terça-feira, 30 de março de 2010

O julgamento de Cristo

Meu Senhor foi entregue
Mt 26.47-27.26

Jesus viveu os seus últimos dias intensamente. Na noite anterior a prisão ele ceia com discípulos vai ao jardim de Getsêmani angustiado ora ao Pai e então é preso e levado ao sumo sacerdote. Jesus foi entregue. Esta verdade está bem clara nos seus últimos dias. Na noite de quinta para sexta-feira, no Getsêmani, ao pegar seus discípulos dormindo ele alerta: “Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores.” (Mt 26.45). Ao romper da sexta-feira quando os principais sacerdotes e os anciãos entraram em acordo para o matarem: “amarrando-o, levaram-no e o entregaram ao governador Pilatos” (Mt 27.2). Após os judeus terem escolhido Barrabás: “Pilatos, depois de açoitá-lo, o entregou para ser crucificado.” (Mateus 27.26).
Jesus foi entregue julgado e condenado.
Vamos considerar os textos que relatam estas verdades:


1. Ele foi entregue por Judas (Mt 26.14- 26.47).
• Era um amigo: Foi escolhido por Jesus para ser apóstolo (Mt 10.4). Caminhou com Jesus. Ouviu seus ensinos. Compartilhou da mesma mesa. Esteve tão próximo de Jesus, no entanto, se perdeu.
• Era um ladrão: Com tesoureiro do grupo ele criticou Maria irmã de Lazaro, quando esta ungiu Jesus com um perfume valioso. Disse que poderia vender por 300 dentários e dar aos pobres. João comenta: “Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.” Judas era “um ladrão” (Jo 12.6).
• Era ganancioso: A ganância tinha um preço. Em Mateus 26.14-16 ele estipula este preço. “Indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata”. Para ele, Jesus era apenas o meio desejado para satisfazer sua ambição e sua ganância. Agora, vendo a situação caminhar para um desfecho completamente diferente do que seu coração natural havia desejado, queria pelo menos tirar vantagem da posição que tinha ao lado do Mestre. A história de Judas ilustra bem os degraus de sua queda: Judas, o discípulo, o insincero, o ladrão, o traidor, o suicida!
• Traiu Jesus com um beijo: Sob o símbolo do amor e da amizade, aconteceu a ação mais tenebrosa da história da humanidade (Mt 26.47-50). Com toda razão este beijo de Judas tornou-se, desde àquela hora, expressão da traição e do fingimento. Mas, mesmo diante deste ato o Senhor age com amor e mansidão chamando-lhe de amigo. O sinal que Judas tinha a finalidade de evitar que Jesus porventura fugisse, enquanto um dos discípulos fosse aprisionado no lugar dele.
• E depois, com remorso enforcou-se (Mt 27.3-5). Quando se dá conta daquilo que provocou, Judas é tomado de desespero brutal. Ele vai correndo aos sumo sacerdotes e anciãos, arrependido da sua ação: Pequei, pois delatei sangue inocente! Uma terrível acusação aos sumo sacerdotes e anciãos. Mas ao invés de se assustarem, eles respondem friamente: Que temos nós com isso? O problema é seu! – Desse modo, eles revelam toda a sua maldade. Judas arremessa o dinheiro maldito contra o portal do templo. Depois foge em disparada.

Em vez de chorar como Pedro, em vez de olhar para Deus, olha somente para si e seu pecado. Antes, ao invés de procurar aquele que toma sobre si nossos pecados ele procurou aqueles que dizem: Que temos nós com isso? O problema é seu!

2. Ele foi entregue por Caifás (Mt 26.57-27.2).
• Caifás considerava Jesus culpado e buscava um pretexto para sua condenação. Segundo historiadores a “casa do sumo sacerdote” era uma residência luxuosa. Na parte de cima havia um espaçoso salão onde eram feitas reuniões e festas e na parte de baixo um alpendre cercado com um portão que dava para um grande pátio, em cujo “meio” os empregados da casa mantinham um fogo. E foi neste pátio que Pedro se encontrava. Pedro, talvez incomodado pelas palavras que Cristo havia dito e pelas suas respostas, ao contrário dos outros discípulos queria mostrar um comportamento diferente dos seus companheiros. No momento da prisão ele já se arriscara perigosamente por não querer admitir sua derrota. Só que seguir a Cristo “de longe” e se assentar junto com os curiosos não demonstra nenhuma fidelidade. Este “entre”, ligou Pedro, não aos que seguiam Jesus, mas àqueles que o rejeitavam.
• Na sua casa ele premeditou o mal: Olhando para o texto verificamos que não foi algo realizado sem pensar. Estava tudo planejado. O local estava preparado – O Sinédrio, principal tribunal judeu era composto por 71 membros, sendo que o número mínimo para tomar decisões era de 23 membros, Ali se reuniram todos os principais sacerdotes, os anciãos e os escribas. O juiz – O júri e As testemunhas. Tudo funcionando pra quando a população acordasse pela manhã, já deveria deparar-se com fatos consumados.
• Ele violou a lei: Na literatura judaica foram encontradas 27 transgressões em relação ao julgamento de Jesus. Os itens mais mencionados são:
• A prisão só poderia ser feita em fragrante: Jesus foi preso às altas horas da noite no Jardim Getsêmani depois de estar orando;
• Processos importantes só podiam ser tratados de dia: O julgamento prosseguiu, às altas horas da madrugada de sexta-feira, sem investigação ou processo.
• Não poderia haver julgamentos no dia anterior ao sábado ou de uma festa importante: A prisão e julgamento de Cristo foram na véspera do sábado e da Páscoa.
• A condenação só tinha validade com testemunhas. A confissão não tinha validade. As testemunhas arroladas eram falsas e disseram palavras sem entendimento. Por isso, Caifás forçou a confissão.
• Blasfêmia tinha de incluir a menção expressa do nome de Deus. Caifás pergunta a Jesus – És o Cristo, o Filho de Deus? – e ele respondeu – Tu o dizes: Em verdade vos digo: doravante vereis o filho do homem sentado à direita do Todo Poderoso;
De acordo com todos os evangelhos, Jesus morreu por causa do seu próprio testemunho. Se ele tivesse negado as acusações, teria de ser libertado. Apesar disso, a coleta de provas que não deu em nada provou a inocência de Jesus. Como se dissesse: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46). Todavia, ele não tinha nenhuma intenção de salvar a sua pele. Ele estava disposto a “sofrer segundo a vontade de Deus”. Seu silêncio evidencia “sim” para o sofrimento, mas assim que a pergunta certa é feita, ele abre a boca para responder como “a testemunha fiel e verdadeira”: Jesus respondeu: Eu (o) sou. Neste instante o sumo sacerdote, que estava de pé rasgou suas vestes para demonstrar sua indignação. Assim ele demonstrou sua lealdade à lei, pois um homem religioso não podia ouvir uma blasfêmia sem este gesto de horror (2Rs 18.37–19.1).
• Ele expôs o Senhor ao escárnio: Sob esta impressão forte, Caifás pediu os votos de todos: Que vos parece? A sentença é pronunciada ordenadamente: E todos o julgaram réu de morte. Assim, o processo não produzira somente o motivo para uma crucificação pelos romanos, mas também para um apedrejamento pelos judeus (Lv 24.10ss). Como condenado, Jesus não tinha mais direitos. Quem quisesse podia descarregar nele suas raivas, e todos quiseram. Puseram-se alguns a cuspir nele. Da pena de morte também fazia parte a aniquilação moral. A cobrir-lhe o rosto, a dar-lhe murros e a dizer-lhe: Profetiza! Jesus, porém, passou no teste à sua maneira e cumpriu Is 53.6.
• João informa que após o interrogatório “cedo de manhã” entre as 3 e 6 horas. Eles levaram Jesus para Pilatos, porém não quiseram entrar no palácio para não se contaminar. Os acusadores de Jesus se protegem da “contaminação”, que aconteceria com a simples entrada na casa gentílica, excluindo-os da participação na ceia da Páscoa. Que “hipocrisia”. Eles tinham inveja e egoísmo. Contudo, não queriam se “contaminar” por entrar numa casa gentílica. Queriam comer do cordeiro da Páscoa, mas entregam o Cordeiro de Deus à morte. Cumprem-se aqui as palavras do Senhor: “Guias cegos, que coam o mosquito e engolem o camelo! Que limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro deixam a sujeira!” (Mateus 23:24-25)

3. Ele foi entregue por Pilatos (Mt 27.11-26).
PILATOS era Governador romano da JUDÉIA.
a. Um político que querendo se livrar da culpa agiu politicamente: Com as autoridades: Para iniciar o interrogatório Pilatos perguntou a mesma coisa que Caifás “És tu o rei dos judeus”? Pilatos, portanto, não estava interessado em blasfêmia, mas na questão da revolta e traição contra Roma. Respondeu Jesus: Tu o dizes. Do mesmo modo como diante de Caifás, Jesus não negou diante de Pilatos. Pilatos, mesmo depois desta alegação entendia que Jesus não era nenhum criminoso, algo que ele já sabia bem antes. Porém, com sua atitude o levava diretamente para a morte. Parecia que ele queria se tornar um “rei dos judeus” crucificado.
• Os judeus, porém, não desistiam. Eles o entulharam de acusações de que ele colocava a ordem e a segurança em perigo. Tornou Pilatos a interrogá-lo: Nada respondes? Vê quantas acusações te fazem! Jesus, porém, não respondeu palavra. O que Pilatos entendeu de tudo isso? Por um lado era óbvio que o acusado havia desistido da defesa própria, por outro, percebia que os líderes nada mais queriam que eliminar um rival.
• Com o povo: Pilatos percebeu que tudo aquele alvoroço poderia abalar sua própria posição. Ora, por ocasião da festa, era costume soltar ao povo um dos presos, qualquer que eles pedissem. Nesta situação, ele enveredou por um caminho em que ele dava a volta por cima nos lideres religiosos, satisfazia o povo e assim conseguir a libertação de Jesus. Ele passou o comando ao povo, para que este resolvesse a situação. Só faltava apresentar o outro candidato e havia um, chamado Barrabás, preso com amotinadores, os quais em um tumulto haviam cometido homicídio. O lugar externo, diante do palácio se enchera de gente. Vindo a multidão, começou a pedir que lhes fizesse como de costume. E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que eu vos solte Barrabás ou Jesus o MESSIAS o CRISTO o REI DOS JUDEUS? Do modo mais desajeitado possível ele tentou influenciar a opinião da multidão, pois a alegação de “rei dos judeus” não era considerada séria, ao passo que do ponto de vista romano, Barrabás era perigoso. A intenção de Pilatos era separar o desejo do povo do desejo dos lideres religiosos, pois ele bem percebia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado. Mas estes incitaram a multidão para que soltasse Barrabás. De fato, a multidão, há pouco ainda afeiçoada a Jesus, voltara a seu primeiro amor. O zelotismo gozava naqueles anos e décadas de simpatia crescente. E o povo que vivia sofrendo sob a violência de Roma e que esperava sua libertação por meio de homens violentos, escolheram Barrabás.
• Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus? É claro que para Jesus só restava a morte. Só Pilatos ainda não queria entendê-lo. Eles, porém, clamavam: Crucifica-o! O povo judeu, como se soletrasse disse claramente “CRUCIFICA-O”. Pilatos ainda faz uma tentativa.. Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez ele? Porém eles não querem mais saber de conversa. Conscientemente eles declaram culpado um inocente. “Declaram”, na verdade, é um elogio. E eles gritavam cada vez mais: Crucifica-o!
b. Lavando as mãos na água e sujando com sangue inocente (27.24-26): A fim de eximir-se da culpa Pilatos lavou as mãos. Para os judeus a ação de Pilatos era muito mais impressionante. Na lei de Moisés consta que quando se encontrar uma pessoa assassinada, da qual não se sabe quem a assassinou, os anciãos da localidade devem pegar uma novilha leva-la a um riacho e ali mata-la de modo que o sangue corra para o riacho. Depois disso todos os anciãos da localidade devem lavar as mãos sobre a vaca e dizer em alta voz: Nossas mãos não derramaram esse sangue e nossos olhos não viram esse crime. Ou seja, solenemente Pilatos imita esse costume judeu na sua cadeira de juiz: ‘Sou inocente desse sangue. Vocês são responsáveis’.
• Os judeus assumiram a culpa: Uma horrível resposta ecoa pelos ares: ‘Seu sangue venha sobre nós e nossos filhos!’ Jamais foi dita uma maldição mais horrenda. E jamais uma maldição se cumpriu de maneira tão terrível. Se aqueles que a proferiram esta maldição pudessem ver 40 anos à frente, talvez não tivessem dito. No final do ano 66 soldados romanos cercaram Jerusalém e suas casas reduzidas a cinzas. Durante o sítio, os moradores famintos eram caçados torturados e crucificados. Diariamente mais de 500 judeus eram crucificados. Quando, enfim, a cidade foi conquistada, a espada romana acabou tudo o que a fome e a peste ainda tinham destruído. De acordo com Josefo, 1,1 milhões de pessoas foram mortas durante todo o tempo do sítio. Os vitoriosos pouparam somente os homens ainda jovens e saudáveis, para transformá-los em escravos. 97.000 foram levados à escravidão. Contudo, para que todos esses escravos não superlotassem o mercado, milhares deles foram destinados a lutar no anfiteatro como gladiadores ou com animais ferozes. Os demais desapareceram nas minas da Frígia ou tiveram de prestar trabalhos forçados na construção do Coliseu. Porém, Pilatos sujou a mão com sangue inocente: Cada pessoa condenada à morte na cruz era primeiramente açoitada pelos romanos. Isso de fato aconteceu. Contudo, Pilatos tentou combinar ainda outro objetivo, qual seja, torturando Jesus, queria saciar a ânsia sanguinária da multidão e assim livrá-lo. A lei judaica conhecia e previa a pena do açoitamento. Porém, o açoitamento romano era muito diferente e cruel. Para eles não valiam as limitações e medidas de cautela. Sobretudo não havia uma legislação sobre o número de chibatadas. Um limite somente se alcançava quando os algozes estavam exaustos ou tinham satisfeito sua crueldade. Por isso o açoitamento era aplicado somente em estrangeiros e escravos, às vezes como preparação para a crucificação, outras vezes como tortura para forçar uma confissão. Para executá-la eram usadas tiras estreitas de couro duro, em que foram trançados pedaços de ossos, chumbos e espinhos agudos. O delinqüente era amarrado numa coluna baixa, assim que seu corpo curvado permitia ser alcançado pelas chicotadas de todos os lados. Testemunhas que presenciaram a morte de Policarpo e dos demais martires escreveram: “Dilacerados pelos açoites, a ponto de ser possível ver os vasos sangüíneos interiores e a estrutura do corpo, eles os suportavam de tal modo que mesmo os que estavam em redor tinham compaixão e choravam”. “até os ossos ficaram expostos”. As diversas expressões para designar essa punição falam uma linguagem inequívoca: “recortar”, “dilacerar”, “quebrar”, “moer”, “perfurar”, “lavrar”. As veias, os músculos, as entranhas ficavam expostas diante dos olhares apavorados dos espectadores. Não raro o delinqüente morria sob a violência das chicotadas.

O Filho de Deus foi açoitado. Pilatos considerava Jesus inocente e buscava uma saída. Porém Jesus foi “entregue”,
• AO ESCOLHEREM BARRABÁS, ESCOLHERAM...A violência no lugar do amor. A guerra no lugar da paz. A terra no lugar do céu
• ENTREGARAM JESUS para que o amigo dos pobres e rejeitados fosse afastado. Para que a verdade fosse abafada. Para que a voz da moralidade e da justiça se calasse.

Pr Saulo César - ICE Campo Grande

ABRAÃO - O Amigo de Deus


Meu Deus. Meu Senhor. Meu Amigo!
Gn 15.1-18


No boletim de março, a devocional, fala sobre a amizade e a benção de ter amigos, fazer novos amigos e conservar os velhos amigos. Lembro que terminei o texto questionando como está a nossa amizade com Deus. Muitas vezes não somos nós que escolhemos nossos amigos eles são quem nos escolhem. Lembro que seminário tínhamos vários amigos. A maioria ainda são nossos amigos. Mas, tem uma pessoa que é mais que um amigo tornou-se nossa filha. Não porque a adotamos, e sim porque nos adotou. A bíblia fala muito sobre amizade, principalmente em provérbios. Mas, em toda a bíblia apenas uma pessoa é citada como amigo de Deus, essa pessoa foi Abraão. E todas as citações são como forma de testemunho, algo para se ver e aprender. A primeira foi Josafá, que em dificuldade, clama ao Senhor e diz: “Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo de Israel e não a deste para sempre à posteridade de Abraão, teu amigo?” (2Cr 20.7). A segunda está em Isaias onde o próprio Deus dá o testemunho quando diz:“Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo,” (Is 41.8). A terceira está em Tiago, quando o apóstolo, faz referencia aos textos já citados para testemunhar da fé e da amizade de Abraão para com Deus. “Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus” (Tg 2.23). Abraão tinha vindo de uma terra onde havia vários deuses ali tinha deixado vários amigos. Mas, agora ele tinha UM DEUS, UM SENHOR E UM AMIGO.

Abrão e Deus eram amigos íntimos. Será que é possível ser amigo de Deus?
No texto que lemos verificamos que sim. Pelas seguintes razões.

• Abrão estava cansado e desanimado...
1. O amigo transmitiu coragem (1).
• Este foi o quarto encontro de Deus com Abrão. Abrão tinha cerca de 85 anos e Sarai sua esposa 75. Apesar de velhos não tinham filhos e viviam como nômades numa terra estranha. Ele tinha retornado da guerra em que se envolveu para resgatar o seu sobrinho Ló junto com a família. Ele soube que seu único parente próximo, que vivia em Sodoma havia sido levado preso numa ação de guerra. Armado com 318 homens, dos mais capazes, nascidos em sua casa, ele conseguiu trazer de volta a família do sobrinho e recuperar tudo. Na volta não aceitou o premio oferecido pelo rei de Sodoma, mas aceitou a benção e deu o dízimo daquilo que foi recuperado à Melquisedeque, rei de Salém, pois reconhecia ser ele Sacerdote do Altíssimo.
• Era noite estrelada, mas ele preferiu entrar na tenda. Deve ter entrado e depois acender o fogo, desenrolou a esteira se deitou sobre ela. Sara já devia estar dormindo, pois era tarde, mas o cansaço não o deixava dormir. Creio que seu cansaço não era pela idade, pois, Abrão apesar de não ser jovem era forte. O velho Abrão estava cansado da guerra, da longa viagem de volta e da vida que levava. Cerca de 10 anos já haviam se passado desde que foi chamado por Deus para ser uma benção. Os anos já haviam passado, tinha muitos bens, mas o que mais desejava ele não tinha. Sua esposa já estava desanimada por não ter filhos. Mesmo quando moravam em Ur dos caldeus, por já serem casados ela ansiava ser mãe.
É neste contexto que encontramos Abrão. Abatido, cansado e desanimado. NESTE MOMENTO QU O AMIGO APARECE. E diz:
a. Não temas eu sou teu escudo: Ao dizer que era seu escudo Deus, o AMIGO, quer deixar bem claro para Abraão que ele era seu protegido. Talvez Abrão estivesse receoso em relação aos inimigos que poderiam vir contra ele. Mas, em qualquer situação, seja em guerra ou em paz, O Senhor era seu escudo. Deus é nosso esconderijo: “Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido” (Sl 91.7).
b. O teu prêmio será muito grande: Abrão havia recusado o despojo da guerra, mas Deus não haveria de permitir que ele saísse perdendo e disse “o teu premio será SOBREMODO grande”. È como se lhe dissesse “Eu Sou teu premio”. Que bom ter um amigo assim. Amigo que nos protege e nos presenteia.
• Certa vez um menino entrou numa casa que vendia cachorros de estimação e perguntou o preço dos filhotes à venda. “Entre 30 e 50 Reais disse o dono da loja. O menino puxou uns trocados do bolso e disse: "Eu só tenho R$ 2,50, mas eu posso ver os filhotes? O dono da loja sorriu e chamou uma cachorra , que veio correndo com cinco filhotes. Um dos cachorrinhos vinha mais atrás, se arrastando pelo chão. Imediatamente o menino apontou aquele cachorrinho e perguntou: "O que é que há com ele?" O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril, e que não tinha cura. O menino se animou e disse:-"Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!" O dono da loja respondeu:"Não, você não vai querer comprar esse. Se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente." O menino olhando bem na cara do dono da loja, disse: -"Eu não quero de graça eu quero pagar por ele. Eu dou tudo o que tenho por ele. Mas, porque perguntou o dono da loja? Por que não vira mas ninguém para compra-lo. Eu sou sua única esperança.

Como amigo Deus nos comprou. Deu-nos vida. Como amigo o Senhor diz ao seu povo: “Não vos tive afeição, nem vos escolhi porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, ao contrário era o menor, mas eu vos escolhi porque vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais” (Dt 7:7-8).

• Agora Abrão estava cansado, desanimado e descrente...
2. O amigo semeou esperança (2-7).

• Perguntou a Abrão “que presente vou ganhar”? Ando sem filhos. Essa expressão significa "vou morrer" sem filhos. A tristeza de Abrão é que Eliezer, um servo que nasceu em sua casa e seu principal criado, segundo as leis das quais viviam, era quem herdaria seus bens.
a. Teu herdeiro será gerado por ti: "O criado não será o teu herdeiro, mas aquele que gerar de ti será, este sim, será o teu herdeiro". Eliezer poderia ser um bom homem. Um bom servo. Mas, Deus rejeita idéia que o escravo herde a benção destinada ao filho. Ainda mas que havia a promessa dada anteriormente: “Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência.” (Gn 13.14-16). Nisto consiste a grandeza de Deus. Ele não se esquece das suas promessas. “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Is 49.15).
b. Tua descendência será como as estrelas; Deus convida Abrão para sair da tenda, olhar para o céu e contar as ESTRELAS, se as puderes contar. E concluiu: "Assim, será a tua semente". Deus convida Abrão para sair e deixar o medo, a incerteza e o desanimo. Sair da tenda significa ir além das possibilidades e da razão. É caminhar pela fé e ir além do limite da alma e da visão. È olhar o infinito a eternidade. O Senhor convidou Abrão para contar estrelas para revelar sua grandeza e seu poder. Talvez ele tenha até tentado contar, naquela noite ou em outra qualquer, quando se lembrava da promessa de Deus, mas se perdeu diante da imensidão do céu.

Contar estrelas significa reacender sonhos semear esperança. Você tem coragem de sair de sua tenda para olhar o céu? Não somente olhar, mas levantar a cabeça e começar enumerar. O verbo sair indica ação. Assim como foi com Abraão Deus nos convida para sair do comodismo da tenda e ir com Ele para contemplar o seu poder. “Abrão creu no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça.” (Gn 15.6).

• Agora Abrão estava renovado e confiante, mas curioso, queria saber os detalhes:
3. O amigo propõe um acordo (8-18).
• Abrão não exigia um sinal a fim de poder acreditar. Não era essa a questão, ele já havia crido. Por isso, Deus concedeu o sinal baseado na fé que possuía. A base de qualquer pacto feito por Deus, acha-se o Seu caráter, e é a isso que Deus se refere quando começa afirmando quem era. O nome Senhor Deus, “Adonai - em hebraico significa dono”. E como dono, Deus poderia, como fez, ter escolhido Abrão, tirado ele de uma terra, leva-lo para um lugar distante e dar a ele uma outra Terra.
a. Onde o sangue inocente foi derramado (8-11): Os pactos antigos eram, na maioria das vezes, confirmados ou selados através de cerimônias que envolvia sacrifícios de animais. Partia-se ao meio as vítimas do sacrifício colocava-se em ordem com as metades uma em frente da outra. Parece que Abrão já estava acostumado com estes pactos. Tanto que ao ouvir de Deus que ele deveria tomar uma novilha, uma cabra, uma pomba, e um cordeiro, ele já supôs que se tratava de um pacto fez tudo de acordo sem nenhuma intervenção Divina. Com um facão e vários golpes certeiros os animais foram abatidos e colocados em ordem. A idéia era que o mesmo fosse feito àquele que quebrar o acordo.
b. E por onde Deus teve que passar (selar) sozinho (12-18). Era costume depois de feito toda a preparação as duas partes acordadas passavam entre as fileiras dos animais. A noite se foi e outro dia iniciou e outro dia já estava findando. Abrão, depois de ficar espantando as aves por muito tempo e esperar a outra parte que não vinha, já sem forças, cansado adormeceu. Enquanto dormia Deus falou com ele.
• Haverá provação: - Tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos (v. 13);
• Haverá libertação e benção: Mas eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas (14);
• Haverá paz: E tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice (15);
• Haverá julgamento: Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus (16).
• Abrão e abençoado com uma aliança unilateral. Pois, o Senhor passou por entre os pedaços.
• Note-se que apenas um símbolo foi visto a passar entre os pedaços, a saber, "a semelhança de um forno de fumo do qual saía chamas de fogo" (17).
• Isso indicou que apenas Jeová estava tomando parte no cumprimento de todas as condições que estavam ligadas ao pacto.
• O pacto da graça, conforme se vê, não é um pacto entre dois, mas do Senhor, para que sua promessa seja confirmada.

Assim como nós, Abrão enfrentou dilemas, tive dúvidas e questionou a Deus. Mas, teve fé e submeteu à sua vontade. Você quer viver melhor na terra? Quer ser mais feliz? Quer ter mais paz? Seja amigo de Deus.

Deus abençoe
Pr Saulo César - saulo@icecampogrande.com.br

quarta-feira, 17 de março de 2010

Quem não tem pecado?

Que atire a primeira pedra
Jo-8.1-11
Esta história é conhecida como “a história da mulher adúltera”. Ela narra o encontro de Jesus com uma mulher que foi pega em adultério. Na ocasião alguns mestres da Lei junto com fariseus trouxeram a mulher e a obrigaram ficar em pé na presença de todos. Disseram que tinha sido apanhada em flagrante adultério e de acordo com a Lei de Moisés deveria ser morta a pedradas. Para isso queria o consentimento de Cristo.
Que lições podemos tirar deste encontro?
Poderemos tirar várias lições. Para isso quero compartilhar três momentos da história.

1. O momento do silêncio de Deus (1-6).
Quando o Antigo Testamento foi concluído, o último profeta que trouxe a mensagem de Deus foi Malaquias. Depois de Malaquias inicia-se o Novo Testamento com o Evangelho de Mateus. Mas, de Malaquias para Mateus existe um período de aproximadamente 400 anos chamado de INTERTESTAMENTÁRIO. Neste tempo Deus não mandou profetas na terra. Deus não ungiu reis. Deus não inspirou nenhum livro. Este período é conhecido como o tempo do silencio de Deus. Deus não falou, mas viu e agiu. Ele viu homens se passando por profetas e autoridades divinas. Ele viu reinos conquistando e sendo conquistados. Ele viu livros sendo escritos como inspirados. Ele viu tudo, observou tudo, mas permaneceu em silencio. Nesta história também temos o momento do silencio de Deus.
• Foi depois que retornou de madrugada ao Templo, e o povo se reuniu em volta para ouvir seus ensinamentos, algo que deve ter acontecido no pátio. Depois de ter seu ensino interrompido e ouvido tudo o que o grupo tinha a dizer Jesus em silêncio começa a escrever no chão. Mas o que ele via?
a. Ele via pessoas brincando com pecado;
A mulher brincando de adulterar; Jesus, via ser trazido diante dela uma mulher israelita, filha de Abraão. Como pode alguém que teve, em muitas oportunidades, ensinos sobre a lei, sobre o amor e a obediência a Deus se deixar levar por uma atitude tão baixa. Será que esta mulher pensou que poderia ficar impune. Com certeza ela deve ter pensado “nunca serei pega”. Ela foi ela para cama com um homem que não lhe pertencia. Ela com certeza estava brincando com o pecado.
• O adúltero brincando de esconde-esconde; E o homem, este Jesus nem via em sua frente, mas como Deus com certeza sabia quem era e onde se encontrava. Este israelita detentor de todos os privilégios que a Lei lhe concedia como judeu e como homem, não soube lidar com os benefícios da Lei. Por isso, pela Lei também deveria ser julgado. Mas, onde estava ele. Como homem se deitou com uma mulher que não lhe pertencia, mas não foi homem suficiente para se apresentar para ser julgado.
Este casal brincava com o pecado. Brincava com fogo. Mesmo sabendo que poderia se queimar.
b. Homens brincando de religiosos;
Eles vieram trazendo só a mulher; Não é dito quando e como essa mulher foi flagrada no adultério. No entanto, escribas e fariseus haviam se apoderado dela e a feito ficar de pé no meio de todos. Deve-se imaginar um círculo de ouvintes em torno de Jesus e um espaço vazio, no qual é colocada a mulher. Em voz alta é proclamada sua infâmia, enfatizado especialmente em tom acusador o “apanhada em flagrante”. No seu zelo hipócrita não se apercebiam do fato de estarem levantando um problema de natureza moral no lugar mais sagrado da terra: o Templo. Para os inescrupulosos e legalistas, não precisa haver nem lugar nem hora para exibirem sua religiosidade falsa. O primeiro erro foi que apresentaram somente a mulher. A lei era clara “Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera” (Lv 20.10). “Se um homem for achado deitado com uma mulher que tem marido, ambos morrerão o homem e a mulher” (Dt 22.22).
• Vieram com segundas intenções; Esses homens nem estão preocupados com o pecado e o combate a ele. Para isso eles não precisariam de Jesus. Está em jogo para eles a luta contra Jesus. Esperavam pegá-lo de maneira inescapável.Se Jesus recomendasse a clemência, ele se colocaria em oposição à lei de Moisés. Se ele recomendasse o apedrejamento entraria em choque com a jurisdição romana, que reserva para si o direito de aplicar pena de morte. Alem de que Jesus iria contra seus próprios ensinos, pois dizia que veio ao mundo para salvar o pecador.
• Eles não perceberam que agindo assim condenavam não a mulher, e sim eles. Afinal, torna-se claro que seu zelo não se dirige realmente a Deus e aos mandamentos de Deus, mas é governado pela mentira e pelo ódio. Como é terrível quando se luta contra uma pessoa que odiamos, tentamos usar o próprio Deus para atingirmos nosso objetivo. Este foi seu segundo erro.
Jesus então escreve com o dedo na areia e o gesto os incomoda.
Incomoda porque não atende as exigências dos homens. Eles querem palavras não silêncio.
Mas, Jesus apenas observa em silencio.

2. O Momento da razão (7-9).
a. Onde o pecado achou o pecador;
• No Livro de Números Moisés, depois de delegar obrigações e responsabilidades para o povo, pronuncia um principio que se aplica muito bem a esta história. Disse Moisés: “Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o SENHOR; e sabei que o vosso pecado vos há de achar.” (Nm 32.23).
• O ódio era patente e persistente. De uma forma ou outro Jesus tem de ser forçado a responder. Será que Jesus poderá escapar? Será que ele está em silêncio por embaraço? Ou será que “escreveu” algo significativo na areia? Com essa atitude Jesus mostra o quanto ele se considera afastado de toda a hipocrisia de seus adversários. Depois, porém, quando os inquiridores continuaram a pressioná-lo, ele se põe de pé. E agora se a resposta que faz ruir toda a trama e que subitamente transforma os adversários triunfantes em derrotados e condenados: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”. A Lei dizia: “Por depoimento de duas ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por depoimento de uma só testemunha, não morrerá. A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo; assim, eliminarás o mal do meio de ti.” (Dt 17:6-7)
b. Onde ninguém ousou de atirar pedras;
• Jesus não a contradiz Lei Ele AMPLIA. Uma adúltera em Israel merece a sentença de morte. Pois bem, levem a lei a sério, comecem com o apedrejamento! Porém – o primeiro dentre vocês a lançar uma pedra, seja aquele que for sem pecado! “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.” (Mt 5:27-28). A acusação não deu em nada porque não havia acusadores, Porque todos pecaram. Todos são mentirosos, acusadores, adúlteros. Os religiosos de Israel, que com toda a certeza mantiveram a fidelidade matrimonial são réus no juízo do Sermão do Monte, motivo pelo qual nenhum deles pode atirar a primeira pedra contra a mulher adúltera. Perante todos está a grande pergunta: onde, afinal, se pode achar o perdão? Jesus é a única resposta a essa pergunta. Por isso ele profere o perdão para a única pessoa que permaneceu diante dele. Porém a história ainda não acabou, Falta o último momento.

3. O Momento do Perdão (10-11).
a. Onde o pecador é livre do pecado;
• A mulher não saiu com os outros. Não fez uso da oportunidade para escapar. Poderia ter fugido, mas não conseguiu afastar-se de Jesus. Ainda tinha ouvido a palavra do “Mestre”. Ele ainda não tinha decretado seu veredicto sobre ela. O único que poderia acusar era ele porque não tinha pecado. Porém Jesus não veio para condenar e sim para salvar. E foi isso que fez. Com amor salvou a mulher. Seu amor foi demonstrado pelo perdão. Jesus não trata o pecado levianamente, nem o desculpa. Ele tomara o pecado dela sobre si. Para Jesus prevalece nitidamente o que mais tarde Paulo expressará em tons doutrinários: “Não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Pessoas exteriormente limpas e “boas” não são interiormente diferentes que os “pecadores” manifestos, trazendo profundamente dentro de si o gérmen de todos os pecados.
b. Mas, não adquire licença para pecar;
• Da mesma forma que ninguém tem o direito de acusar, o pecador regenerado, restaurado, justificado e perdoado por Cristo NÃO TEM O DIREITO DE PECAR. Jesus depois do perdão não da nenhuma certidão de que autoriza o pecado. Quando eu era jovem eu tinha a carteirinha de SAPO. Em tom de brincadeira esta carteirinha dava o direito a quem possuísse de entrar em qualquer conversa, em qualquer brincadeira, em qualquer recinto (aberto ou fechado), sem ser convidado. Neste caso a mulher pecadora não teve nenhuma carteirinha. Ela foi orientada por Cristo “Vai e não peque mais”
Com soberania de juiz, Jesus proclama a sentença de soltura: “Vai!”. Havia perigo pela frente, mas na ordem divina reside simultaneamente a força para enfrentá-lo como a disposição para cumpri-la.

Deus abençoe
Pr saulo César - ICe Campo Grande

segunda-feira, 8 de março de 2010

O SONHO DE NABUCODONOSOR












Eu Sou Deus
Não há outro Deus semelhante a mim
Dn 4.1-37

• NABUCODONOSOR Imperador babilônico entre 605-562 a.C. foi quem ele destruiu Jerusalém e levou o povo de Judá para o CATIVEIRO. Seu nome significa: NEBO protege o teu servo. NEBO o deus da Babilônia, corresponde ao deus Hermes dos gregos, Mercúrio dos romanos e Tote dos egípcios. Sobre Nebo e os outros deuses equivalentes Isaias profetiza em Is 46.1sg... Bel se encurva, Nebo se abaixa; os ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; as cargas que costumáveis levar são canseira para as bestas já cansadas.
• Conta-se que quando os babilônicos, pressentindo o perigo, ao ver seu reino ia ser invadido pelos Medos e Persas, em meio ao perigo e a fuga decidiram salvar os seus deuses. Então deuses foram colocados sobre animais à frente da multidão em fuga. Como os deuses eram muito pesados, os animais se cansaram e fuga tornou-se muito lenta. O povo foi alcançado, vencido e escravizado. E assim, os deuses, ao invés de salvação tornaram-se um empecilho para a multidão.
Para que NABUCODONOSOR entendesse que o Senhor é Deus e não há outro Deus semelhante a Ele, foi necessário que passasse por três momentos.
1. Um rei atormentado (1-18).
• É de se estranhar que, mesmo sendo ditas por Nabucodonosor, as primeiras linhas do quarto capítulo, apresenta linguagem familiar ao povo de Deus e não ao pagão. Mas, não nos devemos esquecer, todavia, que este escrito foi relatado por Daniel de um testemunho do rei já acontecido e que Daniel exercia influência sobre o rei e que a linguagem teocrática do edito provavelmente se deve à influência de Daniel. NO PRIMEIRO MOMENTO VEMOS UM REI ATORMENTADO:
a. Pelo seu sonho (3-5): Nabucodonosor assevera que estava tranqüilo e feliz na seu palácio quando teve um sonho (se fosse no nosso contexto ele estaria na sua rede tereré ou a toa na vida vendo a banda passar). Este sonho o atormentou. A noite, quando estava no seu leito , seus pensamentos e as visões que vinham na sua cabeça o amedrontavam, assustavam e amedrontado não conseguia dormir. Quem nunca ficou assim depois de um sonho?
b. Porque os sábios não podiam interpreta-lo (6-7): Desesperado o rei, em um decreto, diz que mandou chamar todos os sábios da Babilônia, para que eles lhe explicassem o sonho. Então vieram então os sábios, os adivinhos, os astrólogos e os feiticeiros, e o rei contou o sonho, mas nenhum deles pôde explicá-lo. Pode ser que, pelo que já havia acontecido no cap. 2, e por já saber que o rei não tolerava a mentira e que a verdade era dura de ser falada e de ser ouvida, preferiram se omitir.
c. Pelo medo da interpretação (8-18): O rei reconhecia que só Daniel "aquele que possui o Espírito do verdadeiro Deus” poderia interpretar o sonho. Talvez o motivo pelo qual o rei não convocou Daniel imediatamente tenha sido, não que ele se esquecera de Daniel, mas por haver medo da sua interpretação.
• Nos versículos 10-18 é relatado o conteúdo do sonho. Fala de uma árvore que ocupava uma posição de destaque. Porém, um vigia veio e mandou derrubar a árvore deixando somente o tronco e as raízes até que cumpra o tempo determinado (ou períodos de tempo, cuja duração não é declarada).
• Nabucodonosor preferiu ouvir primeiro seus sabios e feiticeiros porque preferia ouvir palavras de homens e não Deus.
Mas, Daniel era um profeta de Deus.
Suas palavras eram Palavras de Deus. Ele não mentia. Não passava a mão na cabeça. Ele não estava ali para enaltecer o ego do rei e sim para dizer a verdade.
2. Um rei aconselhado (19-27).
• Ao ouvir a descrição do sonho, Daniel ficou perplexo, pois ele mesmo desejava o bem para o rei, mas percebeu que o sonho continha o anúncio de um julgamento contra o rei da parte de Deus. Mas, passa a falar.
a. De forma amorosa e sábia (V 19b): Daniel dá uma lição de como aconselhar. Suas palavras não foram de julgamento e condenação. Ele disse não se preocupe com o sonho nem com o que ele quer dizer, mas, quem dera que o sonho e a sua mensagem não fosse a respeito do rei, mas a respeito dos seus inimigos. As palavras de Daniel não demonstram medo e sim amor. Ele amava o rei, preferia que o sonho fosse endereçado para outro, porém, o pecado deveria ser exposto e a verdade dita.
b. Com palavras verdadeiras e oportunas (20-26): A verdade deveria ser dita. E Daniel foi verdadeiro. A árvore que cresceu e se tornou forte; vista por toda a terra e que dava sustento, sombra para os animais era o rei. "Tua grandeza cresceu e chegou até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra". O vigilante, o santo, que dizia para cortar a árvore e deixar o tronco e raízes até que passem sobre ela sete tempos é "O Altíssimo que virá contra o rei, expulsando-o do meio dos homens para viver com os animais, até que se cumpra o tempo e reconheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer.
c. Com advertência para correção (V 27). Geralmente é assumido que, se Nabucodonosor se tivesse arrependido, seria afastada a calamidade ameaçada. Entretanto, o texto, não menciona o afastamento do julgamento predito, e sim, que Deus poderia dar a ele um tempo maior de tranqüilidade. Pois, julgamento adiado não significa que não haveria julgamento. Ele viria a fim de conduzir Nabucodonosor ao conhecimento do verdadeiro Deus (25).
Em outras palavras Daniel dizia:
Arrependa-te, para de praticar o mal e pratique o bem.
3. Um rei arrependido (28-37).
a. Que reconheceu sua soberba:
O versículo 30 deveria ser observado, visto que reflete com exatidão a atitude de Nabucodonosor. Ele era primariamente um edificador, e não um guerreiro, e suas próprias declarações, preservadas em inscrições cuneiformes, mostram seu orgulho na cidade e no palácio que ele reconstruiu.
b. Após passar pelo julgamento previsto: sobreveio a Nabucodonosor conforme fora predito, e ele foi expulso do meio dos homens, aparentemente afetado da enfermidade conhecida como licantropia (33).
c. Ter o coração transformado: No fim do tempo predito, voltou ao rei a sua razão e com um coração de fé louvou ao verdadeiro Deus (34-37).
Pr Saulo César
ICE Campo Grande - saulo@icecampogrande.com.br

AMIGOS













“Oh! Provai e Vede que o SENHOR é bom”.
Sl 34:8


Você tem amigos? Saiba que só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos é conservar os velhos. Amigos são aqueles que estão presentes quando os chamamos para compartilhar nossas alegrias e também nossas dificuldades. Você tem amigos? O verdadeiro amigo é aquele que pergunta como estamos e ouve nossa resposta. Um tesouro nem sempre é um amigo, mas um amigo é sempre um tesouro. Por isso é que o poeta escreveu: “Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”. Nós só conhecemos verdadeiramente uma pessoa se fizermos amizade com ela. Os amigos se comunicam, compartilham e experimentam opiniões uns com os outros o tempo todo. A medida que abrem seus corações dizendo o que gostam, o que fazem e o que sentem, cada um “saboreia” daquilo que o outro compartilha seja, uma tristeza ou uma alegria. Este é o aspecto essencial que existe na amizade; e isto também se aplica ao nosso relacionamento com Deus, visto que é um relacionamento entre amigos.

O salmista diz: “Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom”. Devemos fazer uma análise e verificar como está a nossa relação com Deus. Será que é de amizade ou inimizade? O vitorioso tem muitos amigos; o vencido, bons amigos.

“bem-aventurado o homem que em Deus se refugia”.

Pr Saulo César
ICE Campo Grande - saulo@icecampogrande.com.br

ESTÁ CONSUMADO









Em geral desistimos com muita facilidade dos nossos sonhos e compromissos. Nas lutas que travamos nem sempre ganhamos, às vezes vencemos e às vezes somos derrotados. Mas, precisamos lutar. Infelizmente nossa tendência é desistir cedo demais. Fato comprovado tanto nos menores quanto nos grandes projetos. Seja num livro lido pela metade; uma faculdade não concluída; um emprego abandonado; um casamento falido ou uma igreja que não me enquadro. Será que fazemos parte do enorme contingente de desistentes ou estamos no pequeno grupo de persistentes. Quero encorajar você a permanecer firme e nunca desistir. Jesus depois de suar gotas de sangue no Getsêmani aceitou a vontade do Pai e não desistiu. Você pode imaginar o grito da cruz? Em cima o céu estava escuro, em frente homens zombando, ao lado dois ladrões gemendo e por dentro muita dor. Então, Jesus tira do pulmão o último suspiro, num esforço sobre humano empurra os pés sobre o prego e grita: "Está consumado!" Você está prestes a desistir? Não faça isso. Ouça o conselho de Tiago: “Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1.12).

Pr Saulo César
ICE Campo Grande - saulo@icecampogrande.com.br

O Cordão de Três Dobras










Não se pode quebrar (Ec 4.9-12)
Salomão autor de Eclesiastes, um dos reis mais bem sucedidos de toda a história, vivia os seus últimos anos de vida. Depois de se deixar levar pela vaidade da mocidade possuindo “setecentas mulheres, e trezentas concubinas” e que estas “lhe perverteram o coração” (1Re 11.3), a sua larga experiência e maturidade faz com que ele ministre a todas as gerações os benefícios de uma vida centralizada em Deus (Ec 12.13-14).
• No livro ele refuta os conceitos naturalista, demonstrando cientificamente e filosoficamente, a futilidade da vida sem Deus e a alegria e satisfação de vivermos uma vida sob uma intervenção divina e soberana. Dentro deste contexto, a partir do primeiro versículo do cap. 4, ele analisa a vida do homem.
a. Ele via a opressão dos fortes sobre os fracos e oprimidos, causando violência e lagrimas (V 1).
b. Ele percebeu que a situação dos mortos e daqueles que ainda não nasceram, eram melhor que a dos vivos, pois não viam as maldades da terra (2);
c. Ele também viu o homem trabalhar, não por sustento e sim porque era invejoso e vaidoso. O homem corria atrás do vento (4);
d. No outro extremo, estavam aqueles que cruzavam os braços e diziam “trabalhar pra que”, isso é correr atrás do vento;
e. Considerou também sobre aquele que vive só. Sem amigos, filhos nem irmã, família. Porém trabalha como louco sem ter ninguém para compartilhar das suas dores, cansaço, riquezas.

Homens quebrados, vidas quebradas, famílias quebradas. Salomão chega a conclusão, no final do texto que lemos que somente o cordão de três dobras não se pode quebrar.
1. Quais são as dobras do cordão?
a. O HOMEM:
Criado por Deus. Vivia no paraíso só. E viu Deus que isso não era bom.
• O homem não consegue viver só. É instinto natural do homem viver agregado. No Jardim do Edem apesar de ter muitos animais de estimação adão vivia só. Ele não era completo. Todos os animais tinham seus pares, porém Adão não tinha quem correspondesse com ele. Por isso aquele que vive só não é feliz. É necessário que haja alguém para amar e compartilhar suas alegrias e tristezas.
b. A MULHER: Criada para ser companheira, completar e ajudar o homem.
• Então Deus, lá no principio da criação realizou o primeiro casamento dizendo: “deixa o homem seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, tornando-se os dois uma só pessoa” (Gn 2.24).
c. O SENHOR: Aquele que sustenta, dirige e fortalece o casal.
• Um lar onde Jesus é o Senhor não se arrebenta, não é destruído, não existe separação de corpos, não existe divórcio. Jesus é o elo maior, é a dobra maior que segura os relacionamentos mais difíceis e complicados. Ele é o melhor amigo e companheiro. Tenha-O sempre em sua companhia. Se Ele não estiver na viagem, vocês perderão o rumo, e não suportarão a caminhada. Ele diz: Não temas que Eu sou contigo. Eu te ajudo e te sustento com a minha destra fiel.
O casamento é um motivo de grande alegria para noivos, para as famílias dos noivos para os amigos, para a igreja e para Deus.
2. Porque o Cordão de Três dobras não se quebra?
a. Por que o ganho é maior.
“Melhor é serem dois do que um, porque duas pessoas trabalhando juntas ganham muito mais pelo seu trabalho”.
b. Porque, se um cai, o outro ajuda a se levantar. Mas, se alguém estiver sozinho quando cai, fica em situação difícil porque não tem quem o ajude a se levantar.
c. Também, se dois dormirem juntos, se aquentarão; mas um só como se aquentará?
d. Por que se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade. (Ec 4.11-12).
No trabalho. Na queda. No frio. Na luta diária. Dois são mais fortes do que um, quando as lutas vierem, quando os filhos adoecerem, quando o desemprego bater na porta. Dois são melhor, pois um fortalece o outro.

Pr Saulo César - ICE Campo Grande - MS