sábado, 14 de janeiro de 2012

A PRIMEIRA PEDRA


O texto acima narra o encontro de Jesus com uma mulher que foi flagrada em adultério. Está historia é muito conhecida.
Quem nunca ouviu “quem não tem pecado que atire a primeira pedra”.
Esta frase contém dois temas de suma importância para a vida cristã. Hoje vamos analisá-los:

Primeiro tema é:
1. SOBRE O PECADO - “todos pecaram contra Deus” (1-7). Como é difícil reconhecer o pecado. Lembram do fariseu e do publicano que foram ao Templo para orar. O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: “Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho.”
a. A mulher flagrada em adultério: Jesus via diante dele uma mulher israelita, filha de Abraão. Como pode alguém que foi ensinada sobre a lei, sobre o amor e a obediência a Deus se deixar levar por uma atitude tão baixa. Será que ela pensou que poderia ficar impune. Ela foi para cama com um homem que não lhe pertencia. Por isso era pecadora.
b. Os religiosos que a trouxeram: Não é dito quando e como essa mulher foi flagrada no adultério. No entanto, os escribas e fariseus haviam se apoderado dela e a feito ficar de pé no meio de todos. Deve-se imaginar um círculo de ouvintes em torno de Jesus e um espaço vazio, no qual ela foi colocada. Normalmente, em voz alta e em tom acusador com todos os detalhas era revelada infâmia, neste caso, por estarem no Templo, os detalhes se resumiram no “foi apanhada em flagrante”. A lei era clara “Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera” (Lv 20.10). “Se um homem for achado deitado com uma mulher que tem marido, ambos morrerão o homem e a mulher” (Dt 22.22). Mas, esses homens nem estão preocupados com o pecado e o combate a ele. Para isso eles não precisariam de Jesus. O que eles queriam era colocar Jesus em dificuldade: Se Jesus recomendasse a clemência, Ele se colocaria em oposição à lei de Moisés. Se Jesus recomendasse o apedrejamento, Ele entraria em choque com a lei romana, que reserva para si o direito de aplicar pena de morte. Além disso, Jesus entraria em choque com seus próprios ensinos, pois dizia que veio ao mundo, não para julgar o mundo, mas para salvar o pecador. Então, torna-se claro que zelo que tinham não era com os mandamentos de Deus, mas, ao contrário eram motivados pela mentira e pelo ódio. Nisto consistia o pecado.
c. O homem que não veio: Ninguém adultera sozinho. Porém, o homem não veio, mas como Deus, com certeza Jesus sabia quem era e onde se encontrava. Ele como todo israelita era detentor de todos os privilégios que a Lei lhe concedia. E como homem, não soube lidar com os benefícios da Lei. Ele, desobedecendo a Lei, se deitou com uma mulher que não lhe pertencia, por isso, pela Lei também deveria ser julgado.

Quanto a isto Paulo lembrando as Escrituras escreve aos romanos: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.10-12)
Lição:
Cada pecado traz suas conseqüências algumas maiores outras menores. As conseqüências do homicídio são maiores do que a do ódio; a conseqüência do adultério e do roubo é maior do que cobiça;
Um pecado pode até ser diferente do outro, mas isso não significa que não será punido. Quanto a isso Tiago escreve: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10)
POR ISSO AS PEDRAS NÃO FORAM ATIRADAS

Segundo tema é:
2. SOBRE O PERDÃO - “todos merecem o perdão de Deus” (8-11). A difícil tarefa é perdoar. Certa vez Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, até quantas vezes devo perdoar o irmão que pecou contra mim? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18:21-22).
a. Todos que se auto-examinaram: O ódio era patente e persistente. Como Jesus poderá escapar? MAS JESUS FICA EM SILENCIO. Será que ele está em silêncio por embaraço? Ou será que “escreveu” algo significativo na areia? Com essa atitude Jesus mostra o quanto ele se considera afastado de toda a hipocrisia de seus adversários. Depois, porém, quando os inquiridores continuaram a pressioná-lo, ele se põe de pé. E agora se a resposta que faz ruir toda a trama e que subitamente transforma os adversários triunfantes em derrotados e condenados: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”. No Livro de Números Moisés delega obrigações e responsabilidades para o povo e nele o próprio Moisés pronuncia um principio que se aplica muito bem a esta história. Disse Moisés: “Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o SENHOR; e sabei que o vosso pecado vos há de achar” (Nm 32.23). Aqui todos estavam diante da responsabilidade, por isso, Jesus levou cada um a um auto-exame. Pois, quem não tem pecado?
b. Todos que reconheceram o pecado: Um a um, a começar pelos mais velhos, foram embora. Porque todos pecaram. Todos são mentirosos, acusadores, adúlteros. Os religiosos de Israel poderiam manter a fidelidade matrimonial, mas cairiam no juízo do Sermão do Monte. Pois, lá Jesus não contradiz Lei Ele AMPLIA. Uma adúltera em Israel merece a sentença de morte. Pois bem, levem a lei a sério, comecem com o apedrejamento! Porém – o primeiro dentre vocês a lançar uma pedra, seja aquele que for sem pecado! “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.” (Mt 5:27-28). Motivo pelo qual nenhum deles pode atirar a primeira pedra contra a mulher adúltera.
c. Todos que aguardaram pelo Mestre: Lembram da parábola do fariseu e do publicano. Enquanto o fariseu se auto-elogiava o publicano de longe nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: “Ó Deus, se propício a mim, pois sou pecador!”. E Jesus terminou, dizendo: Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido. Aqui também, o Senhor foi propício, pois a mulher não saiu com os outros nem fez uso da oportunidade para escapar. Poderia ter fugido, mas não conseguiu afastar-se de Jesus. Ainda não tinha ouvido a palavra do “Mestre”. Ele ainda não tinha decretado seu veredicto sobre ela. O único que poderia acusar era ele porque não tinha pecado. Porém Jesus não veio para condenar e sim para salvar. E foi isso que fez. Com amor salvou a mulher. Seu amor foi demonstrado pelo perdão. Jesus não trata o pecado levianamente, nem o desculpa. Ele tomara o pecado dela sobre si. Para Jesus prevalece nitidamente o que mais tarde Paulo expressará em tons doutrinários: “Não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Pessoas exteriormente limpas e “boas” não são interiormente diferentes que os “pecadores” manifestos, trazendo profundamente dentro de si o gérmen de todos os pecados.

Lição:
• Não houve apedrejamento e sim perdão. Os homens vieram ali para verem um espetáculo e foram embora. Eles querem ação e não silêncio. Eles queriam punição e não perdão.
• Jesus é a única resposta para o pecado. Pois, “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20).
• Ele veio para perdoar os pecados, porém, o seu perdão não autoriza o pecado. Pois, da mesma forma que ninguém tem o direito de acusar, o pecador regenerado, restaurado, justificado e perdoado por Cristo NÃO TEM O DIREITO DE PECAR. Jesus depois do perdão não da nenhuma certidão de que autoriza o pecado.

POR ISSO JESUS DISSE: VAI E NÃO PEQUES MAIS

Deus abençoe - Pr Saulo César



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A HISTÓRIA DE JÓ


O livro de Jó inicia com a seguinte informação: “Havia um homem na terra de Uz e o seu nome era Jó” (Jó 1.1). A partir daí recebemos a informação de que Jó era um homem justo reto e temente a Deus. Toda a sua moralidade e espiritualidade tinham reflexo na sua vida. Jó tinha uma família abençoada, possuía grandes riquezas e tão integro que Deus usou sua vida como exemplo de bom testemunho diante de Satanás: “Observaste o servo Jó como é integro”. Mas, a história se Jó não termina aqui. Aqui foi só um belo começo.
Em breves cenas vamos analisar alguns episódios da vida de Jó.

A primeira cena:
1. AS AFLIÇÕES DO JUSTO (1.6-2.10). Em alguns casos, o sofrimento pode ser usado por Deus para disciplinar o homem que está em pecado. Porém, no caso de Jó é diferente, ele estava bem com Deus. Portanto, ao contrário de Deus que usa as adversidades para fortalecer seus servos, Satanás as usa para afastar Jó de Deus. Pois, enquanto que Deus dá vida abundante o Diabo quer matar, roubar e destruir.
JÓ FOI PERSEGUIDO PELO ACUSADOR
a. Ele perdeu todos os bens;
b. Ele perdeu todos os filhos;
c. Ele perdeu toda a saúde;

Sua resposta ao diabo foi: “Nu sai do ventre da minha mãe e nu voltarei”.
Jó continuou firme. Através da sua firmeza ele nos ensina que a presença de Deus na vida do justo, traz mais conforto e alivio, do que os seus favores e as suas bênçãos.

A segunda cena:
2. A ESPERANÇA DO CRENTE (19.14-27). A esperança faz com que o crente adore a Deus em toda e qualquer circunstância, de livre espontânea vontade e sem necessidade de troca. Os sofrimentos não devem ser motivos para afastar o justo de Deus e sim para enchê-lo de esperança, pois, dias melhores viram. Foi essa esperança que Jeremias teve quando disse: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21-24).
JÓ CHEIO DE ESPERANÇA AGUARDAVA SEU LIBERTADOR
a. Mesmo desamparado pelos parentes;
b. Mesmo desonrado pelos servos;
c. Mesmo desfigurado pela doença;
Sua base de fé foi: “Porque eu sei que meu Redentor vive”.
Jó estava preso na armadilha do acusador, mas tinha plena convicção no seu “resgate”. Com sua atitude Jó nos ensina que o Senhor está no controle e que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).

A terceira cena:
3. O TRIUNFO DO FIEL (42.1-17). Paulo escrevendo à Igreja de Corinto diz: “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2Co 2.14). Através da vida de Jó Deus exalou a flagrância do seu conhecimento. Nas suas palavras Jó deixa claro que Deus o conhecia, mas ele não conhecia a Deus. Pois, apesar de toda sua integridade e justiça ele ainda não havia compreendido tanto a grandeza como os planos de Deus Dele para sua vida. Baseado nesta falta de entendimento ele revela: “Por não Te conhecer como deveria eu falava o que não entendia” e “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos. Por isso, estou envergonhado de tudo o que disse e me arrependo, sentado aqui no chão, num monte de cinzas” (Jó 42:5-6).
JÓ AGORA ERA O ABENÇOADO DE DEUS
a. Ele foi restaurado na vida espiritual;
b. Ele foi restaurado na vida material;
c. Ele foi restaurado na vida familiar;
Sua maior recompensa foi: “Eu Te conhecia só de ouvir, agora meu olhos Te vêem”.
Jó entendeu que, apesar de ser justo e temente a Deus, faltava-lhe ainda o conhecimento de Deus e a intimidade com ele. Agora num nível mais elevado, o tempo passado lhe trazia vergonha e arrependimento. Foi baseado neste conhecimento que Deus alertou o povo em Oseias: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos” (Os 6.6).
CONCLUSÃO: Com Jó aprendemos que maior triunfo do crente não é a restituição dos seus bens ou dos seus entes queridos que se foram, mas sim, um conhecimento maior de Deus; uma maior comunhão com Deus e uma certeza de que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus;

Deus abençoe: Pr Saulo César

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

É NATAL! JESUS NASCEU!


É Natal, Jesus Nasceu! “nas trevas resplandeceu a luz”. Eis que, de repente, os anjos surgiram nos céus louvando a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas” (Lc 2.14a). Na sua adoração os anjos cantam que, junto de Deus, nas alturas, existe uma glória incomparável, e através de Cristo esta glória é manifestada aos homens.


Mas, os anjos também cantam para que haja “paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.14b). Com esta parte do cantico aprendemos que a paz só é possível com Cristo. Jesus é a nossa paz. O homem, por causa do pecado, nunca provou da plena paz. Mas, o Pai a trouxe por intermédio do Filho. Portanto, aqui não é mencionado o bom comportamento, nem a boa vontade do homem, mas, a boa vontade e o grande amor de Deus pelo homem. Assim, a glória de Deus e a paz de Deus só podem ser ser vistas no homem, se Cristo estiver com ele.

Com Cristo no coração tenham todos um Feliz Natal.

Pr Saulo César

sábado, 26 de novembro de 2011

A FORNALHA DE FOGO


■  O salmo 121, lido no início pelo dirigente do culto, era um dos cânticos cantado pelo povo durante a caminhada para o templo. Nele o salmista contempla e exalta a guarda e a proteção de Deus. Spurgeon diz que pelo constante reaparecimento da palavra “guardar”, podemos chamar este cântico de “um Salmo ao guarda de Israel”. Nele o salmista diz: “O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre” (Sl 121.1-8).
■“Quando Sadraque, Mesaque e Abede-Nego estavam diante de Nabucodonosor, rei da Babilonia, e foram questionados se iriam se prostrar e adorar a imagem de ouro feita por ele, sob pena de serem lançados na fornalha de fogo ardente, eles disseram: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Dn 3.15-18)
Quero compartilhar três certezas que os jovens tinham para chegarem a esta conclusão:

Primeira certeza:
1. O SENHOR NÃO ESTÁ NESTA CAUSA (1-12).
a. Esta causa não é nossa causa;
• Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, apesar de serem jovens e sonhadores e apesar de estarem ocupando cargos importantes na Babilonia, eles não se deixaram levar pela maioria.
• Eles poderiam estar num outro país. Poderiam estar trabalhando para o rei daquele país. Porém, ainda eram judeus. Portando, conhecedores da Lei de Deus.
Eles entenderam que Deus não estava naquilo. Havia na lei a proibição de não adorar ou prestar culto a outro Deus a não ser ao senhor. Portanto Nabucodonosor queria se engrandecer.
b. Portanto, não participaremos desta causa;
• Depois de tomarem conhecimento da estátua; depois de serem convocados; depois de ouvirem o anuncio feito pelo arauto; depois de saber da punição para quem que não se prostrasse; depois de verem que todos se renderam a imagem (Vs 1-7).
Eles estavam decididos: Mesmo que todos se prostrem e adorem a imagem. Mesmo que o rei fique furioso e nos demita do cargo. Mesmo que sejamos jogados na fornalha ardente.
SABEMOS QUE ISSO É ERRADO. ISSO DESAGRADA A DEUS! PORTANTO NÃO PARTICIPAREMOS!

Segunda certeza:
2. O SENHOR É A NOSSA CAUSA (13-18).
a. As mãos do rei podem ser fortes;
• Rick Warem escreveu em um dos seus Livros: “Se você é crente, Satanás não pode obrigá-lo a fazer coisa alguma. O máximo que ele pode fazer é sugerir”. Então quando o rei disse: “quero ver o Deus que pode livrá-los da minha mão?” Eles preferiram se entregar nas mãos de Deus.
• Assim como os apóstolos quando foram advertidos disseram: “nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 4.20, 5.29), eles também preferiram servirem e obedecerem a Deus.
b. Mas, se nosso Deus quiser, Ele nos livrará;
• Jesus disse das crianças: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” (Mateus 18.2-4).
• Eles se fizeram e reagiram como crianças: “Meu Pai é o maior. Meu Pai é mais forte”. Eles descansaram em Deus como Crianças: “Como criança desmamada” Israel deveria se aquietar e esperar em Deus (Sl 131);
PORTANTO, A CAUSA DELES ERA A CAUSA DE DEUS.

Terceira certeza
3. O SENHOR DEFENDE A NOSSA CAUSA (19-30).
a. Ele nos guarda na fornalha ardente;
• O profeta Isaias falando ao povo israelita a respeito de Deus a diz: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” (Is 43:1-2).
• Paulo escrevendo a igreja de Roma diz: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
• Assim como o arauto proclamou, assim também o salmista proclama em alto e bom som: “O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre” (Sl 121.7-8).
b. Para que seu nome seja louvado;
• Jesus, assim que foi avisado sobre a doença de Lazaro disse: “Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, porque através dela o Filho de Deus será por ela glorificado” (Jo 11.4). Quando chegou Lazaro já estava morto a quatro dias. Porém. Ao ordenar para que tirassem a pedra, avisado por Marta que o irmão já cheirava mal por estar morto a quatro dias, ele responde: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?”;
• Jesus, caminhando pelas ruas de Jerusalém, foi questionado se um cego era cego pelo pecado da mãe ou do pai, ou pelo pecado dele mesmo, Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.3).
Assim como Deus permitiu que o inimigo tocasse e ferisse a Jó, para mostrar que independente qualquer coisa, Jó não o deixaria, assim também, através dos jovens judeus o NOME DE DEUS FOI GLORIFICADO.
Deus não os livrou da fornalha, mas na fornalha, PARA QUE SEU NOME FOSSE GLORIFICADO, pois Nabucodonosor precisava ver que havia um Deus incomparavelmente maior que ele.

Deus seja louvado
Pr Saulo césar

Conselhos para Casais


Disse Jesus: “… e todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína” (Mt 7.24-27).
Antes que a casa caia
Vamos considerar alguns princípios que poderão ajudar a tranqüilizar e solidificar o casamento:

1. CASAMENTO NÃO COMBINA COM INDEPENDÊNCIA (1Co 7. 2-5).
As pessoas independentes são aquelas que entendem que podem fazer tudo sozinhas, sem ajuda, compromisso e prestação de contas.
O sintoma é do “EU”.
Eu sei o que faço.
Eu sou responsável pelos meus atos.
Eu tenho certeza das coisas que faço.
Eu sei escolher o melhor para minha vida.
■ Muitos se casam somente para saírem de casa. Outros porque todos se casam. Alguns porque já namoram há bastante tempo. Mas, estas motivações são erradas, elas não são fortes o suficiente para manter um casamento. Mas, no casamento, ao contrário dos que muitos pensam, a intenção de Deus é que, o homem e sua mulher começarão uma vida de relações íntimas que trarão prazer para os dois.
■ O bom marido vai se preocupar em satisfazer sua esposa, e ela, por sua vez, satisfazer a seu marido. Assim aqueles que respeitam a vontade de Deus, não podem admitir a possibilidade de se envolverem sexualmente com outras pessoas (1Co 7.3-5). “O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido” (1Co 7.3).

2. CASAMENTO NÃO COMBINA DEPENDÊNCIA (1Co 12.14-19).
As pessoas dependentes são aquelas que precisam das outras para conseguir o que desejam.
O sintoma é do “EU NÃO POSSO”.
Se você não for eu não vou;
Se você não fizer eu não faço;
Sem você eu não sei viver;
Se você morrer eu morro.
■ Paulo dá um conselhando os crentes de Corinto diz: em relação a Igreja: “Se todo o corpo fosse olho, como poderíamos ouvir? Se todo corpo fosse ouvido, como poderíamos cheirar? Assim, Deus colocou membros diferentes no corpo, conforme sua vontade. Pois, se todos fosse um só membro, onde estaria o corpo?” (1Co 12.14-19).
■ Aplicando ao casamento; se os conjuges gostassem de fazer a mesma coisa, como ficariam as outras coisas necessárias? Por isso, para que o casamento pudesse ser completo, Deus criou um diferente do outro.
■ Assim também, a sobrevivência do casamento reside no convívio dos cônjuges, com as suas diferenças. Sendo assim, a unidade do casamento não significa uniformização! Pois, cada cônjuge possui algo que gosta de fazer e que sabe fazer bem. Sendo assim, não é necessario os dois fazerem a mesma coisa ou obrigatoriamente estarem envolvidos mesmo trabalho. Se não fizer o outro faz. Se um não vai o outro vai.

3. CASAMENTO COMBINA COM INTERDEPENDÊNCIA (Ef 5.22-33).
As pessoas interdependentes combinam seus esforços com os esforços dos outros para conseguirem um resultado muito melhor.
O sintoma é do “NÓS PODEMOS”.
Nós podemos fazer isso;
Nós podemos cooperar nisso;
Nós vamos unir nossos talentos para construirmos isso;
Nós construiremos algo bom e maior.
Na matemática convencional 1 + 1 = 2 na espiritual 1 + 1 = 1. Mas, para que cheguem a este resultado, os cônjuges devem passar por um teste rigoroso. Sua aprovação dependerá da aplicação do princípio: “subordinação através do amor”.
■ Paulo diz as esposas: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor” (Ef 5.22-23). Assim, em sua essência, a subordinação ao marido corresponde à subordinação, ao Senhor.
■ Paulo diz aos maridos: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,” (Ef 5.25). Por isso, o marido deve basear sua conduta igual a de Cristo em relação a sua igreja. Nesta relação não havia opressão, mas amor e sacrifício.

Conclusão: Muitos problemas domésticos, aparentemente sem solução encontrariam solução se estes princípios fossem aplicados. Porém, infelizmente muitos casais ao invés de buscarem satisfazer seus cônjuges buscam a auto-satisfação. Infelizmente, muitos casais invés de se aconselharem com Deus, na sua Palavra e com pessoas de Deus, procuram conselhos em lugares e com pessoas que não conhecem a Deus. Por isso, muitos casamentos estão se acabando. Por isso, muitas casas estão ruindo.

Pr Saulo César.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Licões do Livro de Jó

Dizem que é em momentos de dificuldades que se conhece o verdadeiro homem. Mas, na maioria dos vezes, queremos provar que somos homens vencendo e não sofrendo. Como temos lidado com o sofrimento? Como temos agido nos momentos de tribulação? Além de nos ensinar a conviver com o sofrimento, o livro de Jó também nos ensina vários princípios. Quero compartilhar alguns deles.


1. O sofrimento pode ser usado por Deus para disciplinar o homem que está em pecado. Porém, nem todo o sofrimento é causado pelo pecado;

2. Com o sofrimento do justo Deus mostra ao Diabo que pode existir um ser criado por ele que o adore em toda e qualquer circunstância, de livre espontânea vontade e sem necessidade de troca.

3. Enquanto que Deus dá vida abundante o Diabo mata, rouba e destrói. Ao contrário de Deus que usa as adversidades para fortalecer seus servos, Satanás as usa para afastá-los de Deus;

AOS AFLITOS E ATRIBULADOS ASSIM DIZ O SENHOR: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10).

Que o Senhor te abençoe, te de forças e te guarde nos momentos difíceis.

Pr. Saulo César

sábado, 22 de outubro de 2011

O PATRIARCA JACÓ


Na história bíblica os altares sempre tiveram um papel muito importante no relacionamento entre o Deus Santo e o homem pecador.

O altar era um lugar do encontro sagrado. Eles eram levantados como um marco para testemunhar um encontro, uma promessa ou uma vitória dada por Deus ao homem.
O altar era o lugar do culto solene: Nele o homem fazia suas ofertas e seus sacrifícios. Através dele Deus se aproximava do homem e o homem se aproximava de Deus. Diante dele o homem ouvia a voz de Deus e Deus ouvia a voz do homem.
O altar era o lugar de rendição incondicional: Onde o homem totalmente rendido e humilhado firmava seu compromisso com Deus e sua suprema vontade.

Jacó levantou vários altares durante a sua vida. Todos eles representaram experiências que ele teve com Deus. Hoje quero analisar dois deles

1. O altar do compromisso (Gn 28.18-22).
De um fugitivo que teve um encontro com Deus
• Para ganhar a benção do irmão mais velho (Esaú) Jacó havia enganado seu pai (Isaque) se fazendo passar pelo irmão, com isso, com medo de ser morto pelo irmão teve que sair de casa. Foi uma fuga triste — por causa da mentira ele teve que deixar tudo que tinha: seus bens, seus sonhos e sua família. Para trás ficavam tudo que ele tinha de mais valioso e pela frente, só Deus sabia o que o aguardava.
• Depois de uma longa caminhada, pois o local em que se encontrava era mais ou menos 100 Km de onde tinha partido, já estava escurecendo, então ele parou para descansar e passar a noite. No lugar que parou teve um sonho. No sonho ele viu uma escada que saia da terra e tocava o céu; e os anjos subiam e desciam por ela. Naquela noite Deus se colocou ao seu lado e lhe fez promessas (13-15).
• Jacó acordou naquela manhã com um desejo imenso de se entregar, de se declarar àquele que já não era mais um Deus distante, um Deus que só conhecia pelas histórias contadas pelo avo e pelo pai, agora Deus se tornava presente em sua vida. Disse ele: “Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia. Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus”. Em outras palavras o que Jacó quis dizer: “Este lugar deve ser respeitado, pois aqui Deus ele se fez presente, daqui pude ver o céu”. Então de fugitivo Jacó se tornou comprometido.
Foi ali que Jacó ergueu seu primeiro altar.
O altar da rendição da conversão e do senhorio de Deus.

Ele fez do travesseiro o altar: A pedra que antes era apenas um travesseiro, ele a santificou com azeite e a transformou num altar;
• Ele fez do lugar onde estava, a Casa de Deus: A cidade que se chamava Luz passou a se chamar Betel a casa de Deus.
Ele fez daquele momento um culto: E diante do altar na casa de Deus ele fez um pacto com Deus (20-22).

2. O Altar do Concerto (Gn 35.1-7).
De um homem que estava distante
O cap. 34 enumera vários erros de Jacó:
Ele armado sua tenda perto de um povo mundano: Jacó ao invés de ir para as terras de pai Isaque de onde ele tinha saído há 21 anos atrás e pra onde Deus ordenara que ele voltasse, ele armou sua tenda perto de um povo mundano.
Ele não cuidou da filha permitindo que ela tivesse amizades com as moças daquela terra: Diná teria aqui entre 14 a 15 anos. No mundo que vivemos, qualquer pai que se preocupa com sua filha ou filho quer saber aonde vão e com quem andam. Isso deve ser pratica dentro de nossas casas. Agora imaginem naquela época. Uma menina de aproximadamente 15 anos, de família tradicional, visitando meninas que não tinham nada a ver com sua religião e sua cultura. Jacó expôs sua filha ao perigo. Um rapaz a viu, a desejou e a violentou.
• Ele permitiu que os filhos tomassem a frente na negociação: Quando Jacó soube do problema, calou-se e esperou que seus filhos voltassem do trabalho; Até aí não podemos condená-lo, pois está atitude foi louvável, mostra a sua maturidade em não tomar atitude precipitada e a de resolver problemas em família. Mas daí deixar que seus filhos tomassem a frente da negociação é uma longa distancia. Os filhos ao tomarem a frente negociaram um acordo com pessoas mundanas. Um acordo que ia contra a vontade de Deus, pois era com interesses materiais. A circuncisão sempre foi um ato que exteriorizava a comunhão do povo com Deus. E ao fazerem o acordo eles usaram um ato sagrado para satisfazerem seu ego.
Ele se omitiu diante da maldade praticada pelos filhos: Os filhos de Jacó depois de agirem sem pensar praticaram uma ação mais reprovável ainda. Maldosamente mataram os homens indefesos, saqueando e escravizando seu povo. A única repreensão de Jacó foi queixar-se que o comportamento violento de seus filhos tinha-o exposto ao perigo, e que isso o tornara mal visto pelos outros ocupantes das redondezas.
Antes era só Diná que estava envergonha agora era toda a família. Jacó havia perdido o controle da sua casa. Sua família estava corrompida pelo pecado. E logo os moradores da terra ficariam sabendo, e viriam contra eles e os arrasariam. Mas nem tudo está perdido, existe um caminho de volta. “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.” (Is 30:21).

Então Deus mostrou o caminho para ele seguir “Sobe a Betel” disse Deus a Jacó: "Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da presença de Esaú, teu irmão” (35.1)

Poderia dar a este altar vários nomes como: O Altar do Reencontro - O Altar da Renovação - O Altar do Recomeço; O Altar da Restauração; O Altar da Reconciliação; mas, preferi dar o nome de o Altar do concerto

Porque Betel significa a “casa de Deus”. E voltar para Betel era o melhor caminho para Jacó. Betel representava mudança de direção e de vida.
• Porque Jacó teve que ter atitude de pai de família: Já nos primeiros versículos do capítulo 35 vemos um Jacó mais ousado. Um Jacó que queria retomar sua posição diante de Deus e de sua casa.
Porque ele teve que tirar os ídolos da sua casa. Havia na casa falsos deuses trazidos por Raquel da casa de seu pai. Até então, Jacó os tinha tolerado. Porém o mal que toleramos pode ser a nossa ruína. Quantos estão na ruína porque se esquecem dos compromissos firmados com Deus. Quantos querem Deus, mas, não querem abrir mãos dos seus pecados? Quantos não têm recebido as bênçãos de Deus porque não abrem mão dos seus pecados.
Porque ele teve que santificar sua casa. Jacó sabia que era preciso se purificar para chegar diante de Deus. Ele e sua família haviam tomado a forma do mundo como molde para as suas vidas. Mas, para mostrar sua pureza a família teve que trocar as roupas velhas por roupas novas. Pois, o exterior deve refletir a pureza interior.
Porque ele teve que subir a Betel. Não adiantava apenas trocar as vestes, pois isto seria apenas uma fachada. E o que Deus queria deles não apenas uma mudança de roupa, mas uma mudança de atitude. Subir a Betel, em nosso contexto representa se unir a uma igreja. Não nos referimos aos templos de tijolos, mas ao conjunto dos salvos. Aquele que tem ou deseja um compromisso com Deus, deve se unir aos que da mesma forma servem ao Senhor.
Porque ele teve que construir um novo altar. Muitas vezes os altares que construímos são esquecidos ou então se desmoronam. A vida de Jacó não estava boa diante de Deus, por isso ele teve que reconstruir o altar. “E edificou ali um altar e ao lugar chamou El-Betel; porque ali Deus se lhe revelou quando fugia da presença de seu irmão” (Gn 35.7)

CONCLUSÃO: Jacó estava desprotegido, os povos da terra queriam matá-lo. Deus o protegeu do perigo (35.5). Jacó estava contaminado e Deus o restaurou (9-10). Ele havia sofrido a má influência dos vizinhos, por teve que ser restaurado. Ele precisou ser lembrado que seu nome havia mudado. Não era mais Jacó e sim Israel. Jacó significa: pegar no calcanhar, "o enganador"; Israel “Deus prevalece”.

Deus abençoe
Pr Saulo César

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O BOM PASTOR


O capítulo 10 de João é um dos mais conhecidos e lidos de todo o evangelho. Ele dá continuidade ao principio que Jesus estabeleceu no capítulo 8 quando diz: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32) e também como uma advertência aos religiosos da época, pois ao expulsarem o cego de diante deles (Jo 9.34), revelaram a incompetência de serem guias espirituais daqueles que estão necessitados.
O texto lido (Jo 10.1-18) pode ser dividido em duas partes:

1. Uma Lição do Mestre (1-6) - para o melhor entendimento
a. Jesus testemunha a verdade: Parece que João gostava muito da expressão “em verdade em verdade vos digo” ou “te digo”, pois nas 22 vezes que ela é citada, todas estão todas estão no seu no evangelho. Fato é que “em verdade” não é outra palavra senão o conhecido e memorável “Amém”, uma das palavras mais conhecidas do discurso humano. O “amém” está diretamente relacionado com o "certamente" o "verdadeiramente" o "assim seja" e o "é assim". O ‘amém, indica validação, absoluta confiança e convicção no que foi é será pregado. Jesus, ao se apresentar a Igreja de Laodicéia em Ap 3.14, se intitula o “AMÉM”, ou seja a Palavra Verdadeira e Incontestável. Com o “em verdade em verdade vos digo” ou “Amém, Amém” enfatizando duplamente a verdade, Jesus quer dizer aos seus ouvintes: “Podem confiar no que vou lhes dizer, pois é verdadeiro”. Esta convicção foi confirmada por Paulo ao escrever a Timóteo: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação” (1Tm 1.15).
b. Sobre um contexto conhecido: A forma de pastorear ovelhas na época de Jesus era diferente da que conhecemos. Na época as ovelhas, de diversos proprietários, eram mantidas a céu aberto em locais apenas cercados por pedras. Nesses locais, principalmente à noite, era colocado um portão e nele um vigia, chamado de “porteiro”, para vigiar e permitir o acesso somente daqueles que eram autorizados à presença das ovelhas. Assim quem entra pela porta é somente o “pastor” das ovelhas e para este o porteiro abre a porta, pois o reconhece como autorizado ao acesso do “pátio interno”. Do pátio afora os animais eram conduzidos pelo pastor para as boas pastagens e para saciarem sua sede nas águas tranqüilas (Sl 23). Fora do pátio o pastor deveria estar disposto a lutar por suas ovelhas, pois além da cerca elas estavam expostas aos ataques de animais selvagens, e para isso ele tinha que empenhar a própria vida.
c. Mas, que não foi compreendido: Para a história ser entendida e aplicada entre eles era necessário que se identificassem com ela. No entanto, para eles entenderem e aplicarem o ensino do Mestre, eles tinham que mudar seu modo de pensar e agir. E isso era difícil. Porque, apesar da vida pastoril ser bem conhecida e familiar para todos, ao ser contada por Jesus, ela trouxe a memória deles o pecado e a culpa. Pois, de um lado havia os mestres rabinos que, ao fazerem e aplicarem sua leis injustas e discriminarem os pobres e necessitados, se portavam como ladrões de ovelhas; de outro lado temos o povo que não ouvia e não seguia o verdadeiro pastor. Ao contrário, ouvia, dava crédito e seguia o falso. Aquele que não foi autorizado. Aquele que pulou a cerca.
Por isso, fecharam o acesso ao coração para a lição do Mestre. Eles não entenderam, não porque era complicado, mas porque estavam no pecado e culpa doía a alma de todos.

Vamos a segunda parte do texto:
2. Uma explicação necessária (7-18) - para esclarecer as dúvidas
a. Sobre quem é o ladrão: Já que não entenderam, por mais claro que Jesus procurou ser, a partir de agora ele passa a identificar os personagens envolvidos na história. Ele alerta sobre a existência do ladrão e salteador e os perigos que ele traz as ovelhas. Mas, quem é esse ladrão? O ladrão é aquele que o porteiro não reconhece. O ladrão é aquele que, para ter acesso às ovelhas, não entra pela porta, mas salta a cerca. O ladrão é aquele que têm más intenções. Seu objetivo é roubar, matar, destruir. O ladrão é aquele o mercenário que abandona as ovelhas quando surgem os perigos. O ladrão aquele que vem até as ovelhas sem o consentimento de Deus pelos seus próprios interesses. Aqui, o ladrão não é somente o Diabo que mata rouba e destrói as almas assaltadas e presas por ele, mas também aqueles que alimentam falsas esperanças nos corações sofridos falando o que Deus não falou e prometendo o que Deus não prometeu. São aqueles usurpam os bens dos necessitados dizendo que somente assim poderão participar das bênçãos. São aqueles que colocam pesados fardos sobre o rebanho de Deus e assim levam os mais fracos a se desviarem do caminho.
b. Quem é o verdadeiro pastor: Quem é esse Pastor? Ele é Jesus!! Jesus é a porta: A porta, além de simbolizar o acesso legal tem a ver com a proteção e a salvação das ovelhas; Sendo a PORTA Jesus é a entrada legal. O autorizado. Ao ser a porta de acesso as ovelhas ele é proteção; ao ser a que da acesso ao Pai ele é salvação. Em relação a isso Pedro proclama: “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Ele é o bom pastor: Às vezes, ao nos referirmos a um bom médico, não falamos somente da sua eficiência e da sua habilidade como médico, mas também à simpatia, a bondade e a gentileza que trata seus pacientes. Mas, quando se diz que Jesus é o bom deve-se entender que nele há algo mais que eficiência, mais que fidelidade, mais que simpatia. Como o bom pastor ele vai além ele é pleno em poder, força, beleza e amor. Assim como Ele e o pai tem intimidade assim também Ele conhece suas ovelhas intimamente. Ele as chama pelo nome e vai adiante delas conduzindo-as pelo bom caminho. Jesus dá as ovelhas vida abundante: Ele afirma que veio para que os homens tivessem vida com abundância. A expressão “que a tenham em abundância no grego significa ter superabundância de algo. Ou seja, seguir a Jesus, significa ter uma vida abençoada na terra e eterna no céu. Ele dá vida pelas ovelhas: Para o pastor, o arriscar sua vida por seu rebanho, era algo natural. Mas, às vezes o pastor tinha que fazer algo mais que arriscar sua vida, ou seja, ele devia entregar sua vida por elas. Isto acontecia em particular quando os ladrões e os salteadores se aproximavam para atacar o rebanho (conf. 1Sm 17.34-36). Da mesma forma Jesus deu a sua vida por nós. Enfim, Jesus é o autorizado do Pai. Ele é o enviado para ser o Pastor do Rebanho. Mas, existem ovelhas que ainda não pertencem ao seu rebanho, e estas, pelo seu grande amor, ele ainda vai buscar e então haverá um só rebanho e um só pastor.
c. E quem são suas ovelhas: Afinal quem são as ovelhas verdadeiras? Se exigimos e buscamos o verdadeiro pastor; porque muitas vezes não nos portamos como ovelhas verdadeiras? Porque não ouvimos a voz do pastor? Porque não o seguimos? Porque, muitas vezes, queremos seguir adiante sem ele? Porque, muitas vezes, queremos que feche os olhos ou tape os ouvidas para coisas que fazemos e falamos? Disse Jesus: “vocês não crêem porque não são minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.26-27 NTLH). Em outro texto Jesus diz: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, e separará os cabritos das ovelhas; colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à esquerda; então, dirá aos da direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo...Então, o Rei dirá também aos da esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.31-41).
Em suma, as ovelhas verdadeiras não dão ouvidos para o ladrão; elas conhecem seu pastor; elas reconhecem a voz do seu pastor; elas dão ouvido ao que diz seu pastor; elas seguem o seu pastor;

Deus abençoe – Pr Saulo césar

sábado, 13 de agosto de 2011

“Está Consumado”

NÃO DESISTA
Jo 19.28-30
Em geral desistimos com muita facilidade dos nossos sonhos e compromissos. Nas lutas que travamos nem sempre vencemos, mas precisamos lutar sempre. Infelizmente nossa tendência é desistir cedo demais, tanto nos menores quanto nos grandes projetos. Seja numa faculdade não concluída; num emprego abandonado; um ou numa igreja que não me enquadro. Será que fazemos parte do enorme contingente de desistentes ou estamos no pequeno grupo de persistentes. Quero encorajar você a permanecer firme e nunca desistir. Jesus depois de suar gotas de sangue no Getsêmani aceitou a vontade do Pai e não desistiu. Você pode imaginar o grito da cruz? Em cima o céu estava escuro, em frente homens zombando, ao lado dois ladrões gemendo e por dentro muita dor. Então, Jesus tira do pulmão o último suspiro, num esforço sobre-humano empurra os pés sobre o prego e grita: "Está consumado!" Você está prestes a desistir? Não faça isso. Ouça o conselho de Tiago: “Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1.12).
Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande

Conheço as tuas obras, o teu labor e a tua perseverança

A IGREJA VERDADEIRA
Ap 2.1-7
Qual seria a igreja que melhor representa a vontade de Deus na terra? Quando olhamos para o ensino bíblico vemos que a verdadeira igreja não está debaixo de uma placa ou modelo, mas sim, composta de pessoas que foram compradas e lavadas pelo sangue de Cristo. Na carta à Igreja de Éfeso encontramos algumas características desta igreja. Primeiro a Igreja verdadeira tem Cristo como Senhor. Pois, apesar de Éfeso ser uma grande cidade, não foi a força econômica, nem o dinamismo da igreja, nem tampouco a sabedoria e o empenho de Paulo que fizeram de Éfeso uma Igreja Verdadeira. Mas sim, que Cristo era o Senhor da Igreja. Vemos também que a Igreja verdadeira é conhecida de Cristo. O próprio Cristo declara que conhece cada uma das suas igrejas. E por ter o conhecimento de tudo que se passa, ele pode aprovar ou desaprovar suas atitudes. Por último a Igreja verdadeira é fiel até a morte. Jesus diz: “sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida”. O Senhor não está indiferente às atividades de sua Igreja. Ele aprova o bem, repreende o mal e coroa os vencedores. Que tal fazer parte desta igreja.

Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande

AS MÃOS DE DEUS

Is 40.12-31

“Quem na concha da mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos?” (Is 40.12)

O Senhor, através do profeta Isaias, pergunta ao seu povo: “Quem mediu as águas na concha da sua mão e com palmos definiu os limites do céu?” Naquele tempo Deus falava com um povo cuja confiança era semelhante à de muitos cristãos de hoje. Haviam muitos desanimados, amedrontados e desesperados. Esse estado de espírito no coração do crente e as lutas que ele enfrenta no seu dia a dia causam dor, tristeza e abatimento. Agora vejam como Deus, por meio do profeta argumenta com seu povo: “Quem jamais calculou o peso do pó da terra e pesou na balança seus montes e colinas?” Deus pergunta: “Será que alguém faria melhor ou até mesmo igual?” As respostas para as nossas questões, aflições, medo e desanimo, muitas vezes, são respondidas pelo Senhor. O problema é que, quando passamos por dificuldades, ao invés de buscarmos a resposta na sua Palavra, ficamos somente no questionamento e, por isso, não somos aliviados. Devemos saber que “a mão do SENHOR não está encolhida para que não possa salvar e que também me cerca por trás e por diante e sobre mim põe a sua mão” (Is 59.1 - Sl 139.5).

Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande

QUEM SERÁ CONTRA NÓS

SE DEUS É POR NÓS
Rm 8.31-39

Ao fazer a pergunta, “Se Deus é por nós que será contra nós?” (Rm 8.31), temos que considerar os dois lados envolvidos nesta questão. Aquele quem está ao nosso lado para nos ajudar e nos fortalecer e o inimigo que tenta nos enganar e nos destruir. Vamos comparar? Primeiro analisaremos quem quer nos ajudar. Este é Deus. O Senhor criador de todas as coisas. Que fez os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há. (Sl 146.6). Que triunfou sobre os cavaleiros do Egito lançando-os no mar (Ex 15.1). O Senhor que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos pecados (Ap 1.5). O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16). Agora vamos analisar nosso opositor: Ele é o ladrão que vem para roubar, matar e destruir que não entra pela porta, mas pula a cerca (Jo 10.1-10). É nosso adversário, que anda ao redor, como um leão, procurando uma brecha para nos devorar (1Pe 5.8). Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, por ser o pai da mentira nele não há verdade (Jo 8.44). Mas aquele que é por nós aconselha: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). Porque maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo (1Jo 4:4).
Pr Saulo César da Silva - ICE Campo Grande


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Salmo 2


Quando lemos o salmo 2 devemos ter em mente que os fatos nele citados é contado de forma poética e que pode ser aplicado tanto de forma literal ou figurada. Por isso, podemos considerar que toda a historia narrada nele é baseada em momentos históricos pelos quais Davi, o autor do salmo, passou, mas também, de forma figurada, podemos considerar que aqui relata muito sobre aquele que Davi tipificou, ou seja, fatos da vida que Jesus, o descedente de Davi, passou e passará(conf Lc 1.30-33).
Podemos dividir o salmo em três perspectivas diferentes

Primeira Perspectiva:
ACONTECE NA TERRA (Vs 1-3)
NA REBELIÃO UNIVERSAL
Quando os homens imaginam coisas vãs e os lideres da terra se rebelam contra Deus e seu Ungido: Aqui vemos os gentios, pessoas que não conhecem e não amam a Deus, enfurecidos promovendo rebelião e se amotinando contra o Senhor e sua Lei. Vemos o mundo organizado de forma deliberada em oposição ao governo de Deus. Vemos a loucura, a agitação e a futilidade dos povos numa correria louca e vã. Vemos a ira das nações que se manifesta nas guerras e nas revoluções. A ira dos indivíduos que se manifesta na inveja, nas brigas, nos roubos e nas mortes. Pessoas que matam por quase nada e justificam suas maldades em argumento banais. Aqui vemos uma rebelião universal. Homens loucos que querem se desvencilhar de Deus, de seus mandamentos e de seus propósitos e para isso se justificam dizendo que Deus é um ditador maldoso. Homens que considera a Palavra de Deus algemas e laços para serem rompidos. Vemos que este estado de fúria acontece desde a entrada do pecado no mundo. Vem deste o povo rebelde que viveu antes do dilúvio e se estendeu depois na construção da Torre de Babel. Fúria e loucura vã que passou também por governos e governantes cruéis como os faraós do Egito, os imperadores romanos e pelo nazismo de Hitler.
Hoje, muitas pessoas continuam com a mesma opinião sobre Deus e sua Palavra. Olham para a Bíblia como um livro de restrições que estraga o prazer da vida. Não entendem que seu próprio pecado é quem escraviza e não aceitam a libertação de Deus. Vivem em total rebelião contra Deus e seu Ungido.

Segunda Perspectiva:
ACONTECE NO CÉU (Vs 4-5)
NA INDIGNAÇÃO DIVINA
Quando o Senhor do céu contempla a loucura humana, porém, no tempo certo agirá com justiça e poder: Aqui vemos a diferença fundamental entre a perspectiva da terra e a do céu. Da terra vemos a loucora, a rebeliaõ e a futilidade e o céu a razão, a justiça, a imutabilidade e a força. Vemos o Todo Poderoso contemplando e reagindo diande de toda a pretenção, loucura do homem. Diante de tudo isso, no verso V.4 vemos: "Ri-se Aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles". Pois, ao contemplar, só resta mesmo ao Senhor rir e zombar desta absurda e louca afronta. O Senhor "Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá". Este tempo significará o fim da aparente liberdade do homem e o estabelecimento, na terra, de todo o propósito divino. Tão certo será este tempo, que Deus deu às nações e aos povos rebeldes um tempo longo, para que todos os planos, objeções e resistências em relação a Ele estivessem amadurecidas e fortificadas. Então, na plenitude dos tempos, Deus intervirá com força e poder.
Então todos verão a ira de Deus que “se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm 1.18).

Terceira Perspectiva:
ACONTECE NA ETERNIDADE (Vs 6-12)
NA SOBERANIA DO CRISTO
Quando o Senhor, o Justo Juiz, reinar sobre toda a terra e o homem prudente se submeter e servir a Ele com alegria: Aqui vemos Deus falar: "vocês podem se rebelar, se irar, ficarem insatisfeitos com minha Lei, mas "Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu Santo Monte Sião". Vemos que todo o propósito eterno de Deus de exaltar o seu Ungido e o seu reinado, queira ou não o homem, será cumprido. Pois, Deus através de Cristo estabelecerá um reino universal e teocrático, pois, o governo não será do homem, mas, Dele. Porque o Senhor constituiu o seu Filho Rei sobre toda a terra e nações (6-9). Daqui foi composta uma da maiores melodias que já se ouviu na terra o “Aleluia” de Handel” que diz: “E Ele reinará para sempre”. Aqui a expressão “Tu és meu filho; Eu hoje te gerei”, tem em mente a idéia do Filho Ressurreto como representante e expressão máxima do Pai. Vemos a co-eternidade e a co-relação tanto na comissão e na missão do Filho efetuada pelo Pai. Vemos, em contraste com a fraqueza dos homens, o destacado poder do Cristo.  A Ele foi dada toda a autoridade (Mt 28.18). Toda a terra e todos os reis virão e se prostrarão diante Dele e Ele dominará com vara de ferro e despedaçará as nações rebeldes com mão forte e poderosa (9). Aqueles que não dobrarem seus joelhos hoje ao Senhor, no futuro, não terão outra saída (9).
Por isso, HOJE, os prudentes devem ouvi-lo. Portanto, para se salvarem e o louvarem na eternidade, os homens deverão servi-lo HOJE com alegria. Pois, Deus mandou o seu Filho para oferecer a salvação ao mundo e não para julgar o mundo. Mas, quem não crê Nele já está julgado (Jo 3. 16-17). Pois Dele é o reino, o poder e a gloria para Sempre (Mt 6.13).

Deus Abençoe - Pr Saulo césar

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O BATISMO DE JESUS

Hoje, no momento do louvor no culto, cantamos a música do Kleber Lucas “Eu vou seguir com fé”.
No refrão da musica cantamos: “Eu vou seguir com fé, com meu Deus eu vou, para a Rocha mais alta que eu. Eu sei pra onde, vou como águia vou, nas alturas sou filho de Deus”
Eu particularmente gosto muito desta musica. Não só porque acho bom cantar louvores a Deus, mas também porque este cântico nos fortalece, nos anima e nos encoraja a seguir com fé. Porém, o momento mais sublime do cântico é também o mais difícil, não de cantar, mas de viver. Este momento é quando o autor menciona (mesmo quando as nuvens estão encobrindo o sol): “Eu sei pra onde vou, como águia vou, nas alturas sou filho de Deus”.

O texto que lemos (o batismo de Jesus) revela um dos maiores acontecimentos relatado nos evangelhos . Nele Jesus ensina com muita clareza o “viver com fé; o “eu sei pra onde vou”; o “eu sou filho de Deus”.

Podemos tirar varias lições deste texto. Quero compartilhar três:

PRIMEIRA LIÇÃO:
1. No batismo o Filho (Jesus) se identifica com o pecador (13-15).
“Cumprindo tudo o que estava determinado”
O texto inicia dizendo “por esse tempo”. Que tempo foi este?
■ Foi tempo em que João Batista apareceu pregando no deserto da Judéia e dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mt 3.1-2);
■ Foi o tempo em que muitos vinham de Jerusalém e de toda a Judéia para o Jordão e eram por ele batizados e ali confessavam seus pecados;
■ Foi o tempo em que João vendo muitos falsos religiosos, que vinham até ele para se batizarem disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Mt 3:5-9);
■ Foi o tempo em que João disse àquele povo que batizava: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11-12);
E “naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista”.
■ João sempre pregou que todos deveriam confessar seus pecados, se converter dos seus maus caminhos e se batizarem para serem dignos do “reino dos céus”.■Mas, segundo João, Jesus não tinha esta necessidade. Ele não precisava tornar-se justo, pois ele já era justo. Tanto que ao vê-lo João diz: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti, e tu vens a mim”?
■ Contudo, Jesus não desiste de assumir o batismo da conversão e do perdão dos pecados. Não, por causa dele, mas, por nossa causa. Por isso: Convém cumprir toda a justiça.
■ Ele submeteu-se ao batismo não somente para nos dar um exemplo, mas principalmente porque Era necessário se passar pelo cordeiro de Deus que levou sobre si todo o pecado do mundo.
■ No batismo Jesus desce à mesma água que o pecador desce. Ele se iguala ao pecador (Fp 2.1-10). Se sujeita a condenação do homem. Abre para o homem o acesso ao trono da graça e mostra que o verbo se fez carne e habitou entre nós.

SEGUNDA LIÇÃO:
2. No batismo o Pai autentica o Filho (16-17a).
“Este é o meu Filho que tanto amo”
■ Os evangelhos relatam que o céu se abriu o Espírito Santo desceu em forma de pomba e a voz do Pai foi ouvida. Podemos considerar este conjunto de coisas ( o céu se abrindo o Espírito descendo e a voz de Deus sendo ouvida) como o resgate da terra para céu. Tudo isso através do Cristo, o grande emissário do céu.
■ Segundo Marcos e Lucas a voz do céu foi dirigida a Jesus: “Tu és meu Filho amado”. Em Mateus as palavras se encontram na terceira pessoa, ou seja, “Esse é meu Filho amado” dando a entender que a voz também foi ouvida por João Batista e por todo o povo ao redor.
■ As palavras “Meu Filho, o amado” correspondem no AT a uma citação do Sl 2.7, ao que o povo judeu entendia como o “Filho único, unigênito de Deus”. Mas, estas palavras aqui são usadas não somente para identificar o Cristo (o Ungido, o Messias), mas também para mostrar a salvação que somente o Filho possui.
■ O Filho mais amado trata-se do Filho exclusivo e incomparável. O Filho é único Mediador. Aquele que abre o caminho até o Pai. Pois, somente pelo ato do Filho o Pai permite que o homem pecador compareça diante de sua face e somente amor do Filho o Pai nos ouve.
■ Na verdade Deus enviou muitos profetas para anunciar sua Palavra, porém, todos eles foram enviados da terra para a terra. No entanto, Jesus “o Filho” foi enviado do céu para a terra, pois o Filho já existia antes da vida terrena. Ele vivia eternamente junto com o Pai, igual e unido ao Pai (Jo 1.1).
Nesse sentido, a palavra do Pai “Esse é meu Filho amado” autentica, legitima, autoriza e certifica o Filho.

TERCEIRA LIÇÃO:
3. No batismo o Filho é comissionado pelo Pai (17b).
“para realizar sua missão e dar ao Pai prazer”
■ Jesus veio de Nazaré da Galiléia um povoado pobre e afastado dos grandes centros. Ele não possuía nenhum título importante. Seu nome era simplesmente “Jesus”, muito comum na época. Mesmo assim a voz do céu lança mais luz sobre a relação Dele com o Pai.
■ O pai completa sua autenticação consagrando o ministério do Filho. “Em ti me comprazo”, em outras palavras significa: “Nele eu me alegro”. “Nele eu me realizo. Da mesma forma, por outro lado, obediente, ao tomar para si a missão que o Pai lhe concede, também se realiza e se alegra. Enfim existem comunhão e entendimento total entre a missão e o serviço. Entre o que envia e o enviado.
■ O Pai revela o relacionamento singular e excelente que tinha com o Filho através da sua voz. Na verdade não foi a voz que estabeleceu esta ligação, ela só tornou visível e audível a realidade desta ligação àqueles que ainda não sabiam (cf. Jo 1.51). Para o pai a gloria e a missão do Filho tina como fim a cruz e na cruz ficou evidente que o serviço conferido ao Filho era morrer para dar vida ao pecador (conf. Ez 18.23).
Que contraste entre o início e o fim do capítulo! No início encontramos as mais duras palavras de condenação de João batista, aqui no final o Cordeiro de Deus, toma sobre si todo o juízo. Lá a lei – aqui o evangelho; lá juízo, aqui a graça.

Conclusão/Aplicação: Mas, o significado do batismo não deve se restringir somente a um fato histórico do ministério de Jesus na terra. Mas, assim como Jesus com sua morte e ressurreição fez com que o batismo, que era algo simbólico se tornasse real, assim também nós, quando nos arrependemos e batizados somos ligados à Cristo; somos identificados como filhos de Deus; somos comissionados a fazermos a vontade de Deus. Ser "batizado” significa: morrer com Cristo, a fim de ressurgir com ele para a nova vida que começa na terra e tem seu apogeu no céu (veja Rm 6.4).
Deus abençoe - Pr Saulo César

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Salmo 126


O salmo 126 era cantado durante o trajeto do povo quando peregrinava em direção ao Templo para a celebração do culto. Ao cantá-lo o povo demonstrava alegria e confiança no Deus libertador e supridor.

O salmo é dividido em duas partes. Cada parte apresenta um momento.
Vamos analisar estes dois momentos:

Primeiro Momento
1. O momento da intervenção da graça (1-3).
a. Quando tudo parecia um sonho, no rosto do povo se via alegria e na sua boca cânticos de louvor:
Havia nas peregrinações lembranças daquilo que o Senhor fez, ou seja, quando o Senhor "trouxe os que foram levados cativos, de volta a Sião". Antes da volta, no tempo do cativeiro, o povo estava sem rumo, sem expectativa, sem horizonte. Foi lá nas margens dos rios da Babilônia, que eles se assentaram e choraram se lembrando de Sião. Nos salgueiros que havia nas margens dos rios eles penduraram suas harpas, pois aqueles que os levaram cativos, os seus opressores, pediam que se alegrassem e que cantassem para eles algum dos cânticos de Sião. Mas, como, porém, haveriam de entoar o canto do SENHOR em terra estranha? Pois, não tocariam harpa sem lembrarem Jerusalém e não cantariam longe de Jerusalém, pois Jerusalém era a sua maior alegria (Sl 137.1-6). Mas, subitamente a graça veio sobre eles, Deus usou Ciro o libertador (conf. Is 45.1ss) e naquele momento ficaram como se estivessem sonhando. Parecia não ser verdade. Assim como foi para o filho pródigo, havia no rosto do povo um riso santo e verdadeiro provocado pela graça inesperada de Deus sobre ele. Um riso justificado e justificador. Neste momento a alegria passou a ser a dona do momento e no rosto e na boca havia somente traços de gratidão e cânticos de louvor. Agora sim poderiam cantar os canticos de Sião. Estavam de volta para sua terra. Para Jerusalém.
b. E também Quando as nações presenciaram a benção de Deus sobre seu povo e o povo conheceu o efeito das grandes coisas que o senhor fez:
No passado, quando Jerusalém foi arrasada, muitos dos seus vizinhos além de zombarem dela também desejaram o seu mal. No dia em que o exercito de Nabucodonosor veio sobre ela, diziam: “Arrasem Jerusalém, destruam até seus alicerces” (Sl 137.7). Mas, aqueles que com prazer assistiram a destruição de Jerusalém, contemplaram o cativeiro do povo e que outrora diziam “onde está o Deus deles” não puderam negar que Deus foi misericordioso novamente. A visão dos feitos de Deus sobre eles chamou a atenção do mundo. Então os que presenciaram sua alegria disseram “Grandes coisas o Senhor tem feito por eles”. Para o povo não houve desapontamentos. Não houve um descobrir que "era apenas um sonho". Foi tão real que a gratidão e o reconhecimento brotaram dos seus labios: “De fato, o SENHOR fez grandes coisas por nós” (3).

Agora vamos analizar o segundo momento:
2. O momento da restauração da vida (4-6).
a. Quando experiência da libertação deu lugar à consciência da reconstrução e quando o povo reconheceu sua limitação:
Existem muitas pessoas que não passam pela experiência da restauração após a libertação. Existem muitas pessoas que são libertas das drogas, de espíritos maus e depois voltam às drogas e a serem possuídas. Isso acontece porque não foram restauradas. A libertação implica na concepção da restauração. Ou seja, se não houver restauração a libertação impera, não avança. A pressão do exílio havia acabado, mas conseqüência dele era espantosa. O povo percebeu que Jerusalém estava arrasada era como uma região desértica. O sonho alegre foi agora deveria dar lugar a realidade da restauração. Por natureza o povo judeu antes do cativeiro era muito apegado à terra, a agricultura e ao trabalho do campo, mas no retorno povo que não era mais o mesmo, ao ver a terra pobre, necessitada de cuidado, só restava-lhe clamar: “Faze-nos regressar outra vez do cativeiro”, ou seja, "senhor continue no processo, continue atuando com graça". Havia a  necessidade de um novo livramento, não do exílio, mas das dificuldades e situação que se encontravam. Nesta hora teveram que reconhecer sua limitação. Na volta Jerusalém era uma cidade arruinada rodeada por uma comunidade rural falida. “Restaura-nos” foi o pedido, pois sem a ajuda de Deus não conseguiriam sobreviver. Assim como a chuva enchia o leito seco dos rios no deserto no Neguebe, assim o povo precisava que Deus fizesse com ele, ou seja, restaurar o seu bem estar e sua economia rural. O pedido em forma de clamor era relevante, pois embora fosse necessário o semear diário, os fenômenos naturais eram parcialmente a garantia de boa colheita e do restabelecimento da nação. A dependência era total e nesta hora Deus faz com que o deserto fique florido.
b.Neste momento foi quando o choro e as lágrimas do semeador nutriram a esperança de uma boa colheita: 
O lavrador tem que trabalhar muito, dia após dia, para ter uma boa colheita. No sol, na chuva, no inverno e no verão. Pois, tem o tempo de arar a terra, de semear, e depois colher. Na caminhada do semeador poderá haver paradas pelo cansaço além da tristeza e do choro pelo trabalho que muitas vezes não dão o resultado esperado. O trabalho penoso implica em lágrimas. Mas, além de penoso, semear com lágrimas é semear sem a total garantia de boa colheita. Até porque muitos plantam e outros colhem, outros plantam ninguém colhe, pois não houve colheita. Mas, mesmo com lagrima o semear é necessario, somente semeando existe a possibilidade de ter a alegria da colheita. No processo de plantar, crescer e colher percebe-se o princípio de dar para depois receber. Esta lei estava bem viva na mente da nação, pois o recente exílio tinha sido a colheita da desobediência semeada durante séculos. A lição que fica é: aquilo que os homens semeiam eles colhem. Se semeiam semente preciosa, colherão semente preciosa. A semeadura pode ser  triste, mas a colheita será alegre. Enquanto se semeia, os pés e mãos se ferem, o corpo se cansa, o sol castiga, mas depois, os campos floridos e os frutos amadurecidos compensam tudo. Neste caso o semeador passa agora a ser o colhedor que traz os feixes. Neste retorno ele é honrado e recompensado pelos frutos. Sua alegria é tanta que da boca sai "cânticos de jubilo”.

Lições e aplicações: Precisamos sonhar, pois o sonho revigora a alma, mas a realidade faz-se necessário para nossa vida não ficar somente no sonho. Toda libertação deve dar lugar a restauração, pois não só de libertação viverá o homem, mas também da restauração diária que vem pelo enfrentamento das dificuldades. Assim como Pedro, João e Tiago que depois de estar com Cristo no monte da transfiguração tiveram que enfrentar a realidade do vale enfrentando endemoninhado, assim também precisamos enfrentar as lutas que sugrem em nossa vida.  Deus abençoe - Pr Saulo césar