quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A DRACMA PERDIDA


A história de uma moeda que estava perdida
Lc 15.8-10



Nos últimos versiculos do cap. 14 de Lucas vemos Jesus advertindo as massas populares, que o acompanhavam no caminho, quanto as dificuldades que enfrentariam por estarem com ele (Lc 14.25-35). Seus discursos, diante da multidão, pareciam ser apropriados, muito mais para desestimular do que para encorajá-la a segui-lo. No entanto, mesmo o com “desestimulo” aparente que havia nas palavras de Cristo, gente de todos os lugares assim como publicanos e pecadores, vinham em grande número a fim de ouvir os seus ensinos. Vinham não para ver sinais, mas para “ouvir” (cf. Lc 5.1). Mas, na contramão da história havia um grupo que constrastava. Um grupo que não aceitava as palavras de Cristo. Que só vinha até ele para colocá-lo à prova e pedir sinais. Por isso, este grupo, os escribas fariseus, chegou à conclusão de que o próprio Jesus, “este”, que se põe à mesa com pecadores, só podia ser um pecador.


Para confrontá-los Jesus apresenta três parábolas. Da ovelha, da dracma perdida e a do Filho pródigo.

Na história da moeda que foi perdida e encontrada
três fatos nos chamam atenção:


1. Houve uma perda considerável (8a).
Nem tanto pelo valor, mas pelo que representava.

a. havia o valor monetário: O valor da dracma era relativo a um dia de trabalho de um homem no campo. As pessoas trabalhavam o dia todo e recebia uma dracma.
b. O valor representativo: Os abastados tinham muitas dracmas. E para quem tem 100, 500 ou 1000, perder 1 dracma seria insignificante. Mas, no caso de uma camponesa, que trabalhava muito e possuía poucas moedas, o valor monetário era muito maior. Aqui a perda, não era 1 entre 100 ou entre 1000, mas 1 entre 10.
c. O valor sentimental: Tem sido observado, na cultura oriental, que a moeda poderia fazer parte do dote da mulher. As mulheres das aldeias pobres costumavam fazer colares com as moedas que possuíam. Alguns entendem que possivelmente, esta moeda perdida, fazia parte de um colar que totalizava 10 moedas. Obviamente a perda de uma desfez toda a beleza e representatividade do colar como um todo.
Por todos estes pressupostos o valor da perda significava muito
mais do que uma simples moeda.

2. Houve uma procura diligente (8b).
Pela certeza do lugar e convicção de encontrar.
a. A moeda não estava longe: Traços culturais indicam que ao contrário do homem que poderia se locomover por toda a aldeia sem nenhuma restrição, os movimentos das mulheres eram extremamente limitados. Por isso, ao contrário da ovelha que havia se perdido na parábola anterior, a moeda não estava num lugar amplo deserto e distante, mas limitado e pequeno. Ou seja, o local da perda era sua própria casa, pois ela não havia estado fora.
b. Por isso poderia ser encontrada: A certeza do local dava a ela a convicção de poder encontrar o valor perdido. Jesus mais uma vez está rejeitando as atitudes farisaicas que diminuía certos grupos da sociedade. Assim como o pastor, os publicamos e pecadores, discriminados que eram pelos fariseus, agora ele usa a figura da mulher. Pois, ao enfatizar "ou qual é a mulher", o Senhor além de destacar a presença feminina na sociedade também destaca o seu zelo e sua persistência na procura do valor que havia se perdido.
c. Porém a procura teria que ser bem feita: A mulher investe todos os esforços para reencontrar o que se perdera. Pis o valor era dela, a casa era dela, a foi ela que perdeu então ela mesma decidiu procurar. Acendendo a lamparina: Foi a primeira coisa que ela fez, pois no escuro ficaria difícil procurar. As trevas que invadem o lar escondem os valores importantíssimos que Deus te dá. Varrendo a sujeira: Não se pode encontrar nada em lugar sujo. Por isso, as sujeiras da casa foram varridas e jogadas fora. Jogue fora toda a sujeira e maus hábitos (assim como a mulher que varreu diligentemente sua casa). Procurando com cuidado: A palavra diligentemente mostra que a procura foi com cuidado, nos mínimos detalhes. Ela não deixou nenhum lugar sem procurar. Em todos os cantos da casa tudo foi vistoriado. Não desistindo: A expressão do texto é fortíssima: “ATÉ ENCONTRÁ-LA”. Ela só parou de procurar quando encontrou. Há os que procuram os valores perdidos por pouco tempo. Dá só uma olhadinha por cima e diz que não encontrou. Mas, ele não desistiu até encontrá-la.
Quando se tem convicção de encontrar algo pedrido então busca é feita com intensidade, diligencia e esforço.

3. Houve uma alegre festa (9-10).
Porque o valor foi encontrado e a alegria compartilhada.

a. O esforço foi recompensado: Toda busca tem seu preço. Ela exige dedicação e esforço. A mulher teve recompensa dupla. A primeira foi uma festa solitária. Achei! Valeu toda a procura. Achei minha moeda perdida!
b. A alegria foi compartilhada: Mas, a alegria continua numa festa comunitária. Depois de encontrar a moeda foi tanta alegria da mulher que ela chama todas as suas amigas e vizinhas para partilharem da sua felicidade.
• O convite para participarem da festa expressa tanto a alegria quanto o desejo de compartilhar da alegria;
c. Assim na terra como no céu: O sentido, portanto, é: se uma mulher, que perde uma de suas dracmas, investe todos os esforços para reencontrá-la, como Jesus não haveria de investir todos os cuidados para reencontrar pecadores perdidos? Se a mulher convida suas amigas e vizinhas para partilharem da alegria pelo que foi reencontrado, como Jesus não teria o direito pedir que alegrem com ele quando um pecador é convertido?
Aplicação: Quais são os nossos valores? Quais os valores que mais consideramos? Pois, quando mais valorizamos, mais consideramos. Da mesma forma que a mulher identificou o valor perdido (moeda) Jesus identifica e procura àqueles que estão perdidos. É preciso identificar os nossos valores. DEUS, AMOR, COMUNHÃO, VERDADE, AMIZADE. Porque assim, se, por acaso, vierem a se perder, devem ser procurados. Pois, só procuramos aquilo que sentimos falta.
Deus abençoe
Pr saulo césar

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