terça-feira, 26 de outubro de 2010

A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO

Às vezes quando lemos certas passagens bíblicas temos a sensação que Deus coloca seus filhos em situações que, se fossem consultados previamente, não gostariam de passar. Pois a possibilidade de vitória é zero. O povo de Israel havia passado 400 anos como escravos no Egito e depois de 10 pragas Faraó decidiu libertar o povo para que as maldições sobre ele o seu povo cessassem.
Porém, logo em seguida, Faraó se arrependeu e passou a seguir Israel com todo o seu exercito para destruí-lo.Para o povo de Israel não havia mais saída. Na frente estava o mar vermelho e atrás Faraó com seu exército.
Diante da possibilidade ZERO
analisaremos as seguintes questões
1. Como o homem age diante da possibilidade zero?
a. O ímpio fica enfurecido (5-7):
• A visão do ímpio é sempre achar que Deus age loucamente. “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus” (Sl 14.1)
• A perda de milhares de trabalhadores era um golpe sério contra os egípcios. Faraó olhou para sua perda e confiou na força do seu exército. “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos.” (Sl 20:7-9)
b. O descrente vacilante (10-12):
• O final do versículo oito diz que o povo saiu do Egito “afoitadamente”, ou seja, com as mãos erguidas e excesso de confiança. Agora temos outro extremo. O povo estava com medo do exército de Faraó e preferia morrer como escravo a morrer buscando a liberdade.
• Sempre havia qualquer dificuldade o povo vinha com um escárnio irônico contra Moisés “será que não tinha lugar para nossos sepulcros no Egito”. O temor fez com que esquecessem todos poderosos feitos que Deus operara a favor deles no passado recente. E ao invés da confiança deram lugar ao medo e ao desprezo. No Egito tinham murmurado, antes dos milagres serem realizados (versículo 21; Êx 6.9).
c. E o crente confiante (13-14):
• Moisés além de líder era crente. Imagine Moisés com 80 anos, enfrentando o período mais difícil da sua vida. A tarefa de libertador não era fácil. 1.º convencer os israelitas da sua liderança; 2.º convence-los a partir; 3.° convencer Faraó a deixa-los partir.
• Em todo o tempo anterior a esta situação Moisés confiou em Deus e agora, mais uma vez demonstra sua fé. “Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais tornarão a ver. O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis” (Ex 14.13-14). Moisés enfrentou e suportou esse vacilo por 40 anos.
A segunda questão é:
2. Por que o Senhor coloca o homem diante da possibilidade zero?
a. Para que ímpio contemple sua glória (1-4):
• Nem as piores circunstâncias podem ofuscar a gloria de Deus. O Sl 76.10 diz: “Pois até a ira humana há de louvar-te”. Quando lemos o texto temos a informação que o povo estava ali, não porque seguiram sua convicção, ou orientação, mas porque Deus mandou: “Fala aos filhos de Israel que retrocedam e acampem junto ao mar”. O lugar onde Deus os mandou terminava numa pequena praia do mar Vermelho. Um dos motivos desta ordem era para que “O Senhor fosse glorificado e FARAÓ e todo seu exercito soubessem quem era o Senhor” (4);
b. Para que o vacilante veja sua força (13-14):
• A verdade era que Deus, além de mostrar ao ímpio seu poder e glória, também queria o fortalecimento do seu povo. Deus sempre quer fazer do fraco um forte. No final do cap. 13 temos esta confirmação: “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito.” (Ex 13.17).
• O povo, que agia de forma vacilante, agora precisava aquietar-se para ver Deus agir. ALI JUNTO AO MAR O POVO ESTAVA SENDO PROVADO. Tiago diz que “a provação da fé, uma vez confirmada, produz perseverança. E a perseverança tem a função de nos tornar perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.3-4).
• Nestas horas devemos agir como o salmista quando estava em situações difíceis. Ele olhava para as montanhas em volta de Jerusalém, vigilante a espera do um ataque inimigo e perguntava “De onde me virá o socorro?" E então segue a resposta confiante: "O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra”.
Aquietai-vos: Pare de debater – vacilar – sai da escravidão da desconfiança – vejam Deus agir.
c. Para fazer do crente um vitorioso (15-18):
• Em toda sua história Moisés sempre foi um homem manso. “Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12.3). Foi assim quando o Senhor o convocou:
a. “Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (Ex 3:13)
b. “Respondeu Moisés: Mas eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O SENHOR não te apareceu” (Ex 4.1).
c. “Então, disse Moisés ao SENHOR: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.” (Ex 4.10.).
• Se Moisés agisse como muitos de nossos dias ele seria como um “deus” que todos queriam tocar e levar seu lenço suado para casa. Mas, ao contrário ele preferia ser manso e pacato. Pena que nem todos agem assim, pois, “os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz” (Sl 37.11).
• Agora, mais uma vez Deus, assim como fez no passado, o exaltou diante de um Faraó enlouquecido e de uma multidão descrente.
• Deus, mais uma vez, quer mostrar para Faraó, ao povo e, até mesmo ao próprio Moisés, que ele era o seu homem de confiança o seu braço direito. “Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco” (Ex 14.15-16).
• Deus não quis dizer a Moisés que estava errado ao clamar, mas que a oração deve ser acompanhada por ação. O mesmo espírito de fé e coragem que teve ao clamar e pedir que o povo se aquietasse ele deveria ter para pedir que marchassem em direção ao mar.
Conclusão: Todos que ali estavam viram o mar se abrir e, Moisés conduziu o povo pelo caminho que o Senhor abriu. Faraó ordenou que seu exército perseguisse o povo pelo mesmo caminho, porém o Senhor não permitiu, e nenhum dos carros e cavaleiros do exército de Faraó, que os haviam seguido no mar, sobreviveu (Ex 14.28).
Apesar de tantos sofrimentos e lutas, a história de Deus em nossas vidas sempre tem um final feliz. Assim como mostrou ao povo de Israel, ele também, quer mostrar para mim e para você que não existe nenhuma possibilidade zero quando Ele está no controle. “Acaso, para o SENHOR há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18.14). “Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível” (Mc 10.27).
Deus abençoe
Pr Saulo César

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente: