segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Salmo 126


O salmo 126 era cantado durante o trajeto do povo quando peregrinava em direção ao Templo para a celebração do culto. Ao cantá-lo o povo demonstrava alegria e confiança no Deus libertador e supridor.

O salmo é dividido em duas partes. Cada parte apresenta um momento.
Vamos analisar estes dois momentos:

Primeiro Momento
1. O momento da intervenção da graça (1-3).
a. Quando tudo parecia um sonho, no rosto do povo se via alegria e na sua boca cânticos de louvor:
Havia nas peregrinações lembranças daquilo que o Senhor fez, ou seja, quando o Senhor "trouxe os que foram levados cativos, de volta a Sião". Antes da volta, no tempo do cativeiro, o povo estava sem rumo, sem expectativa, sem horizonte. Foi lá nas margens dos rios da Babilônia, que eles se assentaram e choraram se lembrando de Sião. Nos salgueiros que havia nas margens dos rios eles penduraram suas harpas, pois aqueles que os levaram cativos, os seus opressores, pediam que se alegrassem e que cantassem para eles algum dos cânticos de Sião. Mas, como, porém, haveriam de entoar o canto do SENHOR em terra estranha? Pois, não tocariam harpa sem lembrarem Jerusalém e não cantariam longe de Jerusalém, pois Jerusalém era a sua maior alegria (Sl 137.1-6). Mas, subitamente a graça veio sobre eles, Deus usou Ciro o libertador (conf. Is 45.1ss) e naquele momento ficaram como se estivessem sonhando. Parecia não ser verdade. Assim como foi para o filho pródigo, havia no rosto do povo um riso santo e verdadeiro provocado pela graça inesperada de Deus sobre ele. Um riso justificado e justificador. Neste momento a alegria passou a ser a dona do momento e no rosto e na boca havia somente traços de gratidão e cânticos de louvor. Agora sim poderiam cantar os canticos de Sião. Estavam de volta para sua terra. Para Jerusalém.
b. E também Quando as nações presenciaram a benção de Deus sobre seu povo e o povo conheceu o efeito das grandes coisas que o senhor fez:
No passado, quando Jerusalém foi arrasada, muitos dos seus vizinhos além de zombarem dela também desejaram o seu mal. No dia em que o exercito de Nabucodonosor veio sobre ela, diziam: “Arrasem Jerusalém, destruam até seus alicerces” (Sl 137.7). Mas, aqueles que com prazer assistiram a destruição de Jerusalém, contemplaram o cativeiro do povo e que outrora diziam “onde está o Deus deles” não puderam negar que Deus foi misericordioso novamente. A visão dos feitos de Deus sobre eles chamou a atenção do mundo. Então os que presenciaram sua alegria disseram “Grandes coisas o Senhor tem feito por eles”. Para o povo não houve desapontamentos. Não houve um descobrir que "era apenas um sonho". Foi tão real que a gratidão e o reconhecimento brotaram dos seus labios: “De fato, o SENHOR fez grandes coisas por nós” (3).

Agora vamos analizar o segundo momento:
2. O momento da restauração da vida (4-6).
a. Quando experiência da libertação deu lugar à consciência da reconstrução e quando o povo reconheceu sua limitação:
Existem muitas pessoas que não passam pela experiência da restauração após a libertação. Existem muitas pessoas que são libertas das drogas, de espíritos maus e depois voltam às drogas e a serem possuídas. Isso acontece porque não foram restauradas. A libertação implica na concepção da restauração. Ou seja, se não houver restauração a libertação impera, não avança. A pressão do exílio havia acabado, mas conseqüência dele era espantosa. O povo percebeu que Jerusalém estava arrasada era como uma região desértica. O sonho alegre foi agora deveria dar lugar a realidade da restauração. Por natureza o povo judeu antes do cativeiro era muito apegado à terra, a agricultura e ao trabalho do campo, mas no retorno povo que não era mais o mesmo, ao ver a terra pobre, necessitada de cuidado, só restava-lhe clamar: “Faze-nos regressar outra vez do cativeiro”, ou seja, "senhor continue no processo, continue atuando com graça". Havia a  necessidade de um novo livramento, não do exílio, mas das dificuldades e situação que se encontravam. Nesta hora teveram que reconhecer sua limitação. Na volta Jerusalém era uma cidade arruinada rodeada por uma comunidade rural falida. “Restaura-nos” foi o pedido, pois sem a ajuda de Deus não conseguiriam sobreviver. Assim como a chuva enchia o leito seco dos rios no deserto no Neguebe, assim o povo precisava que Deus fizesse com ele, ou seja, restaurar o seu bem estar e sua economia rural. O pedido em forma de clamor era relevante, pois embora fosse necessário o semear diário, os fenômenos naturais eram parcialmente a garantia de boa colheita e do restabelecimento da nação. A dependência era total e nesta hora Deus faz com que o deserto fique florido.
b.Neste momento foi quando o choro e as lágrimas do semeador nutriram a esperança de uma boa colheita: 
O lavrador tem que trabalhar muito, dia após dia, para ter uma boa colheita. No sol, na chuva, no inverno e no verão. Pois, tem o tempo de arar a terra, de semear, e depois colher. Na caminhada do semeador poderá haver paradas pelo cansaço além da tristeza e do choro pelo trabalho que muitas vezes não dão o resultado esperado. O trabalho penoso implica em lágrimas. Mas, além de penoso, semear com lágrimas é semear sem a total garantia de boa colheita. Até porque muitos plantam e outros colhem, outros plantam ninguém colhe, pois não houve colheita. Mas, mesmo com lagrima o semear é necessario, somente semeando existe a possibilidade de ter a alegria da colheita. No processo de plantar, crescer e colher percebe-se o princípio de dar para depois receber. Esta lei estava bem viva na mente da nação, pois o recente exílio tinha sido a colheita da desobediência semeada durante séculos. A lição que fica é: aquilo que os homens semeiam eles colhem. Se semeiam semente preciosa, colherão semente preciosa. A semeadura pode ser  triste, mas a colheita será alegre. Enquanto se semeia, os pés e mãos se ferem, o corpo se cansa, o sol castiga, mas depois, os campos floridos e os frutos amadurecidos compensam tudo. Neste caso o semeador passa agora a ser o colhedor que traz os feixes. Neste retorno ele é honrado e recompensado pelos frutos. Sua alegria é tanta que da boca sai "cânticos de jubilo”.

Lições e aplicações: Precisamos sonhar, pois o sonho revigora a alma, mas a realidade faz-se necessário para nossa vida não ficar somente no sonho. Toda libertação deve dar lugar a restauração, pois não só de libertação viverá o homem, mas também da restauração diária que vem pelo enfrentamento das dificuldades. Assim como Pedro, João e Tiago que depois de estar com Cristo no monte da transfiguração tiveram que enfrentar a realidade do vale enfrentando endemoninhado, assim também precisamos enfrentar as lutas que sugrem em nossa vida.  Deus abençoe - Pr Saulo césar

Um comentário:

  1. Gostaria de receber mensagens de pregações por escrito.
    joao_teixeira123-@hotmail.com

    grato- Deus o abençoe grandemente.

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