segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Maria Bêtania - Jo 12.1-8


Ocupou o melhor lugar
Aos pés de Cristo

Certo casal vivia perto de um pântano com seu filhinho. Um dia o pai saiu em direção ao pântano à procura de alimento e pouco tempo depois, sem que ninguém percebesse o menino saiu a procura do pai na mesma direção. Quando deram pela falta da criança puseram-se a procurá-lo. Finalmente, descobriram suas pegadas que ia pântano adentro. Em cada pegada deixada pelo pai, via-se ao lado a do menino. Porém, adiante, a lama encobria as pequenas pegadas do menino, somente a do pai era visível. Chegando ao outro lado do pantanal, encontraram o pequenino sentado à ao lado do pai no chão batido. Encontrando o pai encontraram o filho.
Bom seria se todos os crentes procurassem permanecer ao lado de Cristo. Com certeza não se perderiam. Coloquei no boletim da igreja esse principio defendido por Lincoln. Dizia ele: "Minha grande preocupação não é se Deus está ao meu lado e sim se estou ao lado de Deus, porque o lado que cabe a Deus ele sempre ocupa".
Maria sabia ocupar o melhor lugar. Ela sempre estava ao lado de Cristo. Por isso serve como exemplo.

1. Ela ofereceu o melhor (1-3).

Faltavam seis dias para páscoa. Jesus estava em Betânia na Casa de Simão o leproso, que pode ser alguém que padecia de lepra e provavelmente fora curado por Cristo. Simão, um nome comum entre os judeus. Diz-se que em vários povoados um terço dos homens tinha esse nome. Para fazer a diferença costumava-se usar um segundo nome, ou sua origem, ou nome do pai, ou como aqui, uma antiga doença.
Naquela época, nas refeições festivas era comum as pessoas ficavam deitadas em volta da mesa debruçadas sobre o lado esquerdo, de modo que a mão direita ficava livre para levar comida à boca. Na casa, além de Simão também estavam os discípulos e um grande número de convidados, entre eles Marta, Maria e Lazaro. Marta sempre preocupada em receber bem os convidados, depois de estar na cozinha ocupada com a preparação, agora servia a ceia. Lazaro estava à mesa, próximo de Jesus, pois sua presença contribuía para a glorificação do Mestre e Maria que em outra oportunidade se deliciava ouvindo os ensinos aos pés do Mestre, agora surge pronta para ungir seu pés. Para isso:
a. Ela quebrou melhor vaso.
· Vaso de Alabastro: Uma pedra branca e fina parecida com o mármore, frágil, porém muito usada para fazer esculturas, vasos e jarros. Os antigos consideravam que o alabastro era o melhor material para preservar seus ungüentos por isso faziam com o alabastro lindos frascos e neles depositavam o melhor perfume. Estes frascos sem alças de gargalo comprido e estreito e, portanto fácil de quebrar. Quebrar um vaso de alabastro significa quebrar o melhor vaso.
b. Ela exalou melhor perfume.
· Perfume de Nardo, puro e precioso:
Ungüento valiosíssimo feito de uma planta nativa da Índia. Por ser valioso muitas vezes era falsificado e vendido como se fosse verdadeiro. Este, porém era puro “notável” “puríssimo” “genuíno”. Aqui o termo significa confiável. Está enfático no original: preciosíssimo! Uma gota correspondia praticamente a um dia de trabalho. A soma total seria mais ou menos ao ganho de um ano. O valor do conteúdo será de 300 denários. De acordo com Jo 6.7, com 200 denários daria para alimentar milhares de pessoas.
c. Ela contagiou todo o ambiente.
· Com o bom perfume. Sua ação inundou; preencheu os espaços, completou totalmente inteiramente, sem deixar faltar nada, perfeito. Não foi um ato brusco ou desajeitado. Foi algo sublime, derramado, gota a gota. Um hospedeiro já fazia um gesto generoso quando honrava personalidades de destaque aspergindo algumas gotas do nardo sobre sua cabeça dela, Aqui o hóspede foi honrado sem medida. O coração do homem cheio de egoísmo também deve ser quebrado aos pés de Cristo. Pois, se este ato não for realizado o bom perfume não inundará a Igreja, a família, a vizinhança etc.
O vaso somos nós. O perfume é o que tem dentro de nós. Só haverá bom perfume se antes abrirmos o coração para que Cristo entre nele. Sem Cristo não haverá bom perfume.

2. Ela fez o melhor (4-8).
Enquanto Simão, os discípulos e Lazaro ocupam alegremente o espaço em volta da mesa e Marta se ocupava no servir a mesa Maria derramava o perfume e Judas contaminava o ambiente com a avareza, a ambição e falsa religiosidade, Para que este desperdício? Este perfume poderia ser vendido por mais de trezentos denários e dar-se aos pobres.
a. A melhor ação:
· “uma boa ação” ou “ação bonita”: Aqui não se pensa em uma ação bonita em termos estéticos, mas éticos. Havia nos preceitos judaicos ações que todos eram obrigados a realizar, ou seja, os deveres e cerimônias que os judeus seguiam. Mas, haviam também aquelas obrigações que excediam os esses deveres. Entre as que mais se destacam era o sepultamento digno dos mortos que não tinham parentes, pois era uma ação que não poderia ser paga. Era um ato de misericórdia. De acordo com Jesus, o que Maria fez não foi um desperdício, mas um ato de misericórdia.
b. No momento certo.
· Ela fez o que pode: Era um costume sagrado ajudar os pobres, especialmente por ocasião da páscoa. No grupo este propósito recebia um incentivo adicional, pois o próprio Jesus disse “aquele que acolhe um pequenino a mim me acolhe” e também “O Espírito do Senhor está sobre mim para evangelizar os pobres”. Assim, os que sentiam indignados como Judas, esperavam que a ira santa de Jesus caísse sobre Maria. Pois, ela transgredira o evangelho dos pobres! Judas com certeza dizia no coração “repreenda”, “repreenda”. Porém, o momento errado para Judas para Jesus foi o melhor. Não tinha momento melhor para Maria fazer o que fez. MOMENTO BOM DEMAIS DA CONTA. Contrariando a vontade de Judas Jesus a defende e ordena que a deixem. Ela fez o que pôde (Mc 14.8). Jesus diz que o que Maria fez foi preparar previamente seu corpo para a sua sepultura. Foi um evento único que não se repetiria. Em breve Jesus não estaria mais fisicamente entre eles. Porém “sempre” haverá pessoas carentes do amor de seus discípulos. Se agora esses 300 denários estão sendo subtraídos aos pobres, eles os receberão de volta milhões de vezes, porque Jesus preenche sua igreja com o desejo de ajudar a todos os “pobres”.
c. Que não seria esquecido.
· Um gesto eterno: Jesus coloca esta mulher ao lado da viúva, que diante do gazofilácio, enquanto que outros davam grandes soma de dinheiro, ela depositou três moedas: “Que deu tudo quanto possuía”. O aroma, por mais intenso que tenha sido na casa, se desvaneceu. Mas o gesto duraria para sempre. O que se faz a Deus, por menor que seja é grandioso na eternidade. Em todo tempo quando a morte salvadora de Jesus for contada, para sempre fará menção do que MARIA fez. Não é o seu nome NEM SEU PRESENTE MAIS PRINCIPALMENTE SUA AÇÃO. Servir ao Senhor nunca é desperdício. Se os pobres nos preocupam, sempre haverá tempo para ajudá-los. Enquanto que servir ao mestre é prioridade.

Os motivos de Judas não eram filantrópicos; seu interesse era mercenário, pois era ele que guardava a bolsa e, como tesoureiro do grupo tinha facilidade tirar da bolsa o que se colocava nela.
Os guardiões da teologia da pobreza já existiam desde a época de Cristo. A indústria da seca do nordeste. Da fome na África. E da guerra é fonte de lucro para muitos Judas.
Judas tipifica aquele que realiza obras pela carne, ou seja, para seu próprio engrandecimento e auto-justificação enquanto que Maria cultua Jesus por amor.
O amor não deve ser medido e sim doado. Quem dá amor não indaga sua utilidade apenas ama. É importante que para fazer o bem não é preciso só ter dinheiro, mas também o tempo e a oportunidade certa. O bem não se pode fazer seguindo um princípio rígido, mas submetendo-se ao tempo de Deus.

Deus abençoe
Pr Saulo César

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