quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Eu e Minha Casa" Josué 24.1-17

Uma tomada de Posição
Tem um cântico chamado “Hoje é tempo de louvar a Deus”. Gosto muito deste cântico, pois apesar de antigo, entendo que é atual. Hoje é dia de louvor, pois, “é um dia que o Senhor fez”. Hoje é tempo de louvar porque se “não fosse o Senhor nossos inimigos já teriam nos engolido vivos”.
Mas, além de louvar, hoje também é dia de tomar uma posição diante de Deus. De ver como está nossa vida e de acertar aquilo que não está em acordo com sua vontade. Israel estava diante de uma grande decisão e a posição de Josué fez com que tomasse o caminho certo.

Josué assumiu a posição de líder do povo.
Josué foi testemunha das maravilhas e dos livramentos do Senhor desde o Egito até aquele presente momento. A geração que ali estava não passou por estas experiências, pois tinha nascido no deserto. Por isso, para que o povo tomasse o caminho certo, Josué relata tudo o que Deus fez no passado (5-13).

Josué assumiu a posição de líder de sua família.
O povo poderia decidir entre servir ao Senhor e servir aos falsos deuses. Como líder e pai de família Josué convoca a todos para não servirem aos deuses dos lugares de onde viveram seus pais nem aos deuses de Canaã onde agora estavam habitando. Josué fez um grande desafio “Escolham hoje a quem sirvais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (24.15).
Josué dá ao povo "liberdade de escolha", mas o faz de uma maneira tal que não deixa nenhuma duvida de qual era o caminho certo a seguir. Sempre temos decisões a tomar. O nosso amanhã depende da decisão que tomarmos hoje. Escolha o certo escolha Deus.

Deus Abençoe
Pr Saulo César

sábado, 18 de julho de 2009

A OVELHA PERDIDA

"O Senhor é meu Pastor"
Lc 15.1-7

· No oriente, até hoje, quando se convida alguém para tomar uma refeição em sua casa é motivo de grande honra. Representa uma oferta de paz, confiança e amizade. Compartilhar da mesa significa compartilhar da vida. Desta forma as refeições de Jesus com pessoas do tipo de Mateus e de Zaqueu, chamados de publicanos e pecadores, eram motivos de escândalo entre os fariseus e escribas.
· O grupo que murmura sugere “quem come com pecador também é pecador”. A palavra “este” usada pelos adversários denuncia a maldade oculta na mente. Quando se despreza alguém, até o nome se evita pronunciar. "Este", o qual nem queriam falar o nome, busca comunhão na mesa com a ralé mal-afamada.
Em resposta a critica dos fariseus e dos escribas Jesus apresenta três parábolas. A primeira delas é da ovelha perdida.
Nesta parábola duas figuras se destacam:

1. A PRIMEIRA É A FIGURA DO PASTOR:
· Quando se conta uma história de pastor e ovelhas para um auditório composto de Judeus pode se esperar um excelente resultado. Em nenhuma outra cultura a relação pastor e ovelha é tão intima e respeitada como na cultura judaica. Abraão, Isaque e Jacó os grandes patriarcas de Israel viviam pastoreando suas ovelhas como nômades pelas terras da palestina. Moisés e Davi dois dos grandes nomes da historia de Israel, um como libertador e outro como rei, também foram pastores. O próprio Deus é chamado de Pastor “O Senhor é meu Pastor”, no salmo 23. Assim a figura do pastor era símbolo de nobreza e respeito.
· Porem muitos dos que ali estavam reverenciava só o símbolo do pastor, mas, não respeitava o oficio do pastor. Muitos daquele grupo de fariseu e escriba que estavam ali frente a frente com Cristo chegavam até desprezar os pastores por acharem que eram imundos por que cuidavam de animais.
· Outro fator cultural que precisa ser considerado é que no tempo e contexto em que a história foi contada, um homem que possuía cem ovelhas era considerado rico, sendo assim não era ele quem pastoreava as ovelhas, mas um dos seus pastores.
· Outro fator que deve ser considerado é que havia vários grupos de pequenos criadores, que possuíam em média de 10 a 15 ovelhas, estes se ajuntavam em cooperativas e assim contratavam pastores ou dividiam entre eles o trabalho.
Por isso quando Jesus diz: Qual dentre voz tendo cem ovelhas e uma delas se perde não vai atrás desta até encontrá-la ele enfoca o Oficio do pastor, a responsabilidade do pastor e o amor do pastor.
a. Seu ofício; Um ofício desprezado, pois na teoria havia muita reverencia aos Grandes Pastores da história, porém na pratica ninguém queria ser pastor e desprezavam aqueles que eram pastores;
b. Sua responsabilidade: Partindo do pressuposto que aquele que cuidava de cem ovelhas era um servo ou dono de apenas uma pequena parte do rebanho, sua função era de grande responsabilidade, pois cuidava de ovelhas que não lhe pertencia. Jesus ultrapassa a barreira da preocupação com o bem material e aplica a busca não ao dinheiro, mas a responsabilidade da guarda e do cuidado pastoral. O pastor da história pode não ser o dono das ovelhas, mas também não é um mercenário. Comentaristas sugerem que ele contou o rebanho no deserto e não no aprisco, tendo notado a falta de uma deixou as outras com pastores responsavéis para que estes as conduzissem para um lugar seguro.
c. Seu amor: Em tomar contar das ovelhas do seu Senhor como se fosse sua. Em levá-las para os pastos verdejantes e guia-las para junto das águas de descanso. Em contar uma por uma, quando todas elas são colocadas em segurança no aprisco. Em sair em busca da desgarrada até encontrar-la.

2. A SEGUNDA É A FIGURA DA OVELHA:
· Uma ovelha desgarrada: Uma ovelha desgarrada do rebanho e longe do pastor torna-se uma presa fácil para os lobos e os ladrões “o ladrão vem para roubar matar e destruir”. Aqueles que têm experiência em pastoreio de animais comentam que a ovelha é a mais indefesa de todas as criaturas. Perdida não consegue retornar para casa, fica desorientada e incapaz de se defender. Quando não morre de fome, morre ataca por animais. Por isso o pastor, assim que percebe sua falta precisa sair urgentemente a sua procura ATÉ ENCONTRÁ-LA.
· Uma ovelha encontrada: Encontrar uma ovelha perdida é motivo de grande alegria primeiro para o pastor, pois conseguiu encontra-la antes que morresse de fome, fosse roubada ou morta pelos animais. Além disto, a alegria também está no fato de que o objeto da procura foi achado. Um bem valioso, um bem que estava sob sua inteira responsabilidade. Um bem encontrado depois de empreender um grande esforço. A alegria é necessária, pois seria o combustível para fortalecer o caminho da volta. Mas, além do pastor a alegria do encontro é estendida à comunidade, pois quando se perde uma ovelha, todos perdem, não somente o pastor, mas o grupo, a família, o corpo. Não se apascentam ovelhas sozinho, é necessário um grupo de responsáveis. Na ocasião da perda, ao sair para a busca, o pastor deixa outros para cuidar do grupo. Estes avisam todos sobre a perda e dos perigos que correm a ovelha e também o pastor que foi a sua procura. Há perigos enormes no caminho. O pastor a ovelha são e salvos é motivo de muita gratidão, muita festa, muita comunhão.
Assim Jesus mostrou ao grupo que murmurava que não havia razão para reclamar e sim de se alegrar, pois a ovelha que estava perdida foi encontrada.
· Uma ovelha restaurada. Fica bem claro que a restauração é física e espiritual. A restauração física que se inicia no toque do pastor, seu abraço, sua unção passando óleo sobre os ferimentos e sua disposição em carregar sobre os ombros a ovelha desnutrida e sem forças. Porém há também o desgaste físico do pastor. Este desgaste aponta para a cruz onde Jesus carrega sobre o seu ombro o fardo do pecado restaurando o pecador com o pai. Ele sofre para realizar esta tarefa porem realiza com alegria. A restauração espiritual acontece porque a ovelha encontrada é imediatamente conduzida à comunhão com o pastor e com a comunidade. No entanto, a ovelha, também tem um preço a pagar pela restauração. A restauração é uma resposta ao arrependimento. Por isso foi necessário antes da restauração o aceitar da culpa. Diante da imensa graça e do esforço empreendido pelo Pastor a parte que cabe a ovelha, mesmo sendo importante, é incomparavelmente menor. A ovelha nada fez para que o pastor iniciasse a busca, a não ser o fato de ter se perdido. Porem o fato de ter sido encontrada significa estar arrependida.
· Agora a extensão da festa não fica somente no âmbito terreno, mas se estende até o céu. A salvação de uma pessoa perdida é celebrada no reino de Deus como o mais ditoso dos acontecimentos. Uma alma vale mais que o mudo inteiro.
· CONCLUSÃO: Em suma ao contar está parábola Jesus revela o seu grande amor pela alma perdida e por aquele que está à margem da sociedade.
· Revela também a responsabilidade do pastor e da igreja em apascentar as ovelhas e ir atrás daquela que se perdeu no caminho.
· Mas também fica aqui um alerta para a ovelha inconstante e desatenta. A ovelha desgarrada além de proporcionar preocupação na igreja também causa preocupação no céu. Ela pode causar a sua própria morte, a morte do pastor e a tristeza da comunidade.
· Por último, fica claro o aviso sobre a necessidade de reconhecimento do pecado e conversão daqueles que se consideram “justos”. Não há um justo. Há sim, pessoas que não se arrependem de suas injustiças. Os “justos” não necessitam de arrependimento. Porém aqueles que se arrependem são justificados. O grande perigo é que enquanto há festa no céu pode haver murmuração e reclamação na terra.

Deus abençoe
Pr Saulo César