terça-feira, 30 de março de 2010

ABRAÃO - O Amigo de Deus


Meu Deus. Meu Senhor. Meu Amigo!
Gn 15.1-18


No boletim de março, a devocional, fala sobre a amizade e a benção de ter amigos, fazer novos amigos e conservar os velhos amigos. Lembro que terminei o texto questionando como está a nossa amizade com Deus. Muitas vezes não somos nós que escolhemos nossos amigos eles são quem nos escolhem. Lembro que seminário tínhamos vários amigos. A maioria ainda são nossos amigos. Mas, tem uma pessoa que é mais que um amigo tornou-se nossa filha. Não porque a adotamos, e sim porque nos adotou. A bíblia fala muito sobre amizade, principalmente em provérbios. Mas, em toda a bíblia apenas uma pessoa é citada como amigo de Deus, essa pessoa foi Abraão. E todas as citações são como forma de testemunho, algo para se ver e aprender. A primeira foi Josafá, que em dificuldade, clama ao Senhor e diz: “Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo de Israel e não a deste para sempre à posteridade de Abraão, teu amigo?” (2Cr 20.7). A segunda está em Isaias onde o próprio Deus dá o testemunho quando diz:“Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo,” (Is 41.8). A terceira está em Tiago, quando o apóstolo, faz referencia aos textos já citados para testemunhar da fé e da amizade de Abraão para com Deus. “Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus” (Tg 2.23). Abraão tinha vindo de uma terra onde havia vários deuses ali tinha deixado vários amigos. Mas, agora ele tinha UM DEUS, UM SENHOR E UM AMIGO.

Abrão e Deus eram amigos íntimos. Será que é possível ser amigo de Deus?
No texto que lemos verificamos que sim. Pelas seguintes razões.

• Abrão estava cansado e desanimado...
1. O amigo transmitiu coragem (1).
• Este foi o quarto encontro de Deus com Abrão. Abrão tinha cerca de 85 anos e Sarai sua esposa 75. Apesar de velhos não tinham filhos e viviam como nômades numa terra estranha. Ele tinha retornado da guerra em que se envolveu para resgatar o seu sobrinho Ló junto com a família. Ele soube que seu único parente próximo, que vivia em Sodoma havia sido levado preso numa ação de guerra. Armado com 318 homens, dos mais capazes, nascidos em sua casa, ele conseguiu trazer de volta a família do sobrinho e recuperar tudo. Na volta não aceitou o premio oferecido pelo rei de Sodoma, mas aceitou a benção e deu o dízimo daquilo que foi recuperado à Melquisedeque, rei de Salém, pois reconhecia ser ele Sacerdote do Altíssimo.
• Era noite estrelada, mas ele preferiu entrar na tenda. Deve ter entrado e depois acender o fogo, desenrolou a esteira se deitou sobre ela. Sara já devia estar dormindo, pois era tarde, mas o cansaço não o deixava dormir. Creio que seu cansaço não era pela idade, pois, Abrão apesar de não ser jovem era forte. O velho Abrão estava cansado da guerra, da longa viagem de volta e da vida que levava. Cerca de 10 anos já haviam se passado desde que foi chamado por Deus para ser uma benção. Os anos já haviam passado, tinha muitos bens, mas o que mais desejava ele não tinha. Sua esposa já estava desanimada por não ter filhos. Mesmo quando moravam em Ur dos caldeus, por já serem casados ela ansiava ser mãe.
É neste contexto que encontramos Abrão. Abatido, cansado e desanimado. NESTE MOMENTO QU O AMIGO APARECE. E diz:
a. Não temas eu sou teu escudo: Ao dizer que era seu escudo Deus, o AMIGO, quer deixar bem claro para Abraão que ele era seu protegido. Talvez Abrão estivesse receoso em relação aos inimigos que poderiam vir contra ele. Mas, em qualquer situação, seja em guerra ou em paz, O Senhor era seu escudo. Deus é nosso esconderijo: “Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido” (Sl 91.7).
b. O teu prêmio será muito grande: Abrão havia recusado o despojo da guerra, mas Deus não haveria de permitir que ele saísse perdendo e disse “o teu premio será SOBREMODO grande”. È como se lhe dissesse “Eu Sou teu premio”. Que bom ter um amigo assim. Amigo que nos protege e nos presenteia.
• Certa vez um menino entrou numa casa que vendia cachorros de estimação e perguntou o preço dos filhotes à venda. “Entre 30 e 50 Reais disse o dono da loja. O menino puxou uns trocados do bolso e disse: "Eu só tenho R$ 2,50, mas eu posso ver os filhotes? O dono da loja sorriu e chamou uma cachorra , que veio correndo com cinco filhotes. Um dos cachorrinhos vinha mais atrás, se arrastando pelo chão. Imediatamente o menino apontou aquele cachorrinho e perguntou: "O que é que há com ele?" O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril, e que não tinha cura. O menino se animou e disse:-"Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!" O dono da loja respondeu:"Não, você não vai querer comprar esse. Se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente." O menino olhando bem na cara do dono da loja, disse: -"Eu não quero de graça eu quero pagar por ele. Eu dou tudo o que tenho por ele. Mas, porque perguntou o dono da loja? Por que não vira mas ninguém para compra-lo. Eu sou sua única esperança.

Como amigo Deus nos comprou. Deu-nos vida. Como amigo o Senhor diz ao seu povo: “Não vos tive afeição, nem vos escolhi porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, ao contrário era o menor, mas eu vos escolhi porque vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais” (Dt 7:7-8).

• Agora Abrão estava cansado, desanimado e descrente...
2. O amigo semeou esperança (2-7).

• Perguntou a Abrão “que presente vou ganhar”? Ando sem filhos. Essa expressão significa "vou morrer" sem filhos. A tristeza de Abrão é que Eliezer, um servo que nasceu em sua casa e seu principal criado, segundo as leis das quais viviam, era quem herdaria seus bens.
a. Teu herdeiro será gerado por ti: "O criado não será o teu herdeiro, mas aquele que gerar de ti será, este sim, será o teu herdeiro". Eliezer poderia ser um bom homem. Um bom servo. Mas, Deus rejeita idéia que o escravo herde a benção destinada ao filho. Ainda mas que havia a promessa dada anteriormente: “Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência.” (Gn 13.14-16). Nisto consiste a grandeza de Deus. Ele não se esquece das suas promessas. “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Is 49.15).
b. Tua descendência será como as estrelas; Deus convida Abrão para sair da tenda, olhar para o céu e contar as ESTRELAS, se as puderes contar. E concluiu: "Assim, será a tua semente". Deus convida Abrão para sair e deixar o medo, a incerteza e o desanimo. Sair da tenda significa ir além das possibilidades e da razão. É caminhar pela fé e ir além do limite da alma e da visão. È olhar o infinito a eternidade. O Senhor convidou Abrão para contar estrelas para revelar sua grandeza e seu poder. Talvez ele tenha até tentado contar, naquela noite ou em outra qualquer, quando se lembrava da promessa de Deus, mas se perdeu diante da imensidão do céu.

Contar estrelas significa reacender sonhos semear esperança. Você tem coragem de sair de sua tenda para olhar o céu? Não somente olhar, mas levantar a cabeça e começar enumerar. O verbo sair indica ação. Assim como foi com Abraão Deus nos convida para sair do comodismo da tenda e ir com Ele para contemplar o seu poder. “Abrão creu no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça.” (Gn 15.6).

• Agora Abrão estava renovado e confiante, mas curioso, queria saber os detalhes:
3. O amigo propõe um acordo (8-18).
• Abrão não exigia um sinal a fim de poder acreditar. Não era essa a questão, ele já havia crido. Por isso, Deus concedeu o sinal baseado na fé que possuía. A base de qualquer pacto feito por Deus, acha-se o Seu caráter, e é a isso que Deus se refere quando começa afirmando quem era. O nome Senhor Deus, “Adonai - em hebraico significa dono”. E como dono, Deus poderia, como fez, ter escolhido Abrão, tirado ele de uma terra, leva-lo para um lugar distante e dar a ele uma outra Terra.
a. Onde o sangue inocente foi derramado (8-11): Os pactos antigos eram, na maioria das vezes, confirmados ou selados através de cerimônias que envolvia sacrifícios de animais. Partia-se ao meio as vítimas do sacrifício colocava-se em ordem com as metades uma em frente da outra. Parece que Abrão já estava acostumado com estes pactos. Tanto que ao ouvir de Deus que ele deveria tomar uma novilha, uma cabra, uma pomba, e um cordeiro, ele já supôs que se tratava de um pacto fez tudo de acordo sem nenhuma intervenção Divina. Com um facão e vários golpes certeiros os animais foram abatidos e colocados em ordem. A idéia era que o mesmo fosse feito àquele que quebrar o acordo.
b. E por onde Deus teve que passar (selar) sozinho (12-18). Era costume depois de feito toda a preparação as duas partes acordadas passavam entre as fileiras dos animais. A noite se foi e outro dia iniciou e outro dia já estava findando. Abrão, depois de ficar espantando as aves por muito tempo e esperar a outra parte que não vinha, já sem forças, cansado adormeceu. Enquanto dormia Deus falou com ele.
• Haverá provação: - Tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos (v. 13);
• Haverá libertação e benção: Mas eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas (14);
• Haverá paz: E tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice (15);
• Haverá julgamento: Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus (16).
• Abrão e abençoado com uma aliança unilateral. Pois, o Senhor passou por entre os pedaços.
• Note-se que apenas um símbolo foi visto a passar entre os pedaços, a saber, "a semelhança de um forno de fumo do qual saía chamas de fogo" (17).
• Isso indicou que apenas Jeová estava tomando parte no cumprimento de todas as condições que estavam ligadas ao pacto.
• O pacto da graça, conforme se vê, não é um pacto entre dois, mas do Senhor, para que sua promessa seja confirmada.

Assim como nós, Abrão enfrentou dilemas, tive dúvidas e questionou a Deus. Mas, teve fé e submeteu à sua vontade. Você quer viver melhor na terra? Quer ser mais feliz? Quer ter mais paz? Seja amigo de Deus.

Deus abençoe
Pr Saulo César - saulo@icecampogrande.com.br

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