terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mulher Virtuosa

ORAÇÃO DA MULHER VIRTUOSA

Senhor concede-me força. Força suficiente para reconhecer minha fraqueza e coragem para admitir meu medo.

Senhor concede-me sabedoria. Sabedoria para aprender com as derrotas e humildade para lidar com as vitórias.

Senhor concede-me fé. Fé para reconhecer que és meu ajudador. pois, conhecendo-te poderei olhar para dentro de mim e ver o quanto dependo de ti.

Senhor concede-me direção. Direção para seguir no teu caminho. pois, ao teu lado estarei segura em meio as tempestades .

Senhor concede-me gratidão. Gratidão para reconhecer que o Senhor me concedeu não o que eu queria, mas o que era melhor.

Senhor concede-me um coração puro. Coração que, ao invés de tentar dominar os outros, aprenda a dominar-se.

Senhor aceita minha oração: Permita que depois de tudo isso, eu me atreva a dizer: “minha vida não foi em vão”.

Pr SAULO CESAR

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Getsêmani

A prensa do Azeite
Mt 26.36-46

O capitulo 26 de Mateus descreve as últimas horas de vida de Jesus. Nessas ultimas horas houve uma reunião onde as autoridades religiosas deliberaram prende-lo e mata-lo. Também foi ungido por Maria em Betânia e de volta para Jerusalém, na noite de quinta para sexta feira, participou da ceia com os discípulos, lavou seus pés, indicou que seria traído por um dos seus e a caminho do Monte das Oliveiras revela que Pedro o negaria três vezes. Agora, as altas horas da noite Jesus se encontrava, num dos seus lugares preferidos “o Jardim do Getsêmani”.
O nome Getsêmani significa prensa do azeite. Nome sugestivo, dado talvez porque quando as pessoas caminhavam por ele, esmagavam com os pés as azeitonas que estavam caídas no chão.

O lugar onde as azeitonas eram literalmente esmagadas no chão foi a porta do calvário de Cristo.

Visualizamos ali dois quadros:

1. Um homem diante do seu sofrimento (36-38).
• Quando se estuda os evangelhos o sofrimento e a morte de Jesus simbolizados na cruz constituem o centro da doutrina da fé na salvação. Por mais importante que seja as ações da vida terrena de Jesus, não há como pregar a salvação baseado somente sua vida, pois a regeneração e a reconciliação do mundo pecaminoso com Deus, não estão relacionadas tanto com sua vida e atuação na terra, porém muito mais com sua morte e o seu sangue derramado. E a luta no Getsêmani travou-se em torno da aceitação clara e espontânea da morte na cruz.
Profundamente triste: Até este momento Jesus conduz tudo debaixo de muita paz e calma. E agora vemos um contraste. Aquele a quem os elementos da natureza obedeciam e de quem a morte fugia – está aí, diante dos discípulos, lamentando, triste, tremendo! Todo o seu ser treme e se abala.
Agonizando: A dor se evidencia no seu rosto. Ansiedade, temor, angústia, agonia de morte. Aquele que antes caminhava a passos firmes para Jerusalém agora estremece no corpo e na alma. Por não suportar tamanha dor pede “Vigiem e orem comigo” e desprende-se deles à distância de uma pedrada.
Transpirando gotas de sangue: O Senhor orou de forma tão intensa àquele que o podia livrar da morte que o médico Lucas relata que seu suor caía ao chão como gotas de sangue. Fato que a medicina atesta que é possível quando uma pessoa sente grande temor e angústia. Assim foi o sofrimento do Senhor.
No segundo quadro visualizamos:

2. Um Filho diante do seu Pai (39-41).
•Estar diante do Pai era fato comum na vida de Jesus. Principalmente em momentos em que tinha que tomar decisões importantes lá estava Cristo diante do Pai.
Ajoelhado: Lucas diz: “Ajoelhou-se”. Marcos informa: “Caiu no chão”. Mateus: Caiu de rosto em terra. O fato é que Jesus cai de joelhos e exclama das profundezas de seu coração, de maneira que soe longe sua oração.
Clamando ao Pai: Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Prostra-se sobre o rosto, deita-se no chão e se retorce e grita “com grande clamor e lágrimas” (Hb 5.7) as mesmas palavras: Aba, Pai, tudo te é possível. Se for possível, livra-me desse cálice! O cálice, por cujo afastamento Jesus pede, é símbolo da terrível morte na cruz, cuja imagem sangrenta e horrível está neste momento diante dele. Em momento algum Jesus renuncia à obra de reconciliar a humanidade. Somente indaga, se a cruz é o único meio para alcançar essa meta.
Aceitando sua vontade: Acaso Deus, com seu poder ilimitado, não poderia encontrar um outro caminho para a reconciliação? Seu grito ecoa pela noite, mas nenhum consolo refresca seu sofrimento. O Pai calado deixa seu Filho lutar.
Pontos a destacar:
  1. O Senhor levanta e vai até os três discípulos, na esperança de obter algum consolo da oração conjunta. Mas em vão! Eles estão dormindo, de tristeza. Com voz suplicante ele os exorta “não me deixem sozinho”, orem comigo. Retorna ao mesmo local. Prostra-se no chão. Ora as mesmas palavras. Ora com mais insistência. Ele tem de romper a noite. Tem de penetrar até o coração de seu Pai. Tem de obter uma resposta.
    •Será que mais uma vez o Pai permanecerá calado? Acaso seu coração não se partirá diante da suplica angustiante do Filho.
  2. Se naquela hora pudéssemos ter olhado no coração do Pai! Ele não podia responder! Pela terceira vez o Senhor se precipita pela noite, ao local solitário. “E aconteceu que estava em agonia de morte. […] O seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” [Lc 22.44]. A morte faz estremecer seus membros abatidos. As vagas do medo chegam ao máximo, abatem-se sobre sua cabeça.
  3. No Getsemani o Senhor trava a mais amarga e terrível luta de oração jamais vista na terra e os discípulos dormem. “O Senhor teve de pisar o lagar sozinho!” Jesus levanta da batalha, liberto do medo, ou seja, completamente dono de si. Esatava certo a cruz não perderia seu tormento. Jesus. Ele não rendeu.
  4. Jesus assume o sacrifício e sente paz. Daqui em diante, caminha a passos firmes em direção da cruz, diante da qual há pouco tremera. Jesus morre em prol da remissão dos pecados do mundo (v. 28). Essa aceitação espontânea corresponde ao momento da tentação no deserto, quando Jesus rejeitou o domínio sobre o mundo. Na tentação no deserto ele não aceitou governar sobre nós sem Deus. No Getsêmani concorda em morrer por nós com Deus.

Deus vos abençoe

Pr Saulo césar - saulo@icecampogrande.com.br

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O profeta Jonas

VALORES INVERTIDOS
Jn 1.1-4.11


Disse Jesus “ajuntai para vós tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.20-21). Com estas palavras Jesus não considera errado ter riquezas. Pois, alguém pode possuir muitos bens e mesmo assim ajuntar tesouros no céu servindo ao Senhor com o que possui. Por outro lado, alguém pode possuir pouco e estar preso ao pouco que tem. O mal não é possuir o dinheiro e sim ser escravo dele. E quando isso acontece o dinheiro passa a ser nosso maior tesouro, a comandar nosso coração e a ser o alvo da nossa vida. Jesus usou o dinheiro, porém este princípio pode ser aplicado em todas as áreas de nossa vida. Depende da nossa escala de valores.

Como está minha escala de valores? O livro de Jonas revela que o Profeta estava com seus valores invertidos pelo menos em duas áreas:

1. Em relação à obediência a Deus (caps. 1-2).
a. Ele valorizava mais a sua nação: Se existe no mundo um povo patriota, este povo é o povo de Israel. Quando Deus enviou Jonas para pregar em Ninive, capital da Assiria, era cerca 750 aC., Neste período o Império Assírio tinha o exército mais poderoso da época, e para manter os altos custos deste exército obrigavam os povos vencidos em suas batalhas a pagarem altas taxas de impostos. E Israel, sofria esta exploração por mais de um século. Sendo assim, todos israelitas, inclusive Jonas, que conhecia bem aquela história sentia que a Assíria merecia ser castigada por Deus. Jonas não tinha nenhum problema dizer para os ninivitas que Deus iria destruí-los, mas conhecedor do amor e misericórdia do Senhor, ele tinha dificuldade com o perdão que Deus poderia conceder a eles. Jonas pensou: “pregar em ninive eu, vai que eles se arrependam”. Eu quero que eles sofram
b. Ele valorizava mais a sua vida: Mas, além da vontade que tinha de ver o sofrimento dos ninivitas, outro motivo que tinha para não ir até lá era a preservação da sua vida. Nínive era um centro do crime e impiedade. Seus habitantes eram conhecidos como bárbaros e cruéis. Sua crueldade consistia em fazer com que as pessoas vencidas nas batalhas fizessem longas marcha para o exílio, e depois que chegassem a cidade, furavam seus olhos, cortavam seus braços e depois matavam e empilhavam suas cabeças em forma de pirâmides. Jonas deve ter pensado “eu ir lá. Se eles fazem isso com quem não lhes fizeram nada imaginem com quem vai dizer que serão mortos.
A chamada de Deus para o profeta não poderia ser mais clara,
mas ele amava mais a sua nação e sua vida
do que a à obediência a Deus.
Por isso ele fugiu: Depois de ouvir a ordem de Deus para pregar em Ninive ele fugiu para o lado oposto. Ninive capital da assíria ficava no oriente, mas ele foi para Tarsis, uma distante, além do Mediterrâneo, talvez localizado no sul da Espanha, no ocidente. Para isso, ele não encontrou nenhuma dificuldade.
Por isso ele sofreu. No inicio gozava de uma viagem tranqüila, dormindo no porão do navio, mas o Senhor mudou a sua sorte. Vieram a tempestade, as orações dos marinheiros, a decisão através da sorte e Jonas foi sorteado, lançado ao mar e engolido pelo peixe.
Mas, se arrependeu e foi perdoado. A sorte de Jonas realmente mudou. A tempestade foi providencial, o sorteio foi providencial, o peixe foi providencial. Tudo concorreu para que ele se arrependesse, buscasse a Deus, ser perdoado e reavaliasse seus valores.

2. Em relação ao perdão de Deus (caps. 3-4).
• O cap. três inicia dizendo: “Veio a palavra do SENHOR, segunda vez, a Jonas e Jonas se levantou e foi para Ninive. Ninive, uma das cidades mais antigas no mundo, ficava cerca de 960 Km de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos. Calcula-se que sua população era de 600.000 habitantes e suas aldeias se espalhavam numa circunferência de mais de 32 quilômetros, por isso levaria cerca de três dias para percorrê-la pregando a palavra. A mensagem de Jonas foi simples, curta e objetiva. “ele pregava dizendo: Daqui a quarenta dias Nínive será destruída. P/ quem gosta de mensagens curtas esta foi um prato cheio.
a. Porém, ele valorizava mais a sua pessoa: Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor. Até o rei levantou-se do seu trono, tirou suas vestes reais, cobriu-se de pano de saco, assentou-se sobre cinza e proclamou um Jejum nacional de homens e animais e forte clamor a Deus. O v. 10 mostra que Deus vendo que se arrependeram mudou seu juízo para misericórdia. O julgamento divino é condicional a ação do homem. Deus não tem prazer na destruição e na dor. E já que ouve o arrependimento o juízo foi cancelado. Mas, Jonas ao invés de se alegrar com a mudança do povo, ficou desgostoso e aborrecido
b. E a planta que lhe proporcionava conforto. Jonas saiu da cidade, para repousar debaixo de uma enramada, e alimentava ainda a esperança de que Deus destruiria Nínive e seus habitantes. Deus lhe deu uma aboboreira para lhe confortar do sol. Porém, ao amanhecer Deus mandou bichos para matar a planta. Novamente Jonas se entristeceu pela planta ter morrido.
O arrependimento dos ninivitas foi real e verdadeiro tanto que Deus perdoou a ciadade, mas Jonas valorizava mais a sua pessoa e a planta que lhe dava conforto do que o perdão de Deus aos ninivitas.
Por isso, tentou Justificar-se: Eu já sabia! Disse Jonas para Deus. Eu já sabia que a tua misericórdia poderia prevalecer se os ninivitas se arrependessem. Por isso eu não queria vir para Ninive. Talvez poderia sentir que falhou como profeta, por não ver o cumprimento da sua profecia. Tal era sua queixa que preferia morrer.
Ficou aborrecido: Não é preciso fazer um estudo psicológico sobre o caráter de Jonas, para tentar descobrir seus motivos. Talvez ele tenha se lembrado da moral dos moradores de Nínive que eram conhecidos como uma raça sensual e cruel e que viviam de saques e orgulhavam-se dos montes de cabeças humanas que traziam de violentos assaltos a outras cidades. E quando o Senhor lhe perguntou se esta sua ira era razoável. Ele respondeu: “sim, até a morte”. Ou seja, ele morreria, mas não mudaria de opinião.
Mas, Deus mostrou que os ninivitas, assim como ele, também mereciam perdão. Deus tratou de Jonas da seguinte maneira: primeiro aliviou sua tristeza, provendo um abrigo depois tirou o abrigo. Assim, Deus extraiu de Jonas a confissão de que ele se preocupava mais consigo mesmo e com a planta do que com as pessoas de Nínive. Quando Jonas sofreu a aflição física, mediante a destruição da aboboreira. ficou indignado por Deus ter matado a planta e que lhe dava sombra. Então Deus mostra-lhe que sua irritação não era justa. Pois, a aboboreira não era sua. Ele não teve nenhum trabalho em plantá-la. Ela teve curto tempo de vida, mas ao contrario Ninive era muito importante para o Senhor lá havia muitas almas arrependidas. Almas que antes, ao contrário de Jonas, que mesmo conhecendo ao Senhor desobedeceu a suas ordens, os ninivitas não discerniam as verdades. Por isso mereciam perdão.

CONCLUSÃO: Aprendemos no livro de Jonas que Deus é misericordioso e soberano e nada pode frustrar os seus planos. Ele pode usar homens como Jonas, como o capitão e os marinheiros do navio. Usa fenômenos naturais como a tempestade, o peixe, a aboboreira, o bicho o vento oriental. Deus pode usar tudo para que seus planos se cumpram. Os ninivitas obtiveram o perdão porque se arrependeram e invocaram o nome do Senhor. Mas para que houvesse esse arrependimento foi preciso que a mensagem fosse pregada: “Como, porém invocaram aquele em que não creram? E como crerão se não ouviram? E como poderão ouvir, se a mensagem não foi anunciada?” (Rm 10.14).

Deus abençoe.

Pr Saulo César – saulo@icecampogrande.com.br

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Ceia do Senhor


ALIANÇAS são acordos que Deus fez com o seu povo ao longo da história. Essa aliança (trato, pacto, contrato, concerto) consiste no seguinte: De um lado o Eterno Deus do outro o povo de Deus representado pelos patriarcas Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés etc. A parte que cabia a Deus era abençoar o povo, dando terra, alimento, proteção, saúde e ao povo cabia a obediência. Durante toda a história da humanidade Deus sempre cumpriu seus acordos, porém a parte que cabia ao homem não era cumprida. Por isso em cumprimento à palavra profética de Jr 31.31-34 Deus fez uma nova aliança (testamento), que foi confirmada ou selada pela morte de Cristo Mc 14.24; Hb 8.6-13; 9.16-22.

Esta Nova Aliança feita através do sangue do Filho é estendida a todos quantos quiserem independente de ser judeu ou gentio, basta apenas aceita-la e terão os pecados perdoados.
Esta Nova Alinaça é aplicada em três áreas
1. Uma Aliança com meu povo (17-22).
Nos tempos apostólicos a Ceia do Senhor era sempre precedida da "festa do amor" (agape). Esta festa tinha como finalidade estreitar os laços de comunhão entre o povo de Deus e também trazer para os dias da igreja um pouco do que tinha acontecido na última Ceia do Senhor com os apóstolos. Esta reunião não se tratava de um ato litúrgico solene, pelo contrário, era uma refeição conjunta com muita conversa testemunho e alegria.
a. Independente de partidos: Ao iniciar este parágrafo que trata da Ceia Senhor Paulo declara que, ao contrário do elogio feito por observarem as ordenanças (2), neste assunto, ele não podia tecer nenhum elogio a igreja (17).
• Na verdade Paulo não tinha o que reclamar da assiduidade deles na igreja. O problema é que os encontros não favoreciam e sim prejudicam a vida cristã. Porque ao invés deles se reunirem para a “festa do amor” se reuniam para a festa da discórdia. Paulo diz que se ajuntavam não para melhorar, mas sim para piorar. Pois, havia partidos, grupinhos e igrejinhas entre eles. Essas divisões surgiram por causa das contendas mencionada no cap. 1, onde Paulo foi informado que em Corinto uns diziam que eram de Paulo, outros de Apolo, outros Cefas, e outros (mais espirituais) de Cristo (1.10-12).
• O problema agora se agravou, pois, os grupos separados manifesta as rupturas da igreja. Ou seja, houve uma seqüência progressiva. Primeiro “contendas” depois “divisões” e agora “partidos”.
• Paulo “ouviu” a respeito, e acrescenta: “Em parte o creio.” Ou seja,  CREIO que a informação não é mentirosa ou exagerada.
• Fato é que na cidade de Corinto havia grupos fechados que lutavam uns contra os outros como “partidos”. Paulo vê esses partidos que atuavam fora da igreja como positivo já que, depois que o cidadão fosse aprovado na NOVA ALIANÇA como cristão fundamentado na Palavra, iria empenhar pela unidade dos fiéis.
Por isso ele diz: “Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio”.
b. Independente de classe (condição) social: Era costume cada membro levar sua comida e depositar na mesa da "festa do amor" e ali juntos os ricos e os pobres, os judeus e gentios, se assentavam na mesma mesa e juntos se alimentavam.
• Pelo fato de cada um levar sua comida, havia muita disparidade nas quantidades e na qualidade dos alimentos que uns e outros forneciam, pois uns tinham pouco outros muito. Mas, ao invés do repartirem os alimentos com todos, cada qual conservava para si a parte que tinha levado.
• Paulo chama atenção da igreja dizendo que a “festa do amor” que antecedia a “ceia do Senhor” na verdade já era parte da comunhão dos santos (20). Porém ao contrário de promoverem a comunhão, cada qual comia o seu antecipadamente, uns comiam muito, outros pouco e alguns até se embriagavam. Ao permitirem os excessos, deixando que, alguns saiam dali com fome, e envergonhando os membros mais pobres estão menosprezando a Igreja de Deus.

Sendo assim as tais festas, que tinham o intuito de fomentar sociabilidade, falhavam inteiramente neste objetivo, e o apóstolo aconselhou. É MELHOR QUE PAREM (22).

2. Uma Aliança com meu Senhor (23-27).
A narrativa o apóstolo faz da instituição da Ceia do Senhor, que ele declara ter recebido do Senhor, é a fórmula que a Igreja desde os tempos apostólicos tem usado na celebração da Ceia. Porém toda idéia "carnal" de participação de Jesus na ceia fica excluída pelo fato do Senhor ter dito estas ainda vivo, ou seja, antes de sua morte. Por isso o corpo e o sangue de Cristo são recebidos de uma maneira espiritual e simbólica.
a. Através (fundamentada) do corpo: Jesus era o “Senhor” e ao mesmo tempo homem. E por ser humano tinha condições de entregar seu corpo pelo mundo perdido. Por isso, quando se lê “na noite em que foi traído” não se deve ter em mente que a passagem tem o intuito de salientar a traição de Judas, mas sim que o “Filho” foi “entregue”. Esta entrega não feita por Judas nem pelas autoridades e sim pelo próprio Pai. Isso quer dizer que o Pai não ficou passivo durante o sofrimento e morte do Filho, mas ativo. Seu amor é tão sacrifical e grande quanto o amor do Filho, que obediente se deixa sacrificar.
• No momento da Ceia Jesus vê toda a realidade de morte e no “partir do pão” ao invés de lamentar ele agradece. No seu corpo partido estava todo o amor e eterna redenção dos perdidos. Jesus ofereceu àqueles que estavam na mesa o seu corpo. Não um corpo místico, uma substância transfigurada e sobrenatural, mas justamente corpo terreno, partido por eles.
b. Através do sangue: Assim como fez com o pão, Jesus procedeu com o cálice , tomou, deu graças e ofereceu aos participantes na mesa.
• A distribuição do pão pelo dono da casa era parte do começo de uma refeição, mas prosseguia “após a refeição” e somente depois que o cálice era abençoado e oferecido se concluía a ceia.
• Na distribuição do cálice, porém Jesus profere todo o significado da salvação quando diz: “Esse cálice é a nova aliança em meu sangue.”
• Fica claro que a “Aliança” está no cálice, ou seja, “no sangue de Jesus”. Portanto, quem recebe e bebe do cálice, tem participação na nova aliança. Deus a havia prometido através do profeta Jeremias (Jr 31.31-34).
• O perdão prometido e necessário para essa nova aliança somente pode tornar-se realidade pelo fato de que toda a carga de pecados foi levada por aquele que é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. A instituição dessa aliança somente podia acontecer através do sangue e custou o alto preço da morte do Filho de Deus.
c. E em memória de Cristo: Jesus não queria celebrar a ceia apenas com aquele grupo de discípulos. Na Ceia ele olhou para a igreja de todos os tempos e por isso ordenou expressamente: “Fazei isto em memória de mim.”
• A sua finalidade é fazermos recordação do Salvador, em todos os eventos de sua vida, mas principalmente de sua morte realizada por nós na cruz e em recordá-lo, sentirmos sua presença conosco. O “recordar” autêntico traz à presença Dele.
• Para que eu tenha comunhão com ele: A Santa Ceia além de firmar a minha aliança através do corpo e do sangue de Cristo é uma "recordação" para que eu tenha "comunhão" com Ele.
• Para que eu anuncie sua volta: O "Velho Testamento" anuncia um Cristo que veio para padecer o "Novo Testamento" anuncia o Cristo que morreu ressuscitou e que vai voltar. A celebração desta ordenança é portanto, além de anunciara a "morte de Cristo" e um testemunho ao mundo que eu como cristão tenho plena certeza da sua volta (26).

3. Uma Aliança com meu coração (27-32).
Foi assim que o próprio Senhor instituiu a ceia. No entanto, quando uma igreja se reúne para celebrar, tem de celebrá-la de modo digno. Paulo é enfático “Por isso, quem comer o pão ou beber o cálice do Senhor de uma maneira indigna torna-se culpado do corpo e do sangue do Senhor” Quantas pessoas não se torturaram amargamente com a pergunta se são “indignas” e se com sua participação na santa ceia estão pecando contra o corpo e sangue do Senhor! Deve-se notar que indignamente é uma coisa, "indignos" é outra, e indignos nunca deixaremos de ser. Paulo não critica os coríntios por virem à ceia do Senhor como pessoas indignas, mas por destruí-la através de um modo indigno de celebrá-la. Quando diante da mesa do Senhor há divisões dilacerando a igreja, quando um sofre fome e o outro está embriagado, então isso constitui uma “maneira indigna”.
• Se toda celebração da santa ceia é “participação” no corpo e sangue do Cristo, desse modo tornam-se “culpados do corpo e sangue do Senhor”.
a. A fim de examiná-lo: Diante dessa seriedade cresce a obrigação do “exame”. Uma vez que no contexto, está em jogo o “discernir o corpo”, o auto-exame tem a ver com a minha atitude perante a igreja a ceia do Senhor, e principalmente o reconhecimento do meu pecado.
• Afinal, a verdadeira “dignidade” reside unicamente na minha “indignidade” por mim confirmada. Jesus realizou a ceia no passado e a realiza ainda hoje unicamente com “pecadores”. Somente os “perdidos” têm necessidade do sacrifício salvador do corpo e sangue do Senhor.
• Nesse caso, porém, também estão cientes de toda a santa magnitude da ceia do Senhor e não a profanam por meio de uma celebração indigna. Os abusos que se vê em Corinto são inconcebíveis para eles. Paulo aponta para esse alvo corretivo do “exame” para um resultado positivo, à semelhança do que acontece também entre nós, quando falamos de alguém que foi “aprovado no exame”, por isso após o exame “coma do pão e beba do cálice”.
b. A fim de corrigi-lo: Como em todas as situações Paulo leva a sério o corpo e os processos físicos! O corpo pertence ao Senhor, em nosso corpo glorificamos a Deus. Nosso comer e beber pode nos levar à união com os demônios ou com Cristo. É isso que os coríntios, que se orgulhavam da inteligência e liberdade que possuíam precisavam reconhecer.
• O “juízo” sobre àqueles que comiam de forma indigna sem discernimento do corpo não era uma mera ameaça do apóstolo, pois no meio deles a concretização deste fato era notório. “Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.” Com está declaração fica claro que a culpa também tem um efeito físico e leva a enfermidade e morte.
• Mas havia uma saída para a igreja. Paulo tem para eles uma resposta clara: “Se nos julgássemos a nós mesmos não seríamos julgados”. Portanto é necessário que estejamos atentos sobre nós mesmos, nossos motivos e pensamentos e submete-los ao julgamento do certo e do errado de acordo com a ALIANÇA que fizemos com o Senhor. Através deste julgamento somos disciplinados, porém não condenados.
• O apóstolo termina exortando que dirijam aquelas reuniões da Igreja de um modo decente e ordeiro, prometendo-lhes que discutirá ainda o assunto quando da próxima visita que lhes fizer (33-34).

• Conclusão: O fato de Paulo ter dedicado tanto espaço à doutrina da Ceia do Senhor mostra sua importância na vida da igreja. Sua instituição por nosso Senhor e o mandamento para que a celebremos em sua memória leva-nos a colocá-la no centro da nossa vida cristã. Por isso devemos acertar nossa vida diante da Deus da igreja e do meu coração e participar da ceia.
Deus vos abençoe
Pr Saulo César - saulo@icecampogrande.com.br
“Homens como árvores”
Mc 8.24


Quando Jesus perguntou a um cego depois de curado o que ele via, ele respondeu: “Vejo homens como árvores que andam". Baseado nesta resposta alguém escreveu:
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a retribuir o mal com o bem: ”As plantas perfumam o pé daqueles que as pisam e dão o carvão para aqueles que as queimam”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a dar bons exemplos: ”A rosa não faz discurso. O perfume que exala é seu grande recado”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a superar as dificuldades: ”A cana depois de esmagada produz o caldo mais doce que existe e o açúcar que adoça o mais exigente paladar”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a fugir da solidão: ”A tempestade arranca a árvore solitária, mas as que vivem na floresta são protegidas”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender a conviver com as críticas: “As árvores mais apedrejadas são as que dão os melhores frutos”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender plantar boas sementes: “Cultivamos espinhos e quando eles nos ferem esquecemos que são das árvores que plantamos”.
“Somos como árvores que andam”. Devemos aprender com Cristo. Disse Jesus: “Em verdade vos digo: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo.” (Jo 12.24).

Pr Saulo César - Adaptado

Deus abençoe