não ter a necessidade de pedir perdão.
Deus quer abençoar. Deus quer perdoar. Deus quer salvar. “Naquele tempo, serei o Deus que atende: atenderei as orações do meu povo. Plantarei o meu povo na Terra Prometida para que eles sejam a minha própria plantação. Amarei aquela que se chama Não-Amada; para aquele que se chama Não-Meu-Povo eu direi: “Você é o meu povo”, e ele responderá: “Tu és o meu Deus” (Os 2. 20-23 NTLH). “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2:13). “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,” (At 3:19 ).
Deus vos abençoe

Pr Saulo César da Silva - Ice Campo Grande- Ms

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