terça-feira, 18 de maio de 2010

O Legado


O legado de Cristo
1Pe 4.1-6


Legado é um bem que alguém deixa para as gerações futuras. Pensando nisso o salmista escreveu: “Recebi os teus testemunhos por legado perpétuo” (Sl 119.109-111).
A primeira carta de Pedro é chamada “a epistola da esperança”. Pois ela traz esperança aos crentes que viviam num ambiente de sofrimento e numa expectativa de que este sofrimento iria aumentar. Uma esperança viva baseada na vida, ressurreição e volta de Cristo.
• Pedro enviou esta carta de Roma por volta de 64 d.c., aos cristãos, judeus e gentios, que viviam no norte da Ásia Menor (hoje a Turquia). Cristãos que estavam a cerca de 1600Km espalhados nas províncias do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (1Pe 1.1). Nero era o imperador da época.
Entre suas crueldades destacam-se as seguintes:
1. Prender os crentes e coloca-los nos postes pegando fogo para iluminar a cidade.
2. Incendiar Roma para que o fogo o inspirasse à escrever um poema.
3. Colocou a culpa do incêndio nos cristãos. Estes odiados foram crucificados e mortos por feras.
• O apóstolo procurou levar seus leitores a refletirem sobre dar testemunho, mostrar alegria e a terem coragem em meio ao sofrimento. Principalmente porque a causa deste sofrimento era por estarem fazendo o que era certo. Ou seja, seguindo a Cristo.

Mas, para enfrentarem as dificuldades Pedro dá a eles dois conselhos:

1. ARMEM-SE (v. 1-4) - Armem-se do pensamento de Cristo.
• O termo militar armar-se, muito usado nos campos de batalha, dá a idéia de equipar-se com armas. Neste caso, como foi empregado, mostra a necessidade de estarem armados, pois estavam envolvidos em uma guerra. No entanto, as armas que deveriam ser usadas neta guerra não eram as convencionais como a lança, e a espada e sim as armas divinas, aquelas que Cristo usou. Pedro que em outros tempos teria mandado desembainhar as espadas para a luta, como foi sua atitude no episódio da prisão de Jesus (Jo 18.10), agora orienta, não para se armarem de espadas, e sim “da mente de Cristo”.
a. Que sofreu na carne para que vencessem as tentações futuras (v.2).
• Se os sofrimentos provocaram a morte do Senhor, dando solução ao problema do pecado. Para eles, os sofrimentos presentes ou futuros são sinais da identificação com Cristo e um meio de adquirir a santificação. Pedro exorta para compromisso da vida cristã para “o tempo que resta na carne”, ou seja, o tempo da vossa vida. Esta exortação era para mostrar como deveriam se portar a partir do momento que se converteram a Cristo até o dia do encontro com ele, ou seja, teriam que viver o cristianismo na prática. Eles teriam que escolher entre continuar nas mesmas práticas que tinham antes, descritas a seguir no verso três ou satisfazer a vontade de Deus e viver de acordo com os princípios estabelecidos por Ele. Estes mesmos pensamentos também estão nos escritos de Paulo diz: “Antigamente vocês viviam na escuridão; mas, agora pertencem ao Senhor. Por isso vivam como pessoas que pertencem à luz,” (Ef 5.8).
b. Que sofreu na carne para que fossem libertos das paixões mundanas (3).
• Pedro procura trazer à memória dos seus leitores a vida que tiveram no passado. Com ironia ele enfatiza que esse tempo já foi o bastante, pois levavam uma vida desprezível, insignificante e sem valor. Este tempo, que eram adeptos às paixões mundanas não resultou em nada, portanto não deveria ser seguido.
c. Que sofreu na carne para que suportassem as provações do presente (v.4).
• A expressão “por isso” representa uma seqüência lógica de vida. O rompimento com o modo de vida dos gentios seria dizer não, a tudo que eles achavam normal. Esta mudança de vida dos seguidores de Cristo aos que foram seus companheiros de orgia causa choque. Um choque tão grande que, surpresos falam mal e perseguem aqueles que não participam das suas festas. Podemos imaginar a situação vivida por eles. Poderiam estar sendo acusados de orgulhosos e de não seguirem os costumes. O termo concorrer significa andar junto, concordar e estar em harmonia com outro. A idéia aqui é que querem a companhia dos crentes, para concorrerem com eles em busca dos vícios e paixões, atirando-se no mesmo lodaçal de deboche esses escreve Pedro “como brutos irracionais, falam mal daquilo que não entendem e na sua destruição também hão de ser destruídos” (2 Pedro 2.12). A resposta deles àqueles que lhes causavam dor deveria ser o exemplo deixado por Cristo
2. CONSOLEM-SE (v. 5-6) - Consolem-se na esperança de Cristo.
a. Porque todos terão que prestar contas (5).

• O acerto de contas certamente virá, diz Pedro. O termo usado aqui dá idéia de pagamento total daquilo é devido. Cada homem será julgado de acordo com as suas obras, porque sua vida será aberta como um livro. João escreve: “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.” (Ap 20.12). E as tentativas de defesa serão vãs, pois o débito é imenso.
b. Ao que é competente para julgar (5).
• Tanto o Pai quanto o Filho serão o Juiz daquele grande e definitivo dia. Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos (At 17.31). Talvez, o pecado seja esquecido pelos homens, mas Deus haverá de relembrar tudo quanto foi praticado, a fim de que se manifeste a justiça.
c. E que dá a recompensa ao justo (6).
• Pedro, além de tudo que foi dito, ressalta algo muito importante, ou seja a recompensa do justo. Aqueles que hoje estão mortos ouviram a pregação do evangelho quando ainda vivos. Por causa de haverem confessado a Cristo, quando viviam, foram julgados e condenados pelos homens e "de acordo com os padrões dos homens". Viveriam segundo Deus no espírito. Ou seja, viveriam como Deus vive, isto é, eternamente. Aquele Juiz competente (v. 5) recompensaria a todos os que permaneceram fiéis nas promessas do Senhor. Entendemos que durante todo o contexto Pedro procurou trazer uma forma de consolo em meio ao sofrimento, dai a necessidade de se falar sobre os que já haviam partido. Pois qual o maior consolo para os que estão vivos, senão saber que seus irmãos que morreram, depois de passar tantas dificuldades físicas, vivificados no espírito. A resposta deles àqueles que lhes causavam dor deveria ser a esperança que tinham em Cristo.
• Cristo deu o exemplo sofrendo na carne, para que fossem libertos das paixões mundanas no passado. Agora eles deveriam armar-se do mesmo pensamento, para vencerem as tentações futuras, não levando em consideração as provações do presente, pois o consolo virá mediante o justo juízo de Cristo.
Deus abençoe
Pr Saulo César

Dia das Mães

B o n s E x e m p l o s
2Tm 1.5

• O apóstolo Paulo, homem tão admirado por tantos Cristãos, também tinha um homem que ele admirava. Quando a igreja em Corinto enfrentava sérios problemas como: imoralidade, contendas entre irmãos, divisão. Paulo mandou um jovem em seu lugar. Ele mandou Timóteo. 1Co 4.16-17 "Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores. Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja". Timóteo certamente recebeu muita instrução ao lado de Paulo. Mas, no final da sua vida, Paulo já velhinho, ao escrever ao seu discípulo amado menciona a lembrança que tinha dele. A lembrança que Paulo tinha era de um jovem que possuía uma fé sincera. “a mesma que habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice e que ele também possuía” (2Tm 1.5).

Suponho que se Timóteo fosse relatar os exemplos que teve de mãe na infância ele diria:


Mãe lembro muito bem quando em oração pedia a Deus que me conduzisse sempre pelo Bom Caminho. Contigo aprendi que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Mãe lembro muito bem quando me levava para cama e ao me beijar dizia “Filho, boa-noite, dorme com Deus”. Hoje sinto seus beijos seu amor e Deus ao meu lado.
Mãe lembro muito bem quando me mandou fazer algo e eu desobedeci, levei umas palmadas, chorei muito, mas depois também a vi chorando. Depois aprendi que a minha desobediência causa dor, a Deus, a mim e a ti.
Mãe lembro muito bem quando lia a Bíblia e depois explicava que era a Palavra de Deus. Assim acreditei que Deus existe. Hoje guardo no coração a sua Palavra.
Mãe não me lembro quando estava no seu ventre, porém sei que desde antes de nascer fui amado, pois você me disse depois: “Filho você é minha herança. Um grande presente do SENHOR” (Sl 127.3).
Mãe muitas vezes eu a observei. Hoje agradeço a Deus pela mãe que tenho. Obrigado. Te amo.
As palavras escritas acima podem ser suposições, mas não deixam de servir de lições. Primeiro para que as mães sejam exemplos para seus filhos e segundo que os filhos sigam os exemplos de sua mãe.
• Numa apresentação na igreja um menino esqueceu a parte que ele ia citar das Palavras de Jesus. A mãe dele estava sentada na fila da frente, e não agüentou o constrangimento do filho.
Ela se inclinou em direção a ele e cochichou “Eu sou a luz do mundo”. O menino falou em voz bem alta “Minha mãe é a luz do mundo!”

Deus abençoe mamãe
Pr Saulo César

JOQUEBEDE

O senhor é minha Glória
Ex 2.1-10


• “A mulher de Anrão chamava-se Joquebede, filha de Levi, que deu a luz a três filhos no Egito; Arão, e a Moisés, e a Miriã, irmã deles” (Nm 26.59).

1. A fé lhe deu coragem.
Joquebede tinha uma fé verdadeira. Ela mostrava isso no seu dia a dia. Seu nome: “O Senhor é minha glória". Sua herança era seu filho: “Filho você é minha herança. Um grande presente do SENHOR” (Sl 127.3). Sua situação: Pelo fato do povo de Israel crescer e se fortalecer Faraó viu nele uma ameaça. Faraó pensava "se isso continuar, nos seremos os servos e eles os senhores". Sendo assim, o novo Faraó fez um decreto dizendo que todos os filhos homens deveriam ser mortos ao nascer. Há dois fatos comprovam que Joquebede foi uma Mãe corajosa.
A. Ela manteve o filho vivo mesmo sabendo que poderiam ser mortos. “Pela fé, Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei.
B. Ela confiou seu filho nas mãos de Deus. Quando ele já era grande e barulhento demais para ficar escondida ela fez uma pequena cesta flutuante de bambu, tampou os buracos com piche (asfalto), pôs Moisés dentro e a colocou no rio. Agora estava sob os cuidados de Deus.
2. A fé lhe trouxe bênçãos.
Como sempre, Deus fez uma obra maravilhosa.
• A filha do Faraó foi ao rio banhar-se e, lá, encontrou o bebê Moisés. Em vez de matá-lo, de acordo com o decreto do rei, ouvindo-o chorar, teve compaixão. Escondida Miriã, a irmã de Moisés acompanhava tudo e propôs arranjar uma criada para criar Moisés e quem você pensa que arrumou? Isso mesmo, a mãe de Moisés. Ela criou seu próprio filho para o Senhor, sob o custeio do Faraó.
3. A fé produziu resultados.
• Como são importantes os primeiros anos da vida de uma criança! “Ensina a criança no caminho em que deve andar” (Pv 22.6). As sementes plantadas então no coração inocente brotarão mais tarde, produzindo doces e suculentos frutos de fé, honestidade, fidelidade e amor.
• Joquebede, mãe de Moisés, destaca-se porque soube aproveitar o tempo da infância de Moises. Pensa-se que Joquebede teria convivido com o seu filho Moisés entre seis/sete anos. Mas ela soube aproveitar bem este tempo. Em tão pouco tempo ela incutiu valor, princípios e ensinamentos que nem quarenta anos no palácio de Faraó, nem quarenta anos de pastoreio fizeram com que ele esquecesse dos ensinos da mãe. Com certeza Joquebede dizia; Filho você é HEBREU não EGIPICIO então honre seu povo e seu Deus.
• O escritor de Hebreus diz: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível.” (Hb 11.23-27). Moisés se tornou o maior legislador do passado e o mais íntegro dos homens do Velho Testamento pelos ensinamentos recebidos nos braços de sua mãe, que soube aproveitar o tempo para o ensinar a viver uma vida com Deus.
• Mães imitai Joquebede. Valorizai, compreendei e aproveitai o tempo da infância dos vossos filhos para lhes colocardes CRISTO no coração.
Ser mãe um dos trabalhos mais duros e menos valorizados que existe.
• Um estudo mostrou que uma mãe atua em várias áreas: Ela além de ter a responsabilidade de criar os filhos ela faz o papel de, cozinheira, faxineira, lavadeira, enfermeira, médica, psicóloga, economista e professora.
• Calcula-se que numa família se uma pessoa fosse contratada alguém para fazer cada uma dessas tarefas seria cerca de R$270,000 por ano ou R$ 22.500 por mês. Quanto é que uma mãe ganha para fazer tudo isso? Em termos financeiros – nada. Mas, ela não faz pelo dinheiro, ela faz por amor.
O mundo precisa de mães hoje mais do que nunca. Crianças e jovens de hoje enfrentam perigos cada vez maiores. Drogas Pornografia - Sexo antes do casamento – Aborto – pedofilia - homossexualismo novelas e filmes indecentes. Crianças são preciosas, frágeis e indefesas. Elas precisam de quem as ame e cuide pessoalmente de seus interesses. Elas precisam de quem mostre para elas que o que se vê na televisão ou aprende na escola nem sempre é certo. Elas precisam de quem lhes ensine o caminho do Senhor.

Deus vos abençoe

terça-feira, 4 de maio de 2010

A SALVAÇÃO

Quantos serão salvos?
Lc 13.22.30


• O texto que lemos nos informa que Jesus viajava pelas cidades e aldeias, ensinando e caminhando sempre em direção a Jerusalém. Sua viagem seguia um plano. Ele ensinava em locais em que ainda não havia ensinado com o objetivo de chegar a Jerusalém e ali sofrer e morrer. Jesus já tinha dito: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” (Lucas 12:32 ). Nas duas parábolas anteriores Jesus expressa claramente que o reino de Deus parte de uma coisa pequena como um grão de mostarda que depois de plantado faz-se uma grande arvore e como uma pequena medida de fermento que colocada numa grande quantidade de farinha faz com que ela cresça.

Nesta caminhada foi-lhe feita uma pergunta: “Senhor são poucos os que vão ser salvos?”
No texto Jesus não dá uma resposta direta à pergunta, mas enfoca
três aspectos importantes para aqueles que querem ser salvos.

1. A salvação não é tão fácil como parece (24).
• Lucas não identifica a pessoa que pergunta. Porém pela resposta do Senhor pode-se concluir que a pergunta não foi feita por algum leviano e sim por alguém que tinha intenções sérias. Porém, Jesus não se dirige particularmente à pessoa que perguntou, mas exorta os presentes a se empenharem seriamente para alcançar a salvação.
a. A salvação é pelo esforço:
• Para Jesus era certo que o reino de Deus cresceria sem cessar e que chegaria à perfeição, porém sabia que o ódio das autoridades judaicas não descansaria a ponto de se entender que somente os persistentes e esforçados alcançariam a salvação. No original o termo “esforçai” tem a ver com “entrar em uma competição”; “lutar com adversários”; “com dificuldades, perigos e com zelo extremo”. Por isso ao contrario do que muitos pensam, os discípulos do Senhor teriam que superar duras provas de fé em todos os tempos.
b. Porque a porta é estreita:
• A porta estreita é uma metáfora para a seriedade do ingresso no reino. Como a porta é estreita não se pode passar levando consigo o mundo e as vontades da carne. Temos de deixar tudo para traz: o pecado, as riquezas, os amigos, a família e a si mesmo. Muitos tentarão entrar por ela e não conseguirão, porque tentaram entrar sem empenho e seriedade. João Bunyan autor do clássico “O peregrino” diz: “existe uma entrada para o inferno junto as portas do céu”. A porta é Jesus. Ele diz: “Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo” (Jo 10:7-9). Não há meio termo ou alternativa. Só existe esta porta e ela é estreita.
2. A salvação não deve ser deixada para depois (25).
• Jesus alertou para que as pessoas se preocupassem com sua própria salvação, pois viria o tempo quando seria tarde demais e elas estariam completamente fora.
a. Porque a porta vai se fechar:
• O homem, em geral, gosta de ter muitas opções. Em matéria de religião é a mesma coisa. Muitos entendem que todas as religiões são boas e saudáveis e acabam participando de todas. Outros para não terem dificuldades fundem todas as religiões em uma e passa a viver um sincretismo religioso. Outros procuram deixar para pensar em religião noutra oportunidade. A cena é retratada pelo dono de casa que não abre a porta aos que querem entrar. Esta recusa está baseada no fato de que ele esperou até uma determinada hora. Vencido esse prazo ele se levanta, tranca a porta e nega qualquer outra entrada. Em termos figurados, trancar a casa significa o término da presente era mundial, quando já não será viável participar do reino de Deus. Por isso ninguém deve deixar passar o prazo atual de clemência. Cada um é exortado a converter-se antes que seja tarde demais.
b. E muitos ficarão de fora:
• Jesus descarta as possibilidades e opções que propomos. Pois de acordo com Ele existem somente duas possibilidades, ou entramos pela porta ou ficamos fora dela. Ou ficamos perto dele ou longe dele e sem Ele. Por isso ele insiste que devemos fazer uma escolha, pois, não se pode andar com ele num momento e depois noutro andar fazendo coisas que o desagrada. É significativo que Jesus expressa esse anseio na forma futura. Todos os que hoje não lutarem seriamente ficarão completamente decepcionados no futuro. Seus desejos e súplicas tardias serão sem êxito. Chegará a hora em que a porta estará fechada e os que batem nela serão rejeitados, ou seja, a hora em que será tarde demais. A duração do prazo de clemência não é definida com precisão, porém o Novo Testamento ensina que no retorno do Senhor ele virá para julgar e consumar seu reino então se encerrará este prazo. Quando o dono da casa fechar a porta, acaba o prazo da graça para o indivíduo.
3. A salvação não se consegue sem conversão (26-30).
a. Quem viver na superficialidade:

• O Senhor não reconhece demonstrações exteriores ou aqueles que apenas participam sem se envolver e se comprometer. Por meio das palavras “afastai-vos todos de mim, vós praticantes da injustiça!” ele revela a dura situação de que eles não têm o direito de invocá-lo como Senhor. Esse juízo severo consiste em não terem dado ouvidos ao chamado para o arrependimento e à pregação do Evangelho. Eles desprezaram a exortação de Jesus para um arrependimento íntegro e oportuno.
b. Não será reconhecido;
• As palavras de Jesus “Não vos conheço, não sei donde sois” provavelmente dirigem-se contra o orgulho. O povo judeu acreditava que, por ser povo de Deus e descender de Abraão, as pessoas chegariam sem problemas ao reino de Deus e não poderiam perder-se. Porém o Senhor pondera: “Eu sou o bom pastor e eu conheço os meus e os meus me conhecem” (Jo 10.14). Os excluídos que baterão sem sucesso à porta da casa ficarão fora da comunhão com os patriarcas e profetas e longe de Jesus viverão “o choro e o ranger dos dentes”. Ainda que muitos do povo judeu sejam excluídos da bem-aventurança, o número dos que alcançará a salvação não será insignificante. Do Poente, do Norte e do Sul, de toda a terra “senta-se à mesa” com os patriarcas no reino de Deus. João descreve este momento em apocalipse: “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7:9-10). “E o Anjo lhe falou: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus.” (Apocalipse 19:9).
CONCLUSÃO:
• A narrativa não diz nada sobre a impressão que o ensinamento de Jesus causou no desconhecido que fez a pergunta. Talvez, pelo fato de não ter tanta “luz”, luz que temos nos dias de hoje, ele não tenha sido capaz de entender todo o sentido das palavras de Cristo. Mas, é digno de nota que as palavras aqui expressas servem de alerta para todos que levam a vida de crente na brincadeira achando que a salvação, por ser de graça, pode se brincar com ela. João escreve: “Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.” (1 João 3:6)
Deus abençoe
Pr Saulo César – ICE Campo Grande – Saulo@icecampogrande.com.br

Ester

A plena demonstração do cuidado de Deus
Et 4.1-17.


CONTEXTO HISTÓRICO: No terceiro ano de seu reinado Assuero deu dois banquetes. O Primeiro de 180 dias. O segundo de 7 dias. Nestes banquetes haviam músicas, danças, comidas, bebidas, presentes e orgias em excesso. No final da festa, o rei embriagado manda chamar a bela rainha para que todos vejam sua beleza. Mas, a rainha Vasti recusa o convite deixando o rei furioso. O Rei aconselhado pelos sábios destitui Vasti e depois cai em depressão.
É NESTE CENÁRIO QUE SURGE ESTER. Uma jovem judia que depois de ficar órfã foi criada pelo primo Mordecai. Seu nome judeu Hadassa significa “fragrância” e Ester, seu nome persa, “estrela”. Ester com aproximadamente 20 anos de idade foi levada com outras jovens para um concurso que elegeria a nova rainha da Pérsia. Sua incrível beleza e simpatia fizeram com que, entre 400 belas jovens, fosse a escolhida do rei.

O texto que lemos está no centro do livro.
Nele vemos Deus, mesmo não sendo citado, agindo.
Em três atos Ester é levada a cumprir as determinações de Deus.

1. Uma rainha preocupada (4.1-11).
a. Preocupada com seu parente (4.4-8).
• No cap. 3 vemos a atuação de Hamã o primeiro ministro de rei. Ele que era reverenciado por aonde passava viu Mordecai não se inclinava, nem se prostrava diante dele. Este fato fez com que ele ficasse furioso e teve como propósito, não só matar Mordecai, mas também todos os judeus que havia em todo o reino de Assuero. Foi com este propósito que Hamã foi ao rei e disse que os judeus não respeitavam as leis persas porque as leis judaicas eram diferentes das leis de todos os povos, por isso deveriam ser mortos. Em compensação Hamã prometeu ao rei cerca de dez mil talentos de prata. Com a autorização nas mãos Hamã ordenou que num só dia
destruíssem, matassem e aniquilassem todos os judeus. Quando Mordecai soube da ordem, rasgou a roupa em sinal de tristeza, vestiu uma roupa feita de pano de saco, pôs cinza na cabeça e saiu pela cidade chorando. Quando chegou à entrada do palácio, ele não entrou, pois não podia entrar daquele jeito. Ao saber que Mordecai estava naquela situação na porta do palácio ele ficou preocupada e envia roupas apropriadas para que Mordecai entre no palácio para lhe expor o motivo da sua tristeza. Porém Mordecai não aceita. Com a recusa dele em aceitar as roupas, Ester então manda um dos seus eunucos para saber o que se passava com ele. Mordecai então mandou uma cópia do decreto que falava do extermínio dos judeus, e pediu a intercessão dela em favor do seu povo junto ao rei.
b. Preocupada com sua vida (4.10-11).
• Agora vemos uma Rainha preocupada com sua vida, pois havia uma lei que não permitia a quem quer que fosse aproximar-se do rei por vontade própria. A entrada na sala do trono a pessoas que não fossem anunciadas eram recusadas pelo rei, a fim de exaltar a sua realeza e proteger a sua vida. Por já terem decorrido 30 dias que Ester não era chamada na presença do rei, ela temia que a falta de interesse dele pudesse prejudicar o pedido como também leva-la a morte. E esse problema foi levado à Mordecai pelo eunuco.
2. Uma rainha confrontada (12-14).
a. Confrontada para examinar sua posição (12-13).

• Mordecai se indignou com a resposta de Ester e apela para o seu caráter. Pois, naquela situação de emergência ela poderia agir em favor de seu povo. Portanto esta era a hora de Ester. Afinal ela era uma judia e Mordecai mostra a situação perigosa na qual ela se encontrava e alerta “não imagina que só por estar na casa do rei escaparás”.
b. Confrontada para examinar sua atitude (14-15).
• Mordecai alerta também que sua recusa em ajudar o povo de Deus traria juízo divino sobre ela e sua família, enquanto que o livramento para os judeus aconteceria de um jeito ou de outro. “Quem sabe não foi para um momento como este que você chegou a posição de rainha?”.
O argumento de Mordecai foi claro. Ele mostra três aspectos importantes:
* Ester pode entender que era importante, mas não a única. "Porque se ela não falar Deus vai mandar outro socorro".
* Ester pode entender que se não fizesse algo, outro faria e seria abençoado em seu lugar e ela perderia a oportunidade de ser lembrada como uma benção. “Porém ela e sua casa pereceriam”.
* Ester pode entender que não estava no trono por acaso. “Pois quem sabe se para tal conjuntura é que foi colocada como rainha".
3. Uma rainha quebrantada (15-17).
a. Que buscou a presença de Deus (4.15-16a):
• O argumento de Mordecai além de claro foi irresistível. Depois de ser confrontada sobre a sua situação Ester se anima para salvar o seu povo. Esses fatos acontecem depois de quatro anos de Ester se tornar rainha. Era a hora de mostrar quem era Ester, que além de bela era patriota.
• Ester deixou a apatia e a indiferença para identificar-se com o povo de Deus. “Chega de vida fácil. Está na hora de expor o meu nome. Sou judia. Pertenço ao Deus vivo”. Ela não se apegou a sua beleza ou ao seu poder de persuasão, para chegar diante do rei, antes se apegou ao seu Deus. Disse Ester a Mordecai: Vai, ajunta todo o povo e jejuai por mim. Não comam nem bebam nada por três dias. Eu e as minhas servas também jejuaremos.
a. Que confiou na sua vontade (4.16b-17):
• Ester não se precipitou “Depois, irei ter com o rei”. Anteses e confiou “ainda que é contra a lei; se perecer, pereci”. Ela poderia se precipitar, ir logo falar com o rei, a situação era urgente, porém decidiu esperar no Senhor, e permitir que ele guiasse seus pensamentos, a formular o que tinha que fazer, e o que dizer ao rei. “Orem por mim. Jejuem por mim. Eu e minhas servas faremos o mesmo e veremos o que Deus fará”, depois disso falarei com o rei. Ester se entregou totalmente a vontade de Deus “se perecer, pereci”. Esta expressão não era de um fanatismo cego e sim de confiança da vontade soberana de Deus. Enquanto aguardava, escutava e sentia a presença e direção Deus, pensava jejuava e orava.
CONCLUSÃO:
• A obra que o senhor fez nesse dia de espera foi grande. Naquela noite o rei não dormiu, (nem Deus) estava com insônia, pediu que lessem os registros da história da Persa. Nessa leitura o inesperado (para Hamã não para nós) acontece. Ouvindo o rei o relato que foi salvo por Mordecai descobriu que nenhuma honra fora dado à ele. Hamã estava no pátio, o sol mal surgiu no horizonte lá estava ele. Estava ansioso para pedir a forca do seu maior inimigo. De repente ouve-se a voz do rei “mandem Hamã entrar”. “Esta é minha oportunidade”, pensa ele. Mas, antes de abrir sua boca o rei pergunta, “o que fará ao homem a quem o rei deseja honrar”, e ele mais que depressa pensou, “esse sou eu”, e respondeu “traga a vestes reais e que um dos príncipes do rei, vista esse homem, ponha-lhe a coroa real na cabeça, que monte também o cavalo do rei; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim faz ao homem a quem o rei deseja honrar”.“Excelente idéia” disse o rei, “isso é fantástico. Hamã você não poderia ter pensado em algo melhor. Faça tudo isso, sem nada omitir a Mordecai”
Deus estava invisível, mas não passivo. Ele nunca descansa por isso não se esquece nem das suas promessas e dos seus inimigos. Por isso é bom esperar nele.
APLICAÇÕES PRÁTICAS:
1. Deus não necessita de nós para realizar sua obra; mas, pela sua bondade e para nossa alegria, nos escolheu para sermos úteis à sua obra.
2. Deus sabe que vivemos num mundo contaminado pelo pecado e cheio de maldade. Por isso, Ele frustra os planos dos maus e arrogantes e exalta aqueles que se humilham e lhe obedecem.
3. A perseguição contra o povo judeu e conseqüentemente sua extinção sempre teve por finalidade inviabilizar a vinda de Cristo. Porém, por mais que Satanás tente atrapalhar os planos de Deus, eles não serão frustrados.
4. Deus está no controle de tudo, mesmo quando Seu nome não aparece de maneira visível, Ele está agindo em secreto.

Deus abençoe
Pr Saulo César – ICE Campo Grande – Saulo@icecampogrande.com.br