terça-feira, 29 de setembro de 2009

Aniversário da ICE Campo grande











Fotos do Culto de Ação de Graças pelo 22.º Aniversário da Igreja Cristã Evangélica de Campo. Dia 26 de Setembro de 2009.

Salmo 131

Quietude

Sl 131.1-3

Três vezes por ano, nas ocasiões das grandes festas, o povo judeu caminhava até Jerusalém para adorar e cultuar ao Senhor. Esta caminhada era chamada de “subida” e os cânticos que o povo cantava eram chamados de "Cântico dos Degraus" ou "Cântico de Romagem". O Salmo 131 era um destes cânticos.

Em cada versículo deste salmo encontramos uma lição:

1. DAVI - Um exemplo a seguir (V. 1).
Uma das formas de saber o que o homem tem no coração é ver para onde ele direciona seu olhar. O coração do homem se mostra olhar. Davi diz que seu coração não era soberbo, no hebraico “gabahh”, ou seja, arrogante, orgulhoso e por isso seu olhar não se elevava.
Davi foi diferente do patrão humano: O primeiro rei de Israel foi Saul “moço e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo” (1Sm 9.2). Sua escolha se deu na ocasião em que ele procurava três jumentas do seu pai que tinham se perdido. “Estando Saul no meio do povo, era o mais alto e sobressaía de todo o povo do ombro para cima. Então, disse Samuel a todo o povo: Vedes a quem o SENHOR escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então, todo o povo rompeu em gritos, exclamando: Viva o rei!” (1Sm 10.23-24).
Davi foi semelhante ao padrão divino: Saul havia se afastado do caminho do Senhor e por isso o Senhor tirou dele o reino. Nesta época disse o Senhor a Samuel: “Encha um chifre com azeite e vá a Belém, pois eu escolhi um dos filhos de Jessé para ser o futuro rei de Israel.” (1Sm 16.1). Quando Samuel viu Eliabe, o filho mais velho, pensou: Certamente este é o homem. Mas, o SENHOR disse: “Não se impressione com a aparência nem com a altura porque não julgo como as pessoas. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração” (1Sm 6-7). Quando Davi chegou a presença de Samuel o SENHOR lhe disse “É este, unja-o". Daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi” (1Sm 16.6-13).
Davi não vivia sonhando com aquilo que estava além da sua capacidade. Ele não se exercitava em assuntos irrelevantes e difíceis de compreender, tampouco a procura de coisas grandes e maravilhosas. Ele era um homem simples, modesto e humilde. Ele não queria ser colocado no alto, estar elevado e exaltado. Ao contrário, ele queria ser olhado pelos homens como se estivesse no mesmo nível deles. Porém, ao se posicionar assim, Davi se mostra como o homem segundo o coração de Deus. Que tal seguir seu exemplo. Davia foi um homem acima da média. Que não buscava a notoriedade e o reconhecimento humano.

2. QUIETUDE - Uma receita a aprender (v. 2).
Quem nunca ouviu seu pai ou sua mãe dizer “fica quieto menino”. Eu já ouvi esta ordem muitas e muitas vezes. Mas, na maioria das vazes não ficava quieto e por isso acaba sofrendo conseqüências graves. Nossa vida é levada muito mais pela atividade do que pela passividade. O homem está sempre buscando alguma coisa indo atrás de alguma coisa e nunca esperando por elas. Ao contrário desta busca incessante o salmista nos ensina a ter:
Uma alma sossegada:
“fiz calar e sossegar a minha alma”. Tem um hino antigo que diz: “descansa oh alma eis o Senhor ao lado”...deixa o Senhor tomar de cuidado....” O significado da palavra sossego é literalmente “ficar em silêncio”. Ou seja, fazer com que seus desejos emocionais (chamados aqui de "minha alma"), antes tão ansiosos e seja serenados e aquietados. A verdade é que quando nossos desejos são controlados, nossas atitudes se tornaram serenas. Porém, isso não quer dizer falta de atitude, de vontade ou preguiça, Mas, atitudes e vontades corretas e dirigidas por Deus. Fundamentadas na resposta de Deus.
Uma alma educada: “como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo”. Assim como uma criança desmamada repousa satisfeita sobre o seio da mãe, assim era a alma de Davi para com ele. Davi conseguiu interagir com sua alma e dizer para ela “Aquieta-te”, não se afobe não se deslumbre, “espera no Senhor, confia Nele e o mais Ele fará” (Sl 37.5). Ele queria que sua alma renunciasse aos anseios e se colocasse totalmente nas mãos de Deus. Ele conseguiu. Ele educou sua alma. A sua alma aprendeu. Ela se tornou mansa, educada, alimentada. Assim como uma criança se aquieta nos braços da mãe depois de amamentar, a sua alma agia para com ele. Não havia mais conflitos de interesses entre ele e seus desejos. Não havia mais brigas e discussões interiores. Havia paz e sossego. Que tal aprender com Davi. Que tal dizer para minha alma “Aquieta-te”, Não se deslumbre com coisas demasiadamente grandes para você. Espera no Senhor.

3. PACIENCIA - Um conselho a ouvir (v. 3).

O que o Davi desejava é que todos experimentem o que ele experimentou. A experiência que ele tinha com Deus deveria ser compartilhada com o povo para que pudessem ter a mesma paz. Por isso ele aconselha:
Espera no Senhor: Davi sabia do que estava falando. Um dos segredos para que tivesse uma vida vitoriosa foi saber “esperar”. Quando Samuel o ungiu como o novo rei de Israel ele teve que esperar Saul morrer para ocupar o trono. Mesmo sendo perseguido por Saul ele esperou. Esperou enquanto fugia pelas montanhas, escondido em cavernas e se passando por louco. Davi soube esperar e seu dia chegou. Pois, Deus sempre cumpre as Suas promessas. Jesus também soube esperar. Esperou 30 anos para iniciar seu ministério. Ele não avançou nem tampouco retardou seu trabalho. Ele cumpriu Esperando no Senhor.
Espera confiante: Você já fez uma viagem longa para rever um lugar ou pessoas que vê a algum tempo. Sempre faço viagens assim. Quando viajo para Goiás ou São José dos campos, lugares onde tenho muitos amigos e parentes eu não vejo a hora de chegar. Os cânticos que os israelitas cantavam no caminho para Jerusalém, além de servir para a adoração a Deus, também poderiam servir como forma de diminuir a ansiedade da chegada. Esperar no Senhor não é uma espera estática, mas atuante. Ou seja, avançando de acordo com a direção e vontade de Deus. Quando viajamos dirigidos e de acordo com a vontade de Deus, não ficamos estáticos e sim avançamos. Porém, mesmo sabendo que este anseio possa existir Davi orienta o povo a ter paciência. Está paciência deveria ser vivida, hoje, amanhã e durante a vida toda. Paciência que se fundamenta na imutabilidade de Deus. Pois, Deus é IMUTÁVEL. Ele não está sujeito a mudanças. Deus sempre cumprirá sua vontade e suas promessas.

“Jesus disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” (Mt 18.2-4)

Deus abençoe
Pr Saulo César

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Segunda Carta de João

A carta do Ancião para a Senhora Eleita
2Jo 1-13

A 2º carta de João, assim como os demais livros escritos por ele, o nome do autor é omitido. A autoria das suas cartas somente pode ser identificada pela forma e estilo de escrita que se assemelha ao Evangelho escrito por ele, no qual João se identifica como "o discipulo a quem Jesus amava". É provável que as três epístolas tenham sido escritas por volta dos anos 90 dc em Éfeso, onde João viveu depois que voltou do exílio.
A segunda carta de João nos revela duas verdades:

1. O amor do Presbítero para com a Senhora Eleita (1-4).
a. Amor revelado no carinho: O Presbítero, no grego “o ancião” ou “o mais velho” era conhecido respeitosamente como “o velho João”. A “Senhora eleita” seria uma igreja da Asia e os seus filhos seriam os membros desta igreja. Nos comentários surgem alguma dificuldade em definir quem seja esta "senhora eleita". Porém eu acho mais importante não é descobrir quem seria esta “senhora eleita”, mas sim, a forma carinhosa de se tratarem. Pois, quando eu falo com alguém que tenho carinho e afinidade não há necessidade de dizer o meu nome ou perguntar o nome com eu estou falando. Reconhece-se apenas pela voz ou como, no caso de uma carta, pelos traços da letra e particularidades que há entre as partes. Por isso “O Ancião” ao escrever a “Senhora eleita e aos seus filhos” tinha absoluta certeza de que seria reconhecido por ela e por todos da sua casa, sem necessitar de cerimônias e apresentações formais. Quando o “ancião” escrevia, todos sabiam de quem se tratava, pois “o velho” João se relacionava de forma intima com eles.
b. Amor fundamentado na verdade: Quando o “ancião” escreve a Senhora eleita e aos seus filhos, lhes assegura seu amor: “a quem eu amo na verdade”. Neste particular duas palavras se destacam: primeiro o “eu” que demonstra um sentimento pessoal, algo próprio de João. Segundo a “verdade”, ou seja, a pura realidade, algo legitimo. A igreja que recebeu a carta teve o privilégio de saber que João “realmente” a amava. Contudo ele não está sozinho nesse amor. O amor que João sentia não era restrito e centralizado, ele era um amor família. João fez questão de dizer que todos que estavam com ele amavam a Senhora Eleita e amavam verdadeiramente. No verso DOIS João diz que ama essa igreja “por causa da verdade que permanece”. João, “o ancião” expõe a verdade divina que é permanente perante a perigosa proposta da se deixarem atrair por novas correntes e tendências. E ACRESCENTA: “verdade que estará conosco eternamente.” Se não a abandonarmos por causa de novas “verdades”, ela não só “permanece em nós”, mas também há de “estar conosco”. Isso que dizer que a “verdade” não é inativa mas, atua em nós, ela molda todo o nosso pensar, falar e agir. E não somente hoje e amanhã, mas, até a “eternidade”. Esse amor real é algo diferente de simpatia humana. É amor baseado sobre a “verdade” e que não pode ser separado dessa verdade. Pois, quando a verdade de Deus não “permanece em nós” o verdadeiro “amor” já não existe. É justamente essa “verdade” que está em jogo – até os dias de hoje.
A razão para João dar tanto destaque à “verdade” na sua carta reside na situação da igreja, não só daquele tempo, mas, também de hoje de estar vivendo um amor passageiro frouxo e vazio.

2. O cuidado do presbítero para com a senhora eleita (5-13).
a. Cuidado para não se desviarem da verdade: A conduta correta é determinada por “um mandamento” que “recebemos do Pai”. Não são ideais próprios, ou moral humana que torna verdadeira e certa a vida do cristão e da igreja. João apresenta um pensamento centralizado em Deus. Por isso, a única vontade que deve ser determinante em nossa vida é a de Deus e este fundamento não é novo diz João “mas, existe desde o principio". João pede a igreja que mantenha o passo firme o tempo todo. Deste modo o apóstolo protege a pureza e a verdade do “amor” contra todas as deturpações humanas.
b. Cuidado com as falsas doutrinas. Na época de João havia um movimento intelectual e religioso chamado “gnosticismo” que pregava que no corpo não havia nada de bom e somente a alma era santa e pura. Baseados neste princípio os adeptos desta filosofia pagã praticavam orgias e desfraldavam o corpo. Alguns "cristãos" influenciados por esta filosofia começaram a divulgar nas igrejas a pratica de um cristianismo “superior”, ou seja, a crença que a alma é santa e o corpo é mal. Era nisso que residia o perigo. João escreve que esses “sedutores sairam para o mundo fora pregando que Cristo não veio em carne”. Com orgulho esses falsos mestre se apresentavam nas casas como os "superiores" que traziam algo puro e muito melhor. João assinala que é possível alguém adiantar-se, ir além, desviar-se do Cristianismo ao se enveredar por novidades. Os “sedutores” não pregavam ensinos que podiam ser tolerados. Sua proclamação ataca o cerne da mensagem apostólica, fere mortalmente “a verdade”, pois, “não confessam Jesus Cristo como aquele que vem na carne”. Seu “Cristo intelectual” não é o Redentor do pecador por intermédio da morte na cruz. Ao oferecer um Cristo maior e mais perfeito se equivocam em relação ao envio real e indispensável do Filho de Deus “na carne”. Ao deixar a verdade e se enveredar pelo novo negam o real amor de Deus, que enviou seu Filho para a reconciliação por nossos pecados. Portanto não está em jogo opiniões que poderiam representar riqueza teológica, mas a própria salvação, ameaçada por enganadores e anticristo. “Acautelai-vos” diz João “Para que não percais o que alcançamos com esforço". A igreja não se deve deixar iludir por tudo isso. “Todo aquele que vai além e não permanece na doutrina do Cristo, não tem a Deus.” Independentemente do que as igrejas possam “ganhar” com os novos ensinamentos, elas perdem a Deus, o Deus real e seu verdadeiro amor. Por isso ele enfatiza “não deve acolher os que não trazem essa doutrina”. Porque recebê-los significa dar apoio. Não sejam cúmplices de suas obras más diz João.
Conclusão: João, mesmo avançado em idade, se preocupou com a "Senhora Eleita" e seus filhos ecrevendo uma maravilhosa carta. Porém, sua preocupação não se limitava apenas à esta carta, a sua vontade era escrever mais, pois tinha muito que escrever. Mas, quero continuar a falar do meu amor e dar-te os meus conselhos pessoalmente, boca a boca, frente a frente. Quero abraçar-te e me alegrar contigo "Senhora Eleita". Assim o meu gozo será completo diz o "ancião". Aprendamos com João. Amemo-nos uns aos autros e tomemos cuidado com as falsas doutrinas que pregam por ai.

Deus vos abençoe
Pr Saulo César.

sábado, 5 de setembro de 2009

Pai Nosso


Vocês devem orar assim
Mt 6.5-13


A oração do Pai Nosso está inserida dentro do Sermão do Monte. No inicio do Sermão o Evangelista Mateus escreve: “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e assim que assentou seus discípulos se aproximaram e ele passou a ensina-los (Mt 5.1-2). Em meio a este ensino, baseado nas orações que tinha presenciado, Jesus destaca dois grupos. O primeiro era aquele que orava para ser notado e aplaudido. Jesus chama este grupo de “hipócritas”. O segundo era aquele que orava de forma mecânica usando “vãs repetições”. Jesus chama este grupo de “pagãos”.

O apóstolo Tiago diz: “Não conseguem o que querem porque não pedem a Deus. E, quando pedem, não recebem porque pede errado, pedem para esbanjar em prazeres terrenos” (Tg 4.2-3).

Ao apresentar este dois grupos aos seus discípulos Jesus enfatizou que os verdadeiros discípulos tinham que ser diferentes. Disse Jesus: “sejam diferentes deles” (Mt 6.8). Vocês não podem ser fingidos como os “hipócritas” nem tagarelas como os pagãos. “Não sejam como eles! Vocês devem orar assim.”

Na oração do “Pai Nosso”
Jesus ensina aos seus discípulos duas lições:

1. Dirijam suas orações ao Pai.
Jesus inicia a oração chamando Deus de Pai. Por isso o “Pai Nosso” só pode ser proferido de forma verdadeira por quem é “renascido”, somente o filho de Deus pode dizer “Pai”. Por outro lado, o indivíduo ao orar, ora como membro de uma comunidade. Quando se ora “Pai nosso” o cristão é desviado do eu e direcionado para Deus e para a comunidade que pertence. O termo “nosso” transcende do quarto de oração para o Trono de Deus e vai além, contagiando toda a Igreja de Cristo e se estendendo por toda a Terra. Assim, a oração em secreto torna-se a “oração que alcança o mundo”.
Mas, também ao dizer “Pai que estás nos céus” estamos impedidos de banalizar o nome de Deus (paizão ou o cara lá de cima). A expressão “Pai nos céus” combina a bondade, que gera confiança, com o respeito devido àquilo que é mais sagrado, ou seja, o nome de Deus. Qualquer intimidade grotesca e falsa deve ser excluída. A confiança e intimidade com Pai jamais pode tornar irreverente.
A prioridade não é tratar da minha pessoa e da minha vontade e sim da pessoa de Deus e da sua vontade.
Pai teu nome é santo (9):
Isto é, considerado com todo o respeito. O nome de Deus não é uma simples combinação de letras D,E,U,S. Seu nome revela seu caráter sua essência sua atividade. Portanto o nome de Deus revela Deus. Quando eu oro “santificado seja teu nome” está implícito que eu quero que sua santidade se manifeste em mim e seja vista em mim.
Que venha o teu reino (10a). Assim como Deus é Santo ele também é Rei. Ele reina com poder absoluto sobre TODA a criação e sobre TODA a historia. E quando eu oro que seu reino venha significa que eu desejo verdadeiramente que seu governo cresça em mim e por toda a Terra. Implica também que este reino inicia agora e se estende para a eternidade. É o já e o ainda não. Já o temos, convivemos com ele, mas não o temos totalmente.
Que tua vontade seja feita (10b): A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Portanto resistir a sua vontade é loucura e aceita-la é sabedoria. Está vontade é tão sublime que Jesus orienta para orar pedido que a vida na terra se aproxime o máximo possível da vida no céu. Ou seja, assim como a perfeita vontade do pai é aceita e praticada no céu, ela também precisa ser aceita e praticada em minha vida e também na terra.
Quando nos conformamos com os conceitos do mundo ficamos preocupados com o nosso nome com nosso reino e com a nossa vontade. Os cidadãos do reino de Deus têm de santificar o nome de Deus, deixar que o reino de Deus se torne realidade entre eles, e fazer com que a vontade de Deus atinja validade absoluta já agora na vida diária. Não podem apenas dizer: “Senhor, Senhor”, mas precisam fazer a vontade do Pai (Mt 7.21).
2. Façam seus pedidos ao Pai.
Após serem colocadas nossa preocupação em relação à gloria de Deus, seguem as questões pessoais. Momento de expressar toda nossa humildade e dependência diante do pai. Nota-se que, ao colocar Deus em primeiro lugar, não significa eliminar nossas necessidades pessoais. Visto que Deus é nosso Pai, como Pai ele está preocupado com o bem estar de seus filhos. Portanto, deixar de citá-las em oração é tão errado quanto coloca-las em primeiro plano.
Novamente o indivíduo está situado diante do “Pai do Céu”, mas ele também é membro da comunidade, por isso se repete a palavra: “nosso” nas petições seguintes.
Pai dá-nos o pão de cada dia (11): Conta-se a história de um homem que fazia sua primeira viagem de navio. Os passageiros perceberam que ele não aparecia para comer às refeições, ao invés disso viram comendo bolachas. Só no último dia é que o viajante soube que, ao comprar a passagem ele tinha direito às refeições. Era necessário apenas pedir o alimento. Ele deixou de comer porque deixou de pedir. Muitos cristãos são como esse homem a bordo do navio. Passam fome porque não pedem o pão de cada dia ao Pai Celestial. A palavra “Pão” deixa de lado o luxo e o consumismo e exorta para a simplicidade e o controle dos nossos desejos. Lutero considerava o “pão nosso de cada dia” simbolizava todas as necessidades básicas desta vida, tais como: alimento, a saúde, a moradia, a bem estar da família, o bom tempo e um bom governo. Mas, além da palavra “Pão” Jesus acrescenta “de cada dia”, sugerindo "rações diárias" ou seja, dependência diária. Se usado de manhã "o pão de hoje" e se usado à noite "o pão de amanhã". Assim, devemos viver um dia de cada vez.
Perdoe nossas dívidas (12): O perdão é tão necessário para a saúde da alma como o alimento é para o corpo. Progride do material para o espiritual, “do pão para o perdão.” Esse duplo pedido constitui todo o anseio do ser humano. Pois, o homem é corpo e alma. Todo pecado constitui uma dívida perante Deus. E está divida deve ser paga. Porém ao calcular o custo desta divida percebe-se que é impagável. Por isso, o Pai nos dá o perdão gratuito. Um perdão ilimitado, compassivo e divino. Ao conceder o perdão o pai anula a acusação e cancela toda a pena imposta aos devedores. Porém este pedido está condicionado ao meu procedimento em relação ao próximo. Ou seja, para que o perdão e a graça de Deus atuem em mim é imprescindível que eu também perdoe. Contudo, persiste o fato indiscutível de que entre o meu perdão e o perdão do Pai existe uma grande diferença. É impossível comparar o perdão de Deus com o nosso.
Mas, livra-nos do mal (13): Que mal é este? É o mal que, mesmo depois de ser perdoado, rodeia a vida do crente. É como se o mal estivesse sempre presente dia após dia. Ao pedir ao Pai que não nos deixe cair em tentação (algumas traduções diz: não nos induza à tentação), mas livra-nos do mal, devemos entender que: o mal vem do maligno e não de Deus. Tiago diz: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13). O maligno que arrebata a boa semente que foi semeada no coração (Mt 13.19). Por isso este último pedido deve ser feito assim: Pai livra-nos de cair nas tentações que o maligno nos traz. Cônscio de sua própria impotência e fraqueza, o filho de Deus volta-se ao Pai, pedindo que ele livre seu filho do poder aliciador do maligno. Permanecer longe do mal só é possível pela mão salvadora e protetora de Deus.
Por isso O “Pai nosso” é mais que uma oração. É uma lição de como devemos orar.
A partir do momento que eu buscar a Deus não para ser visto pelos homens e ser aplaudido por eles, mas para ser visto por Deus. Para honrá-lo, glorifica-lo e humildemente pedir suas benções então serei um verdadeiro filho. Serei abençoado. A partir do momento que eu buscar a Deus não de forma mecânica e vazia, usando palavras sem pensar, que não significam nada para mim, que não quer dizer o que realmente sou e o que sinto. Mas, para dizer verdadeiramente que ele é meu Pai e que eu sou teu filho. Por isso ele tem primazia e eu dependo dele. Então serei abençoado.
Deus abençoe
Pr Saulo César

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ao Deus desconhecido

At 17.1634
Don Richardson em seu livro fator Melquisedeque conta que certa tribo da América Central que adorava o Deus sol mudou de idéia, pois certa vez quando estavam cultuando o sol uma simples nuvem cobriu a sua luz. Então levados pela lógica passaram a cultuar o Deus que criou o sol. Porém nem todos chegam a esta conclusão. Assim com foi na época de Paulo ainda hoje existem muitos povos que não conhecem a Deus. Povos que acreditam que comendo os corpos das pessoas mortas faz com que estas permaneçam entre eles. Casais que quando nascem filhos gêmeos, sacrificam um deles por acreditarem que um é amaldiçoado. Pessoas que roubam e matam crianças para sacrificar a Deuses estranhos. Pessoas que reverenciam seres extraterrestres, animais e duendes. É fato, existem muitas pessoas que adoram outros deuses por não conhecerem o Deus verdadeiro. Enquanto que existe muitos a quem o Deus verdadeiro já foi apresentado e não o adoram. Você conhece o Deus verdadeiro? Você o adora, cultua, serve?
No texto Deus é apresentado como:

1. O Deus que Atenas não conhecia (16-23a).
Apesar da religiosidade: Atenas era a principal sede de ensino do mundo civilizado da época. Toda a filosofia do mundo era centralizada e debatida nos seus tribunais. Certo historiador afirmou que em Atenas tinha mais de 30.000 imagens de deuses. Outro disse que em Atenas era mais fácil achar um deus do que um homem. Para os atenienses ter somente um deus era ignorância e sinal de pobreza. Tanto que quando Paulo disse sobre Jesus e a ressurreição eles entenderam que se tratava de dois deuses. Um era Jesus e outro ressurreição. Dizem que todas as religiões são boas e levam a Deus. Isso é uma armadilha do Diabo. João diz que a única religião verdadeira é aquela que aquela que confessa que Cristo veio ao mundo para salvar a humanidade (1Jo 4:2-3).
Apesar da busca por novidades: Na cidade havia dois grupos filosóficos os epicureus e os estóicos. Os epicureus entendiam que o prazer deveria ser o alvo do homem. Por isso buscavam a total ausência da dor. Os estóicos viviam na busca da auto-suficiência. Para eles o homem racional era totalmente auto-suficiente. Quando estes se encontraram com Paulo disseram que era um tagarela, ou seja, um papagaio que propaga idéias sem importância. Mas, também tinham também um enorme gosto por novidades. Estavam curiosos, pois todos de Atenas não falavam outra coisa.
2. O Deus que Paulo anunciava (23b-31).
Um Deus desconhecido do povo: Sabe aquele time ruim que chuta para onde está virado. Eles chutavam para todo o lado “Quem sabe entre esses chutes acertamos um”, ou “talvez nenhum destes deuses são verdadeiros, venham vamos fazer mais um altar”. Foi nesta brecha que deram que Paulo entrou para falar do Deus verdadeiro. O Deus que Atenas precisava conhecer.
Porém, um Deus conhecido de Paulo: Atenas precisava conhecer o que Paulo anunciava. Ele é o Criador, Senhor ilimitado no tempo e espaço (24-26). Ele se faz presente e sustenta a todos, mas não pode ser visto nem tocado (27-28). Ele não se assemelha aos ídolos humanos, pois é misericordioso e justo (29-31);
3. O Deus que Atenas rejeitou (32-34).
Por não aceitar a verdade:
Apesar de gostarem de novidades, não creram na verdade que Paulo anunciava. Muitos preferem viver uma mentira a enfrentar a verdade. O salmista relata esta verdade: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada. Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens. Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta.” (Sl 115:1-7).
Por não querer mudar de vida: Para os atenienses era conveniente continuarem do jeito que estavam. Eles lucravam com seus ídolos. Já tinham criado raízes nas suas crenças. Enquanto que Paulo pregava a ressurreição dos mortos um dos seus antigos profetas dizia que a alma daquele que morrer não voltaria a viver. Se mudassem teriam que enfrentar perseguições e até discriminações, pois deixariam de servir a atena, a deusa da sabedoria, para servirem um Deus que nem poderiam ver.
Conclusão: Há somente um Deus digno de ser adorado. Hoje Ele se dá a conhecer a você. “Todo o que Vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” - “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”. Se você já serve ao Deus verdadeiro, abra ainda mais o seu coração. Busque sempre uma experiência maior! “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”.
Deus abençoe
Pr Saulo César