segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O BOM PASTOR


O capítulo 10 de João é um dos mais conhecidos e lidos de todo o evangelho. Ele dá continuidade ao principio que Jesus estabeleceu no capítulo 8 quando diz: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32) e também como uma advertência aos religiosos da época, pois ao expulsarem o cego de diante deles (Jo 9.34), revelaram a incompetência de serem guias espirituais daqueles que estão necessitados.
O texto lido (Jo 10.1-18) pode ser dividido em duas partes:

1. Uma Lição do Mestre (1-6) - para o melhor entendimento
a. Jesus testemunha a verdade: Parece que João gostava muito da expressão “em verdade em verdade vos digo” ou “te digo”, pois nas 22 vezes que ela é citada, todas estão todas estão no seu no evangelho. Fato é que “em verdade” não é outra palavra senão o conhecido e memorável “Amém”, uma das palavras mais conhecidas do discurso humano. O “amém” está diretamente relacionado com o "certamente" o "verdadeiramente" o "assim seja" e o "é assim". O ‘amém, indica validação, absoluta confiança e convicção no que foi é será pregado. Jesus, ao se apresentar a Igreja de Laodicéia em Ap 3.14, se intitula o “AMÉM”, ou seja a Palavra Verdadeira e Incontestável. Com o “em verdade em verdade vos digo” ou “Amém, Amém” enfatizando duplamente a verdade, Jesus quer dizer aos seus ouvintes: “Podem confiar no que vou lhes dizer, pois é verdadeiro”. Esta convicção foi confirmada por Paulo ao escrever a Timóteo: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação” (1Tm 1.15).
b. Sobre um contexto conhecido: A forma de pastorear ovelhas na época de Jesus era diferente da que conhecemos. Na época as ovelhas, de diversos proprietários, eram mantidas a céu aberto em locais apenas cercados por pedras. Nesses locais, principalmente à noite, era colocado um portão e nele um vigia, chamado de “porteiro”, para vigiar e permitir o acesso somente daqueles que eram autorizados à presença das ovelhas. Assim quem entra pela porta é somente o “pastor” das ovelhas e para este o porteiro abre a porta, pois o reconhece como autorizado ao acesso do “pátio interno”. Do pátio afora os animais eram conduzidos pelo pastor para as boas pastagens e para saciarem sua sede nas águas tranqüilas (Sl 23). Fora do pátio o pastor deveria estar disposto a lutar por suas ovelhas, pois além da cerca elas estavam expostas aos ataques de animais selvagens, e para isso ele tinha que empenhar a própria vida.
c. Mas, que não foi compreendido: Para a história ser entendida e aplicada entre eles era necessário que se identificassem com ela. No entanto, para eles entenderem e aplicarem o ensino do Mestre, eles tinham que mudar seu modo de pensar e agir. E isso era difícil. Porque, apesar da vida pastoril ser bem conhecida e familiar para todos, ao ser contada por Jesus, ela trouxe a memória deles o pecado e a culpa. Pois, de um lado havia os mestres rabinos que, ao fazerem e aplicarem sua leis injustas e discriminarem os pobres e necessitados, se portavam como ladrões de ovelhas; de outro lado temos o povo que não ouvia e não seguia o verdadeiro pastor. Ao contrário, ouvia, dava crédito e seguia o falso. Aquele que não foi autorizado. Aquele que pulou a cerca.
Por isso, fecharam o acesso ao coração para a lição do Mestre. Eles não entenderam, não porque era complicado, mas porque estavam no pecado e culpa doía a alma de todos.

Vamos a segunda parte do texto:
2. Uma explicação necessária (7-18) - para esclarecer as dúvidas
a. Sobre quem é o ladrão: Já que não entenderam, por mais claro que Jesus procurou ser, a partir de agora ele passa a identificar os personagens envolvidos na história. Ele alerta sobre a existência do ladrão e salteador e os perigos que ele traz as ovelhas. Mas, quem é esse ladrão? O ladrão é aquele que o porteiro não reconhece. O ladrão é aquele que, para ter acesso às ovelhas, não entra pela porta, mas salta a cerca. O ladrão é aquele que têm más intenções. Seu objetivo é roubar, matar, destruir. O ladrão é aquele o mercenário que abandona as ovelhas quando surgem os perigos. O ladrão aquele que vem até as ovelhas sem o consentimento de Deus pelos seus próprios interesses. Aqui, o ladrão não é somente o Diabo que mata rouba e destrói as almas assaltadas e presas por ele, mas também aqueles que alimentam falsas esperanças nos corações sofridos falando o que Deus não falou e prometendo o que Deus não prometeu. São aqueles usurpam os bens dos necessitados dizendo que somente assim poderão participar das bênçãos. São aqueles que colocam pesados fardos sobre o rebanho de Deus e assim levam os mais fracos a se desviarem do caminho.
b. Quem é o verdadeiro pastor: Quem é esse Pastor? Ele é Jesus!! Jesus é a porta: A porta, além de simbolizar o acesso legal tem a ver com a proteção e a salvação das ovelhas; Sendo a PORTA Jesus é a entrada legal. O autorizado. Ao ser a porta de acesso as ovelhas ele é proteção; ao ser a que da acesso ao Pai ele é salvação. Em relação a isso Pedro proclama: “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Ele é o bom pastor: Às vezes, ao nos referirmos a um bom médico, não falamos somente da sua eficiência e da sua habilidade como médico, mas também à simpatia, a bondade e a gentileza que trata seus pacientes. Mas, quando se diz que Jesus é o bom deve-se entender que nele há algo mais que eficiência, mais que fidelidade, mais que simpatia. Como o bom pastor ele vai além ele é pleno em poder, força, beleza e amor. Assim como Ele e o pai tem intimidade assim também Ele conhece suas ovelhas intimamente. Ele as chama pelo nome e vai adiante delas conduzindo-as pelo bom caminho. Jesus dá as ovelhas vida abundante: Ele afirma que veio para que os homens tivessem vida com abundância. A expressão “que a tenham em abundância no grego significa ter superabundância de algo. Ou seja, seguir a Jesus, significa ter uma vida abençoada na terra e eterna no céu. Ele dá vida pelas ovelhas: Para o pastor, o arriscar sua vida por seu rebanho, era algo natural. Mas, às vezes o pastor tinha que fazer algo mais que arriscar sua vida, ou seja, ele devia entregar sua vida por elas. Isto acontecia em particular quando os ladrões e os salteadores se aproximavam para atacar o rebanho (conf. 1Sm 17.34-36). Da mesma forma Jesus deu a sua vida por nós. Enfim, Jesus é o autorizado do Pai. Ele é o enviado para ser o Pastor do Rebanho. Mas, existem ovelhas que ainda não pertencem ao seu rebanho, e estas, pelo seu grande amor, ele ainda vai buscar e então haverá um só rebanho e um só pastor.
c. E quem são suas ovelhas: Afinal quem são as ovelhas verdadeiras? Se exigimos e buscamos o verdadeiro pastor; porque muitas vezes não nos portamos como ovelhas verdadeiras? Porque não ouvimos a voz do pastor? Porque não o seguimos? Porque, muitas vezes, queremos seguir adiante sem ele? Porque, muitas vezes, queremos que feche os olhos ou tape os ouvidas para coisas que fazemos e falamos? Disse Jesus: “vocês não crêem porque não são minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.26-27 NTLH). Em outro texto Jesus diz: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, e separará os cabritos das ovelhas; colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à esquerda; então, dirá aos da direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo...Então, o Rei dirá também aos da esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.31-41).
Em suma, as ovelhas verdadeiras não dão ouvidos para o ladrão; elas conhecem seu pastor; elas reconhecem a voz do seu pastor; elas dão ouvido ao que diz seu pastor; elas seguem o seu pastor;

Deus abençoe – Pr Saulo césar

sábado, 13 de agosto de 2011

“Está Consumado”

NÃO DESISTA
Jo 19.28-30
Em geral desistimos com muita facilidade dos nossos sonhos e compromissos. Nas lutas que travamos nem sempre vencemos, mas precisamos lutar sempre. Infelizmente nossa tendência é desistir cedo demais, tanto nos menores quanto nos grandes projetos. Seja numa faculdade não concluída; num emprego abandonado; um ou numa igreja que não me enquadro. Será que fazemos parte do enorme contingente de desistentes ou estamos no pequeno grupo de persistentes. Quero encorajar você a permanecer firme e nunca desistir. Jesus depois de suar gotas de sangue no Getsêmani aceitou a vontade do Pai e não desistiu. Você pode imaginar o grito da cruz? Em cima o céu estava escuro, em frente homens zombando, ao lado dois ladrões gemendo e por dentro muita dor. Então, Jesus tira do pulmão o último suspiro, num esforço sobre-humano empurra os pés sobre o prego e grita: "Está consumado!" Você está prestes a desistir? Não faça isso. Ouça o conselho de Tiago: “Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1.12).
Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande

Conheço as tuas obras, o teu labor e a tua perseverança

A IGREJA VERDADEIRA
Ap 2.1-7
Qual seria a igreja que melhor representa a vontade de Deus na terra? Quando olhamos para o ensino bíblico vemos que a verdadeira igreja não está debaixo de uma placa ou modelo, mas sim, composta de pessoas que foram compradas e lavadas pelo sangue de Cristo. Na carta à Igreja de Éfeso encontramos algumas características desta igreja. Primeiro a Igreja verdadeira tem Cristo como Senhor. Pois, apesar de Éfeso ser uma grande cidade, não foi a força econômica, nem o dinamismo da igreja, nem tampouco a sabedoria e o empenho de Paulo que fizeram de Éfeso uma Igreja Verdadeira. Mas sim, que Cristo era o Senhor da Igreja. Vemos também que a Igreja verdadeira é conhecida de Cristo. O próprio Cristo declara que conhece cada uma das suas igrejas. E por ter o conhecimento de tudo que se passa, ele pode aprovar ou desaprovar suas atitudes. Por último a Igreja verdadeira é fiel até a morte. Jesus diz: “sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida”. O Senhor não está indiferente às atividades de sua Igreja. Ele aprova o bem, repreende o mal e coroa os vencedores. Que tal fazer parte desta igreja.

Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande

AS MÃOS DE DEUS

Is 40.12-31

“Quem na concha da mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos?” (Is 40.12)

O Senhor, através do profeta Isaias, pergunta ao seu povo: “Quem mediu as águas na concha da sua mão e com palmos definiu os limites do céu?” Naquele tempo Deus falava com um povo cuja confiança era semelhante à de muitos cristãos de hoje. Haviam muitos desanimados, amedrontados e desesperados. Esse estado de espírito no coração do crente e as lutas que ele enfrenta no seu dia a dia causam dor, tristeza e abatimento. Agora vejam como Deus, por meio do profeta argumenta com seu povo: “Quem jamais calculou o peso do pó da terra e pesou na balança seus montes e colinas?” Deus pergunta: “Será que alguém faria melhor ou até mesmo igual?” As respostas para as nossas questões, aflições, medo e desanimo, muitas vezes, são respondidas pelo Senhor. O problema é que, quando passamos por dificuldades, ao invés de buscarmos a resposta na sua Palavra, ficamos somente no questionamento e, por isso, não somos aliviados. Devemos saber que “a mão do SENHOR não está encolhida para que não possa salvar e que também me cerca por trás e por diante e sobre mim põe a sua mão” (Is 59.1 - Sl 139.5).

Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande

QUEM SERÁ CONTRA NÓS

SE DEUS É POR NÓS
Rm 8.31-39

Ao fazer a pergunta, “Se Deus é por nós que será contra nós?” (Rm 8.31), temos que considerar os dois lados envolvidos nesta questão. Aquele quem está ao nosso lado para nos ajudar e nos fortalecer e o inimigo que tenta nos enganar e nos destruir. Vamos comparar? Primeiro analisaremos quem quer nos ajudar. Este é Deus. O Senhor criador de todas as coisas. Que fez os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há. (Sl 146.6). Que triunfou sobre os cavaleiros do Egito lançando-os no mar (Ex 15.1). O Senhor que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos pecados (Ap 1.5). O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16). Agora vamos analisar nosso opositor: Ele é o ladrão que vem para roubar, matar e destruir que não entra pela porta, mas pula a cerca (Jo 10.1-10). É nosso adversário, que anda ao redor, como um leão, procurando uma brecha para nos devorar (1Pe 5.8). Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, por ser o pai da mentira nele não há verdade (Jo 8.44). Mas aquele que é por nós aconselha: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). Porque maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo (1Jo 4:4).
Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Salmo 2


Quando lemos o salmo 2 devemos ter em mente que os fatos nele citados é contado de forma poética e que pode ser aplicado tanto de forma literal ou figurada. Por isso, podemos considerar que toda a historia narrada nele é baseada em momentos históricos pelos quais Davi, o autor do salmo, passou, mas também, de forma figurada, podemos considerar que aqui relata muito sobre aquele que Davi tipificou, ou seja, fatos da vida que Jesus, o descedente de Davi, passou e passará(conf Lc 1.30-33).
Podemos dividir o salmo em três perspectivas diferentes

Primeira Perspectiva:
ACONTECE NA TERRA (Vs 1-3)
NA REBELIÃO UNIVERSAL
Quando os homens imaginam coisas vãs e os lideres da terra se rebelam contra Deus e seu Ungido: Aqui vemos os gentios, pessoas que não conhecem e não amam a Deus, enfurecidos promovendo rebelião e se amotinando contra o Senhor e sua Lei. Vemos o mundo organizado de forma deliberada em oposição ao governo de Deus. Vemos a loucura, a agitação e a futilidade dos povos numa correria louca e vã. Vemos a ira das nações que se manifesta nas guerras e nas revoluções. A ira dos indivíduos que se manifesta na inveja, nas brigas, nos roubos e nas mortes. Pessoas que matam por quase nada e justificam suas maldades em argumento banais. Aqui vemos uma rebelião universal. Homens loucos que querem se desvencilhar de Deus, de seus mandamentos e de seus propósitos e para isso se justificam dizendo que Deus é um ditador maldoso. Homens que considera a Palavra de Deus algemas e laços para serem rompidos. Vemos que este estado de fúria acontece desde a entrada do pecado no mundo. Vem deste o povo rebelde que viveu antes do dilúvio e se estendeu depois na construção da Torre de Babel. Fúria e loucura vã que passou também por governos e governantes cruéis como os faraós do Egito, os imperadores romanos e pelo nazismo de Hitler.
Hoje, muitas pessoas continuam com a mesma opinião sobre Deus e sua Palavra. Olham para a Bíblia como um livro de restrições que estraga o prazer da vida. Não entendem que seu próprio pecado é quem escraviza e não aceitam a libertação de Deus. Vivem em total rebelião contra Deus e seu Ungido.

Segunda Perspectiva:
ACONTECE NO CÉU (Vs 4-5)
NA INDIGNAÇÃO DIVINA
Quando o Senhor do céu contempla a loucura humana, porém, no tempo certo agirá com justiça e poder: Aqui vemos a diferença fundamental entre a perspectiva da terra e a do céu. Da terra vemos a loucora, a rebeliaõ e a futilidade e o céu a razão, a justiça, a imutabilidade e a força. Vemos o Todo Poderoso contemplando e reagindo diande de toda a pretenção, loucura do homem. Diante de tudo isso, no verso V.4 vemos: "Ri-se Aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles". Pois, ao contemplar, só resta mesmo ao Senhor rir e zombar desta absurda e louca afronta. O Senhor "Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá". Este tempo significará o fim da aparente liberdade do homem e o estabelecimento, na terra, de todo o propósito divino. Tão certo será este tempo, que Deus deu às nações e aos povos rebeldes um tempo longo, para que todos os planos, objeções e resistências em relação a Ele estivessem amadurecidas e fortificadas. Então, na plenitude dos tempos, Deus intervirá com força e poder.
Então todos verão a ira de Deus que “se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm 1.18).

Terceira Perspectiva:
ACONTECE NA ETERNIDADE (Vs 6-12)
NA SOBERANIA DO CRISTO
Quando o Senhor, o Justo Juiz, reinar sobre toda a terra e o homem prudente se submeter e servir a Ele com alegria: Aqui vemos Deus falar: "vocês podem se rebelar, se irar, ficarem insatisfeitos com minha Lei, mas "Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu Santo Monte Sião". Vemos que todo o propósito eterno de Deus de exaltar o seu Ungido e o seu reinado, queira ou não o homem, será cumprido. Pois, Deus através de Cristo estabelecerá um reino universal e teocrático, pois, o governo não será do homem, mas, Dele. Porque o Senhor constituiu o seu Filho Rei sobre toda a terra e nações (6-9). Daqui foi composta uma da maiores melodias que já se ouviu na terra o “Aleluia” de Handel” que diz: “E Ele reinará para sempre”. Aqui a expressão “Tu és meu filho; Eu hoje te gerei”, tem em mente a idéia do Filho Ressurreto como representante e expressão máxima do Pai. Vemos a co-eternidade e a co-relação tanto na comissão e na missão do Filho efetuada pelo Pai. Vemos, em contraste com a fraqueza dos homens, o destacado poder do Cristo.  A Ele foi dada toda a autoridade (Mt 28.18). Toda a terra e todos os reis virão e se prostrarão diante Dele e Ele dominará com vara de ferro e despedaçará as nações rebeldes com mão forte e poderosa (9). Aqueles que não dobrarem seus joelhos hoje ao Senhor, no futuro, não terão outra saída (9).
Por isso, HOJE, os prudentes devem ouvi-lo. Portanto, para se salvarem e o louvarem na eternidade, os homens deverão servi-lo HOJE com alegria. Pois, Deus mandou o seu Filho para oferecer a salvação ao mundo e não para julgar o mundo. Mas, quem não crê Nele já está julgado (Jo 3. 16-17). Pois Dele é o reino, o poder e a gloria para Sempre (Mt 6.13).

Deus Abençoe - Pr Saulo césar

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O BATISMO DE JESUS

Hoje, no momento do louvor no culto, cantamos a música do Kleber Lucas “Eu vou seguir com fé”.
No refrão da musica cantamos: “Eu vou seguir com fé, com meu Deus eu vou, para a Rocha mais alta que eu. Eu sei pra onde, vou como águia vou, nas alturas sou filho de Deus”
Eu particularmente gosto muito desta musica. Não só porque acho bom cantar louvores a Deus, mas também porque este cântico nos fortalece, nos anima e nos encoraja a seguir com fé. Porém, o momento mais sublime do cântico é também o mais difícil, não de cantar, mas de viver. Este momento é quando o autor menciona (mesmo quando as nuvens estão encobrindo o sol): “Eu sei pra onde vou, como águia vou, nas alturas sou filho de Deus”.

O texto que lemos (o batismo de Jesus) revela um dos maiores acontecimentos relatado nos evangelhos . Nele Jesus ensina com muita clareza o “viver com fé; o “eu sei pra onde vou”; o “eu sou filho de Deus”.

Podemos tirar varias lições deste texto. Quero compartilhar três:

PRIMEIRA LIÇÃO:
1. No batismo o Filho (Jesus) se identifica com o pecador (13-15).
“Cumprindo tudo o que estava determinado”
O texto inicia dizendo “por esse tempo”. Que tempo foi este?
■ Foi tempo em que João Batista apareceu pregando no deserto da Judéia e dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mt 3.1-2);
■ Foi o tempo em que muitos vinham de Jerusalém e de toda a Judéia para o Jordão e eram por ele batizados e ali confessavam seus pecados;
■ Foi o tempo em que João vendo muitos falsos religiosos, que vinham até ele para se batizarem disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Mt 3:5-9);
■ Foi o tempo em que João disse àquele povo que batizava: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11-12);
E “naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista”.
■ João sempre pregou que todos deveriam confessar seus pecados, se converter dos seus maus caminhos e se batizarem para serem dignos do “reino dos céus”.■Mas, segundo João, Jesus não tinha esta necessidade. Ele não precisava tornar-se justo, pois ele já era justo. Tanto que ao vê-lo João diz: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti, e tu vens a mim”?
■ Contudo, Jesus não desiste de assumir o batismo da conversão e do perdão dos pecados. Não, por causa dele, mas, por nossa causa. Por isso: Convém cumprir toda a justiça.
■ Ele submeteu-se ao batismo não somente para nos dar um exemplo, mas principalmente porque Era necessário se passar pelo cordeiro de Deus que levou sobre si todo o pecado do mundo.
■ No batismo Jesus desce à mesma água que o pecador desce. Ele se iguala ao pecador (Fp 2.1-10). Se sujeita a condenação do homem. Abre para o homem o acesso ao trono da graça e mostra que o verbo se fez carne e habitou entre nós.

SEGUNDA LIÇÃO:
2. No batismo o Pai autentica o Filho (16-17a).
“Este é o meu Filho que tanto amo”
■ Os evangelhos relatam que o céu se abriu o Espírito Santo desceu em forma de pomba e a voz do Pai foi ouvida. Podemos considerar este conjunto de coisas ( o céu se abrindo o Espírito descendo e a voz de Deus sendo ouvida) como o resgate da terra para céu. Tudo isso através do Cristo, o grande emissário do céu.
■ Segundo Marcos e Lucas a voz do céu foi dirigida a Jesus: “Tu és meu Filho amado”. Em Mateus as palavras se encontram na terceira pessoa, ou seja, “Esse é meu Filho amado” dando a entender que a voz também foi ouvida por João Batista e por todo o povo ao redor.
■ As palavras “Meu Filho, o amado” correspondem no AT a uma citação do Sl 2.7, ao que o povo judeu entendia como o “Filho único, unigênito de Deus”. Mas, estas palavras aqui são usadas não somente para identificar o Cristo (o Ungido, o Messias), mas também para mostrar a salvação que somente o Filho possui.
■ O Filho mais amado trata-se do Filho exclusivo e incomparável. O Filho é único Mediador. Aquele que abre o caminho até o Pai. Pois, somente pelo ato do Filho o Pai permite que o homem pecador compareça diante de sua face e somente amor do Filho o Pai nos ouve.
■ Na verdade Deus enviou muitos profetas para anunciar sua Palavra, porém, todos eles foram enviados da terra para a terra. No entanto, Jesus “o Filho” foi enviado do céu para a terra, pois o Filho já existia antes da vida terrena. Ele vivia eternamente junto com o Pai, igual e unido ao Pai (Jo 1.1).
Nesse sentido, a palavra do Pai “Esse é meu Filho amado” autentica, legitima, autoriza e certifica o Filho.

TERCEIRA LIÇÃO:
3. No batismo o Filho é comissionado pelo Pai (17b).
“para realizar sua missão e dar ao Pai prazer”
■ Jesus veio de Nazaré da Galiléia um povoado pobre e afastado dos grandes centros. Ele não possuía nenhum título importante. Seu nome era simplesmente “Jesus”, muito comum na época. Mesmo assim a voz do céu lança mais luz sobre a relação Dele com o Pai.
■ O pai completa sua autenticação consagrando o ministério do Filho. “Em ti me comprazo”, em outras palavras significa: “Nele eu me alegro”. “Nele eu me realizo. Da mesma forma, por outro lado, obediente, ao tomar para si a missão que o Pai lhe concede, também se realiza e se alegra. Enfim existem comunhão e entendimento total entre a missão e o serviço. Entre o que envia e o enviado.
■ O Pai revela o relacionamento singular e excelente que tinha com o Filho através da sua voz. Na verdade não foi a voz que estabeleceu esta ligação, ela só tornou visível e audível a realidade desta ligação àqueles que ainda não sabiam (cf. Jo 1.51). Para o pai a gloria e a missão do Filho tina como fim a cruz e na cruz ficou evidente que o serviço conferido ao Filho era morrer para dar vida ao pecador (conf. Ez 18.23).
Que contraste entre o início e o fim do capítulo! No início encontramos as mais duras palavras de condenação de João batista, aqui no final o Cordeiro de Deus, toma sobre si todo o juízo. Lá a lei – aqui o evangelho; lá juízo, aqui a graça.

Conclusão/Aplicação: Mas, o significado do batismo não deve se restringir somente a um fato histórico do ministério de Jesus na terra. Mas, assim como Jesus com sua morte e ressurreição fez com que o batismo, que era algo simbólico se tornasse real, assim também nós, quando nos arrependemos e batizados somos ligados à Cristo; somos identificados como filhos de Deus; somos comissionados a fazermos a vontade de Deus. Ser "batizado” significa: morrer com Cristo, a fim de ressurgir com ele para a nova vida que começa na terra e tem seu apogeu no céu (veja Rm 6.4).
Deus abençoe - Pr Saulo César

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Salmo 126


O salmo 126 era cantado durante o trajeto do povo quando peregrinava em direção ao Templo para a celebração do culto. Ao cantá-lo o povo demonstrava alegria e confiança no Deus libertador e supridor.

O salmo é dividido em duas partes. Cada parte apresenta um momento.
Vamos analisar estes dois momentos:

Primeiro Momento
1. O momento da intervenção da graça (1-3).
a. Quando tudo parecia um sonho, no rosto do povo se via alegria e na sua boca cânticos de louvor:
Havia nas peregrinações lembranças daquilo que o Senhor fez, ou seja, quando o Senhor "trouxe os que foram levados cativos, de volta a Sião". Antes da volta, no tempo do cativeiro, o povo estava sem rumo, sem expectativa, sem horizonte. Foi lá nas margens dos rios da Babilônia, que eles se assentaram e choraram se lembrando de Sião. Nos salgueiros que havia nas margens dos rios eles penduraram suas harpas, pois aqueles que os levaram cativos, os seus opressores, pediam que se alegrassem e que cantassem para eles algum dos cânticos de Sião. Mas, como, porém, haveriam de entoar o canto do SENHOR em terra estranha? Pois, não tocariam harpa sem lembrarem Jerusalém e não cantariam longe de Jerusalém, pois Jerusalém era a sua maior alegria (Sl 137.1-6). Mas, subitamente a graça veio sobre eles, Deus usou Ciro o libertador (conf. Is 45.1ss) e naquele momento ficaram como se estivessem sonhando. Parecia não ser verdade. Assim como foi para o filho pródigo, havia no rosto do povo um riso santo e verdadeiro provocado pela graça inesperada de Deus sobre ele. Um riso justificado e justificador. Neste momento a alegria passou a ser a dona do momento e no rosto e na boca havia somente traços de gratidão e cânticos de louvor. Agora sim poderiam cantar os canticos de Sião. Estavam de volta para sua terra. Para Jerusalém.
b. E também Quando as nações presenciaram a benção de Deus sobre seu povo e o povo conheceu o efeito das grandes coisas que o senhor fez:
No passado, quando Jerusalém foi arrasada, muitos dos seus vizinhos além de zombarem dela também desejaram o seu mal. No dia em que o exercito de Nabucodonosor veio sobre ela, diziam: “Arrasem Jerusalém, destruam até seus alicerces” (Sl 137.7). Mas, aqueles que com prazer assistiram a destruição de Jerusalém, contemplaram o cativeiro do povo e que outrora diziam “onde está o Deus deles” não puderam negar que Deus foi misericordioso novamente. A visão dos feitos de Deus sobre eles chamou a atenção do mundo. Então os que presenciaram sua alegria disseram “Grandes coisas o Senhor tem feito por eles”. Para o povo não houve desapontamentos. Não houve um descobrir que "era apenas um sonho". Foi tão real que a gratidão e o reconhecimento brotaram dos seus labios: “De fato, o SENHOR fez grandes coisas por nós” (3).

Agora vamos analizar o segundo momento:
2. O momento da restauração da vida (4-6).
a. Quando experiência da libertação deu lugar à consciência da reconstrução e quando o povo reconheceu sua limitação:
Existem muitas pessoas que não passam pela experiência da restauração após a libertação. Existem muitas pessoas que são libertas das drogas, de espíritos maus e depois voltam às drogas e a serem possuídas. Isso acontece porque não foram restauradas. A libertação implica na concepção da restauração. Ou seja, se não houver restauração a libertação impera, não avança. A pressão do exílio havia acabado, mas conseqüência dele era espantosa. O povo percebeu que Jerusalém estava arrasada era como uma região desértica. O sonho alegre foi agora deveria dar lugar a realidade da restauração. Por natureza o povo judeu antes do cativeiro era muito apegado à terra, a agricultura e ao trabalho do campo, mas no retorno povo que não era mais o mesmo, ao ver a terra pobre, necessitada de cuidado, só restava-lhe clamar: “Faze-nos regressar outra vez do cativeiro”, ou seja, "senhor continue no processo, continue atuando com graça". Havia a  necessidade de um novo livramento, não do exílio, mas das dificuldades e situação que se encontravam. Nesta hora teveram que reconhecer sua limitação. Na volta Jerusalém era uma cidade arruinada rodeada por uma comunidade rural falida. “Restaura-nos” foi o pedido, pois sem a ajuda de Deus não conseguiriam sobreviver. Assim como a chuva enchia o leito seco dos rios no deserto no Neguebe, assim o povo precisava que Deus fizesse com ele, ou seja, restaurar o seu bem estar e sua economia rural. O pedido em forma de clamor era relevante, pois embora fosse necessário o semear diário, os fenômenos naturais eram parcialmente a garantia de boa colheita e do restabelecimento da nação. A dependência era total e nesta hora Deus faz com que o deserto fique florido.
b.Neste momento foi quando o choro e as lágrimas do semeador nutriram a esperança de uma boa colheita: 
O lavrador tem que trabalhar muito, dia após dia, para ter uma boa colheita. No sol, na chuva, no inverno e no verão. Pois, tem o tempo de arar a terra, de semear, e depois colher. Na caminhada do semeador poderá haver paradas pelo cansaço além da tristeza e do choro pelo trabalho que muitas vezes não dão o resultado esperado. O trabalho penoso implica em lágrimas. Mas, além de penoso, semear com lágrimas é semear sem a total garantia de boa colheita. Até porque muitos plantam e outros colhem, outros plantam ninguém colhe, pois não houve colheita. Mas, mesmo com lagrima o semear é necessario, somente semeando existe a possibilidade de ter a alegria da colheita. No processo de plantar, crescer e colher percebe-se o princípio de dar para depois receber. Esta lei estava bem viva na mente da nação, pois o recente exílio tinha sido a colheita da desobediência semeada durante séculos. A lição que fica é: aquilo que os homens semeiam eles colhem. Se semeiam semente preciosa, colherão semente preciosa. A semeadura pode ser  triste, mas a colheita será alegre. Enquanto se semeia, os pés e mãos se ferem, o corpo se cansa, o sol castiga, mas depois, os campos floridos e os frutos amadurecidos compensam tudo. Neste caso o semeador passa agora a ser o colhedor que traz os feixes. Neste retorno ele é honrado e recompensado pelos frutos. Sua alegria é tanta que da boca sai "cânticos de jubilo”.

Lições e aplicações: Precisamos sonhar, pois o sonho revigora a alma, mas a realidade faz-se necessário para nossa vida não ficar somente no sonho. Toda libertação deve dar lugar a restauração, pois não só de libertação viverá o homem, mas também da restauração diária que vem pelo enfrentamento das dificuldades. Assim como Pedro, João e Tiago que depois de estar com Cristo no monte da transfiguração tiveram que enfrentar a realidade do vale enfrentando endemoninhado, assim também precisamos enfrentar as lutas que sugrem em nossa vida.  Deus abençoe - Pr Saulo césar