segunda-feira, 21 de março de 2011

O TANGUE DE BETESDA

Existe uma discussão no meio cristão sobre qual é a prioridade da igreja. se a salvação das almas ou a ajuda àqueles que estão necessitados.
Alguns defendem que a salvação do homem deve ser a prioridade, pois Jesus veio para salvar os pecadores (1Tm 1.15).
Outros defendem que quando se ajuda alguém necessitado é mais importante, pois sempre que fazemos ao pobre estamos fazendo a Deus e quando não fazemos ao pobre deixamos de fazer a Deus (Mt 25:42-46).
Deus nunca fez esta distinção. PORQUE PARA ELE A MISERICÓRDIA E SALVAÇÃO DEVEM ANDAR DE MÃOS DADAS
Jesus sempre cumpriu este plano.
Visualizaremos esta verdade em três cenas.

1. Um homem enfermo na Casa da Misericórdia (1-5).
a. Que esperava o mover das águas;
• Dizem os comentaristas que o tanque de Betesda era alimentado por uma corrente de água subterrânea e em certas ocasiões a água se movimentava.
• Em um tempo, não se sabe quando, a agitação da água fez com que alguém começasse dizer que as águas da fonte eram milagrosas, pois, diziam que um anjo, de tempo em tempo, vinha do céu e movia as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado.
• E rapidamente a notícia ganhou dimensão e multidões vinham de todos os lugares aguardando um milagre. Dizem que, por isso, foram feitos pavilhões para que servisse de abrigo para os peregrinos.
• O local que se autodenominava “Betesda - Casa da misericórdia” se transformou em casa de miseráveis. Pois, todos que ali se encontravam, estavam ali por crerem numa lenda. Por isso, na total miséria.
b. Mas, continuava enfermo após trinta e oito anos;
• João, o autor do Evangelho, de modo algum creditou ou acreditou no poder milagroso do tanque, ele apenas relatou a crença do povo para explicar também a crença deste homem. A observação de Jo 9.32 evidencia que em Jerusalém não se sabia nada de um tanque em cuja água uma pessoa “sarava de qualquer doença que tivesse”.
• Este enfermo, em particular, que se refere no texto, estava ali havia trinta e oito anos. Sua condição estava cada vez pior. Nesta condição, não somente seu corpo estava doente, mas também sua alma.
• A benção não vinha porque Deus não age de acordo com lendas, superstição ou simpatias. Deus não entra em competição humana nem age contrário ao seu amor.
• A benção de Deus não vem por méritos próprios ou pela força do homem, ela vem pela sua misericórdia, pois, por mais que o homem faça, sempre fica devendo.

Há muita gente que vai à procura de Deus em lugar errado e lá não encontra Deus. Mas, há também aqueles que vão ao lugar certo, não para verem Deus, e sim para terem algo de Deus.
Em nome da fé pode-se criar um ambiente de competição, disputa e tensão. E miseráveis acabam passando a vida toda na “Casa da Misericórdia” sem nunca ter um encontro com o Senhor da misericórdia.

2. Um homem amparado pelo Senhor da misericórdia (6-9).
a. Desanimado por não ter ajuda;
• Diariamente, as pessoas que tinham enfermos em casa, os traziam e os depositavam ali como se fossem lixo. Alguns até ficavam de acompanhante, outros mais abastados pagavam escravos para que servissem seu parente doente
• Jesus, o Senhor da cura, estava na “Casa da Misericórdia”, mas não foi percebido, pois, todos preocupados consigo mesmos, esperavam o movimento das águas.
• Neste ambiente competitivo havia muita discussão e brigas. Os mais fortes eram privilegiados. Este homem, sem ter ninguém que o ajudasse era sempre o último. Estava sempre em último lugar.
• Então Cristo lhe perguntou “Queres ser curado”? A pergunta de Jesus poderia parecer obvia, mas não era. Ilustração: Ouvi um caso de uma senhora que tinha um filho doente em casa havia muito tempo. Por não procurar ajuda para que seu filho ficasse bom, certo dia alguém lhe perguntou se gostaria que seu filho fosse curado. Então ela respondeu “se ele se curar meu marido vai embora”. O filho doente era um motivo para que ela tivesse o marido em casa.
O perigo da dor prolongada é desistir da cura e ir levando do jeito que dá.
b. Mas, que em Jesus encontrou forças;
• Visto que sua doença tornava impossível ser o primeiro a entrar no tanque e por ter esperado tanto tempo sem que ninguém o ajudasse entrar na água, bem que poderia ter perdido a esperança na cura.
• Foi assim que Jesus o encontrou. Desamparado, apático, desanimado e decepcionado com o mundo. Talvez a esperança pudesse ter dado lugar à mágoa e a falta de recurso o levasse a por a culpa nos outros. Pode ser também que o medo de como seria a sua sobrevivencia após a cura deixasse ele sem perspectiva e acomodado.
• Mas Jesus, que sempre foi amigo e sempre ajudou aquele que carece de ajuda, foi seu amigo. Jesus foi a sua força. Com Jesus ele se levantou. “Jesus lhe disse: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar”.
Jesus o curou sem pedir nada em troca, apenas por sua Graça e misericórdia.

3. Um homem abençoado após receber a misericórdia (10-18).
a. Que passou a incomodar o mal; 
• Jesus sempre disse que veio para aliviar a dor e a tristeza do necessitado. Para ele, até outras tarefas poderiam ser deixadas de lado, mas a tarefa de ouvi-lo (como no caso de Marta e Maria, onde Maria escolheu a melhor parte) e de compadecer-se do próximo não se pode deixar de lado. Por isso ele ajudou sem se importar se era sábado. QUANDO ELE ESTAVA DOENTE NINGUEM SE IMPORTOU
• Um homem foi curado. Qualquer um pensaria que era uma ocasião para a alegria e o agradecimento. Mas, sempre tem “os do contra”. Aqueles que o olhavam o brilho de Jesus com inveja.
• Para estes, um homem andando com uma cama nas costas era um prato cheio para as criticas. Religiosos judeus chegaram a dizer que quem levasse uma agulha ou alfinete em sua roupa era pecador. Por isso, o homem foi advertido pelos judeus por estar carregando o leito no sábado.
• Ao responder: "Quem me curou disse: Toma o teu leito e anda” ele rejeita a advertência dos religiosos, escolhendo a melhor parte, ou seja, preferiu ouvir a Jesus. Era como se dissesse: “se ao cumprir a ordem recuperei a saúde, como pode essa ordem ser errada”? Alem disso, também não sabia quem era esse homem.
• A defesa de Jesus foi surpreendente. “Meu Pai não deixa de trabalhar no dia de sábado”. Certo autor comentou: "Durante o sábado o sol brilha; os rios correm; as pessoas nascem e morrem como durante qualquer outro dia; tudo é a obra de Deus". Jesus disse: "Se o Pai dá amor e misericórdia todos os dias; como não darei”.
b. Mas, que em Jesus teve direção (14-18).
• Havia no intimo do coração Judaico uma premissa: “toda enfermidade do homem vem pelo pecado do homem, se, o homem foi curado seria porque seu pecado foi perdoado”.
• Por outro lado sempre houve gente que usou o amor, o perdão e a graça de Deus como desculpa para pecar. Sempre houve aqueles que pecavam confiando na abundância da graça (Rm 6.1-18).
• Por isso, este homem, agora curado, poderia argumentar: “bom já que eu encontrei alguém que me libertou do pecado e me curou, posso continuar pecando e conseguinte sendo curado”.
• Por isso, além da cura Jesus também dá a direção. Mais tarde, quando Jesus encontrou o homem no templo lhe disse: “ não peque mais para que não lhe aconteça algo pior.

Obs. Ao mesmo tempo em que um ato de misericórdia de Jesus é capaz de conquistar pessoas para a fé também faz com que os adversários se enfureçam.

Deus abençoe
Pr Saulo César












Um comentário:

  1. A paz querido pastor......Que benção seu artigo, muito edificante.
    Que o Senhor continue te abençoando ricamente.

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