Os 1.1-3.5
Amalgamar significa juntar, misturar, estar ligado (ex durepox). Oséias foi profeta do Senhor em Israel cerca de 60 anos (740 a 722a.C), época em que havia muito luxo e riqueza. A mente e o coração do povo se misturavam com deuses pagãos e o sincretismo religioso e zelo pela Palavra de Deus era negligenciado e tolerado até pelas autoridades religiosas. A religião havia se tornado um mero formalismo. O povo ao invés de AMALGAMAR COM DEUS ESTAVA AMALGAMADO COM OUTROS DEUSES.
Para trazer este povo ao arrependimento Deus chamou Oséias. E para que ele entendesse na pele a situação o relacionamento do povo com Deus ele teve que se amalgamar com Deus. Ou seja, Oséias teve que Experimentar o que Deus experimentava.
Neste texto vemos Oséias provando três sentimentos que Deus provou.
1. Oséias teve que provar do AMOR (1-4).
Amor oferecido ao pequeno e necessitado. Como é difícil amar alguém desprezado, rejeitado que foi colocado à margem da sociedade. Deus demonstrou um amor assim quando tirou Israel da escravidão do Egito conduzindo-o para a Terra Prometida, mesmo sendo Israel a menor de todas as nações, como relata em deuteronômio, fica bem claro que este ato foi porque Deus os amava (Dt 7.7-8a). Este amor também é demonstrado na relação Deus para com os pequenos e rejeitados tais como: no encontro de Jesus com a mulher samaritana, com a mulher adúltera, os publicanos Mateus e Zaqueu. Da mesma forma, podemos pressupor que Deus, quando faz o pedido a Oséias casar-se com Gômer, uma mulher que vivia num ambiente de prostituição, queria que o profeta tivesse o mesmo sentimento que Deus teve, ou seja, o sentimento de amar aquele que não merecia seu amor e também que não poderia dar nenhuma garantia do retorno afetivo.
O casamento de Oséias com uma mulher sem moral, apesar de alguns pensarem tratar-se apenas de uma parábola, entendo que realmente aconteceu, pois, este serviria de exemplo para ilustrar o grande amor de Deus para com uma nação que ele tanto amou e o desprezou adulterando com outros deuses. Por outro lado vemos também que, ao mandar Oséias casar-se com Gômer, automaticamente Deus está chamando o povo a voltar-se para Ele. Ou seja, deixar os falsos deuses e arrepender-se de seu mau procedimento.
Este casamento representa a relação de Deus com Israel. A fidelidade era somente de um lado. Da mesma forma que Deus amou e foi fiel para com seu povo e Israel se prostituiu com outros deuses, assim também aconteceu no casamento de Oséias. Ele foi fiel e sua esposa adúltera. Ele foi leal e ela o traiu com seus amantes.
Em suma, Deus pede para Oséias casar-se com Gomer para que provasse o que era amar sem ser amado. Amar e não ser correspondido. Ser desprezado por alguém que ele tanto amou.
2. Oséias teve que provar da TRISTEZA (5-9).
Tristeza pelo desprezo de quem tanto amou. Depois de casar-se com Oséias Gômer teve três filhos. Tudo indica que o primeiro do casal Jezrel, que significa "Deus semeia", nasceu num momento em que gozavam da paz e da harmonia do lar. Eram os anos do “primeiro amor” da alegria e fidelidade conjugal.
O nome dado à segunda filha de Gômer Lo-Ruama, que traduzido significa “Desfavorecida ou não amada" indica que Oséias não foi o pai desta criança, pois em contraste com o primeiro Lo-Ruama sugere a rejeição de Gômer pelo marido. Assim também, aplica no relacionamento de Deus com Israel, como foi rejeitado, Deus também não mostraria mais favor (graça, misericórdia) à casa de Israel.
O terceiro filho de Gômer, outro menino, recebeu o nome de Lo-Ami, que quer dizer "Não-Meu-Povo". De novo, tudo indica que Oséias não foi o pai desta criança. O nome, assim como no caso da “Desfavorecida”, também simbolizava a rejeição de Israel por Deus e a desaprovação de Deus em ser tratado com desprezo.
Você já foi desprezado por alguém que amou? Você já amou e não foi correspondido? Era o que Oséias estava vivendo. Ela estava sentindo na pele a tristeza da infidelidade. Experimentando o que era a traição e o desprezo. Vivendo e a tristeza e decepção do Senhor em relação ao seu povo.
3. Oséias teve que provar do PERDÃO (1.9-2.1-3.1-5).
Perdão que resgata e restaura o perdido. Com certeza podemos colocar o perdão como um dos mais nobres dos sentimentos. Perdoar é um ato de amor. Ainda mais quando se perdoa alguém que traiu a nosso confiança. Apesar de ver seu povo afastado e se prostituindo com outros deuses o Senhor na imensa graça promete que mudaria a sorte do povo de "Não-Meu-Povo" para "Filhos do Deus Vivo" e de “Desfavorecida” para Favor. Da mesma forma, Oséias teria vivenciar esta situação, ou seja reaproximar da esposa adúltera oferecendo-se o perdão.
A ordem que Deus deu ao profeta (Os 3.1-5) “ama uma mulher” (1) deve significar a mesma mulher, ou seja, aquela que o tinha abandonado. Ao profeta é ordenado não só que a receba de volta, mas que continue a amá-la. Para isso ele teria que resgata-la, pois depois de abandoná-lo, estaria ela sido levada à posição de escrava-concubina de algum outro homem. A total indignidade de Gômer intensifica a misericórdia que lhe foi mostrada; Figurando um apropriado emblema do amor de Deus para com Seu povo.
O valor do resgate, quinze barras de prata e cento e cinqüenta quilos de cevada era o preço pago a um escravo estipulado em Êx 21.32. Neste resgate fica claro que o preço foi pago o escravo foi conduzido ao lugar de honra, porém há uma clausula fica evidente, ou seja, ela seria privada da companhia do esposo por algum tempo e neste ínterim deveria o esperar com fidelidade. Isso encontra aplicação natural no castigo que sobreveio a Israel, ao ser privada de suas praticas civis e religiosas durante o período do exílio.
Podemos aplicar este ato de amor oferecido por Oséias a Gomer ao ato de Cristo oferecendo sua vida na cruz para resgatar o pecador que estava na escuridão das trevas e no lamaçal do pecado. Fica claro ato ilustra também o relacionamento de Cristo com a Igreja resgatada no período que antecede seu retorno. Pois, num período de tempo a igreja, mesmo salva e libertada fica desprovida da presença física de Jesus Cristo, porém com a promessa de permanecer fiel e imaculada enquanto aguarda a volta do Amado Esposo. No final, assim como Israel, a igreja será completamente conduzida a presença gloriosa de Cristo.
Deus te abençoe
Pr Saulo César - Ice Campo Grande
Caro Pastor Saulo,
ResponderExcluirSei que para um pregador separar a honra do homem da Honra de Deus é algo mais do que necessário, todavia não poderia deixar de comentar que o sermão de domingo foi muito bem feito, preparado e apresentado.
Deus continue lhe abençoando e com isso abençoando a nós todos.
Alexandre Oliveira