quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Aos Pais Com Carinho

PAI - Onde estão os teus filhos?
Lc 15.11-32


Jesus tinha o hábito de ensinar por parábolas. Certa vez motivado pela dureza do coração dos fariseus e os escribas contou três parábolas, da Ovelha e da dracma perdida, e do Filho pródigo. Vamos meditar na PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO, que descreve o amor de um pai por seus filhos. Segundo o dicionário pródigo é aquele que gasta excessivamente; esbanjador; generoso; liberal.

O Pai nunca rejeita seus filhos.
Para ilustrar esta verdade Jesus conta a parábola do filho pródigo.
Nesta parábola três figuras se destacam:

1. O filho perdido longe de casa.
Na parábola contada por Jesus encontramos três fases deste filho.
a. Um filho impaciente e imprudente (vs. 12a-13a):
Ele monstra toda sua impaciência ao pedir a parte da herança. A rotina o aborrecia. Não se ajustava mais ao meio que vivia.“Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe”. No contexto que viviam, muitas vezes, ainda em vida o pai dividia e transferia a herança para seus filhos, para determinar o que eles teriam direito após sua morte, e evitar disputas entre eles. Mas só tomariam posse depois da morte do pai. Este filho não soube esperar. Fez um duplo pedido: O primeiro é a divisão da herança. O segundo é o direito de dispor dela imediatamente. Nos dois pedidos está subentendido “pai não posso esperar até que morra”.
Ele mostra sua imprudência por não querer ficar num lugar seguro. Queria conhecer novas terras, mulheres, ter vida independente, gastar o dinheiro como quisesse. Ele foi imprudente em exigir a herança antes que o pai morresse. Por ser o filho mais novo, na divisão da herança, caberia ele a menor parte, porém quando exigiu e partiu para longe de casa ele recebeu muito menos do que lhe era por direito se o pai tivesse morrido, alguns comentaristas dizem que recebeu só a nona parte da soma total. Além disso ao pedir a herança ele estava antecipando e premeditando a morte do pai. Seria o mesmo que desejasse a morte do pai.
b. Um filho vivendo no pecado (vs. 12a-13a): Nesta fase ele estava vivendo no pecado, mas não estava arrependido (vs. 13b-16). Ele Gastava toda a herança com festas, mulheres, amigos e bebidas. No inicio não lhe faltava nada. As mulheres que ele tanto queria, ele tinha aos montes ao seu lado. Os amigos sempre lhe dando tapinhas nas costas. Mas um dia tudo acabou. Houve fome na terra. E quando o dinheiro acaba não tem mais as festas, nem mulheres, amigos e bebidas. No pecado, ele passou por necessidade e humilhação, porém ainda não estava arrependido. “Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada” (vs. 14-16).
b. Um filho voltando para casa arrependido e perdoado (vs. 17-23). Seu objetivo nesta fase era voltar e pedir perdão. Ele cai em si. “Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome”! (v.17- 19). Ele volta. “Levantando-se, foi para seu pai”, (v. 20a). Necessitado e verdadeiramente arrependido. “Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho”, (v. 21). Ele foi honrado e festejado, acolhido e honrado. “O pai, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,” (v. 22-23).

2. O filho perdido dentro de casa.
Mas, na historia contada por Jesus também tem a figura do filho mais velho, que não saiu pelo mundo como o outro, porem também estava perdido tanto como o outro. Havia características do grupo que criticava Jesus na vida do filho mais velho:
Ele se julgava perfeito: (não precisar de arrependimento).
Difamava o irmão arrependido: Fica distante desinteressado e indiferente ao arrependimento. Revelando ressentimento pelo amor do pai ao filho arrependido, egoísmo, mágoa, ciúmes, Inveja.
O filho mais velho não deve esquecer de que tem um lugar especial no coração do pai, e o que nos reserva como herança é muito maior que o que desejamos, porem ele desperdiçou a benção desta proximidade. A parábola não sugere o final, se feliz ou não, apesar do profundo amor do pai em reconciliar a situação e mostrar que ambos eram importantes para ele. (Jo 5:20).

3. O pai que acolhe seus filhos em sua casa.
Como deve ter sido difícil para este pai ouvir do seu filho que este queria sua parte da herança e SAIR DE CASA. Isto significava que seu filho estava infeliz, que não mais viver com ele e que tudo que tinha ensinado ao filho não tinha sido aprendido.
Em toda esta historia a figura do pai é a que mais se destaca e a que surpreendente.
a. Ele foi um pai sábio: No contexto que vivia, muitas vezes, para evitar disputas entre os filhos, era normal o pai dividir a herança para seus filhos, mas só tomariam posse depois da morte do pai. Ouvir do filho o pedido da parte da herança foi o mesmo que ouvir o filho: “Pai eu quero que o Senhor morra”. Kenneth Bailey cita que pesquisando entre os nativos do oriente nunca se ouviu um pedido assim. Esse pedido seria impossível de ser aceito. Porém ao repartir entre eles a herança o pai mostra que ama seus filhos de modo sábio não de forma possessiva. não usou de nenhum argumento para que o filho ficasse para ele havia duas possibilidades: primeira, insistir para que ficasse e ter em casa um filho mimado e rebelde em casa. segunda, deixa-lo ir e esperar que volte para casa arrependido.
b. Ele foi um pai paciente: A notícia sobre a fome poderia tê-lo deixado triste e preocupado. Talvez a sua vontade seria ir a procura do filho, porém ele resistiu pacientemente. Uma das grandes virtudes que devemos ter é a paciência A LONGANIMIDADE é um dos fruto do Espírito. Este Pai com certeza possuía. Isto fez com que seu filho caísse em si e voltasse para casa verdadeiramente arrependido. Quantas e quantas vezes não temos a paciência necessária na educação de nossos filhos.
c. Ele foi um pai amoroso: Duas das principais CARACTERÍSTICAS DAQUELE QUE AMA É PERDOAR e AGREGAR. O pai sabia perdoar. O Filho foi acolhido, honrado, e festejado. “Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou”, (v. 20b). “O pai, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos” (v. 22-23). O pai sabia agregar. Significa trazer paras si, ajuntar, reconciliar. DEUS NOS RECONCILIOU CONSIGO ATRAVÉS DE CRISTO. O pai era um agregador. Ele trouxe seu filho a lugar de honra na casa. A melhor roupa simboliza uma nova vida. O anel simboliza autoridade. E a sandália simboliza filiação. Ele foi atrás do filho mais velho procurando conciliá-lo”, (v. 28).

Deus abençoe
Pr Saulo César

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